28 de abril: Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

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28 de abril: Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do TrabalhoNo Brasil, temos uma morte a cada duas horas de trabalho, e três acidentes a cada minuto. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), todos os dias morrem cerca de cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. Até hoje, foi contabilizado que 22 mil dos trabalhadores mortos são crianças, vítimas do trabalho infantil.

Em 2003, a OIT adotou o 28 de abril como o dia oficial da segurança e saúde nos locais de trabalho. O movimento começou no Canadá e logo se espalhou para diversos países através de federações, confederações e sindicatos, como o nosso Sindicato dos Bancários do Pará. Em maio de 2005, foi instituído o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado em 28 de abril a cada ano pela Lei nº 11.121/2005 (PL nº 856/2003, do Deputado Roberto Gouveia – PT/SP).

Segundo estimativas da OIT, são cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho por ano e 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Em um terço desses casos, cada acidente ou doença representa a perda de quatro dias de trabalho, comprometendo em 4% o PIB mundial.Francivaldo Soares da Silva PRESENTE

Na categoria bancária, doenças ocupacionais fazem parte do cotidiano, principalmente estresse, LER/DORT, esgotamento mental, fadiga constante, desmotivação, depressão, síndrome do pânico decorrente, muitas das vezes, do medo e da insegurança bancária que deixa marcas físicas e psicológicas profundas, além de ceifar a vida de bancários e bancários como ocorreu em dezembro de 2012 com o colega do Banco do Brasil Francivaldo Soares dos Santos, em São Domingos do Capim.

“O Sindicato dos Bancários do Pará luta permanentemente por melhores condições de trabalho e por qualidade de vida para a classe trabalhadora. É por isso que não abrimos mão da contratação de mais bancários em bancos públicos e privados, fim das metas, fim do assédio moral, fim da terceirização e da rotatividade, mais segurança nos bancos, dentre outras bandeiras de luta que tragam benefícios para a saúde da nossa categoria”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

28 de abril – O dia 28 de abril é lembrado pelo movimento sindical dos trabalhadores como o “Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”. No Brasil e em vários países do mundo, como Espanha, Portugal, Argentina Peru, Taiwan, por exemplo, a data é motivo para mobilizações, atividades, seminários, denúncias e reflexões em torno dos problemas que envolvem os acidentes, as doenças e o mundo do trabalho.

Dentre as muitas categorias profissionais existentes em nosso país, os bancários foram e continuam sendo atingidos pelas novas formas de gestão do trabalho, pela reestruturação produtiva – com a introdução de novas tecnologias e a terceirização, com a intensificação do trabalho, exigindo do bancário um ritmo de trabalho intenso, com inúmeras tarefas e responsabilidades para cumprir.

Logo, a categoria bancária, nos últimos anos, tem procurado dialogar com o significado do dia 28 de abril e tem buscado, em conjunto com o movimento social e sindical da classe trabalhadora, participar de toda movimentação em torno da data.

Bancários e bancárias ainda sofrem dentro dos ambientes de trabalho, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, pressionados por um ritmo de trabalho acelerado, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e sequestros, tendo de dar conta de inúmeras tarefas. Não bastasse tudo isso, todos os dias os trabalhadores são submetidos à avaliação individual de desempenho, mecanismo utilizado largamente por todos os bancos para medir quem bateu as metas impostas e expor aqueles que não conseguiram. Somente o resultado é considerado pelos bancos, ou seja, a meta deve ser alcançada de qualquer maneira. Não há espaço para diálogo nos locais de trabalho para discutir as dificuldades de se atingir uma dada meta.


Fonte: Bancários PA

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