Bancários e Bancárias de todas as regiões do Pará participaram nesse último sábado (22) da 8ª Conferência Estadual da categoria realizada pelo Sindicato dos Bancários do Pará, em Belém. Dentre as prioridades aprovadas para a Campanha Nacional 2013, destaque para a reivindicação de índice de reajuste salarial de 10% de ganho real e mais inflação; Piso de ingresso com base no cálculo do Dieese; Greve geral contra o Projeto de Lei 4330 da Terceirização; recuperação das perdas do período FHC, dentre outras.
As propostas aprovadas na 8ª Conferência Estadual e nas Pré-Conferências realizadas em Santarém, Marabá, Altamira, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Bragança, Castanhal, Capanema serão remetidas pelo Sindicato à Contraf-CUT e defendidas pela delegação do Pará eleita para a 15ª Conferência Nacional dos Bancários e Bancárias que será realizada entre os dias 19, 20 e 21 de julho, em São Paulo.
A saudação aos participantes foi feita pela presidenta do Sindicato Rosalina Amorim, pelo secretário de relações de trabalho da Contraf-CUT Adilson Barros, o vice-presidente da Fetec Centro Norte Sérgio Trindade, e a diretora de comunicação da CUT Pará Vera Paoloni. Em seguida, o regimento interno do evento foi aprovado por unanimidade e logo após foi dado início ao painel de conjuntura, que contou com as contribuições do técnico do Dieese do Rio de Janeiro, Fernando Benfica.
“Estamos vivendo um momento de efervescência de lutas sociais no Brasil, a juventude está indo às ruas, e isso deve servir de incentivo à categoria bancária para igualmente lutar com força e vigor contra um dos inimigos mais poderosos contra a classe trabalhadora, que são os banqueiros. Estamos aqui dando sequencia a nossa preparação para mais uma Campanha Nacional, o que começou nas Pré-Conferências que realizamos no interior do Estado e, mais do que nunca, a nossa unidade e mobilização será fundamental para alcançarmos vitórias nessa campanha”, destacou a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Bancários nas ruas
Dentre as diversas falas durante o debate de conjuntura, um consenso fundamental foi o de que o momento atual, aonde a juventude tem ido às ruas protestar em todas as regiões do país, deve ser também um momento para os bancários e bancárias, assim como os trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias devem ir às ruas colocar suas reivindicações em pauta, como a regulamentação do sistema financeiro nacional, o fim das terceirizações e da rotatividade, mais contratações em bancos públicos e privados, redução das tarifas bancárias, mais investimentos em segurança, melhores condições de trabalho, igualdade de oportunidades, dentre outras bandeiras de luta.
Outro pensamento comum entre os participantes da 8ª Conferência foi o repúdio a posicionamentos de cunho fascistas, de extrema direita, que tentam aproveitar um movimento legítimo do povo brasileiro para externar o ódio contra aqueles e aquelas que se organizam em partidos, sobretudo os de esquerda, e aos militantes do movimento sindical. Quase todas as intervenções no plenário fizeram um chamado pela defesa da democracia e à liberdade de expressão, o que pressupõe o direito à livre organização dos partidos políticos, dos sindicatos de trabalhadores e associações populares.
“Temos que disputar os rumos desse movimento de massa que esta nas ruas do país, mas pela esquerda, pois há sim uma direção de direita, fascista, com as mesmas bandeiras do golpe militar de 1964, como por exemplo ‘o gigante acordou’, ‘não queremos partido’, ‘usar somente branco, empunhar somente bandeira do Brasil e cantar apenas o hino nacional’. Nós aqui nunca dormimos e lutamos e sofremos muito para hoje viver uma sociedade democrática, e essa democracia precisa avançar, jamais retroceder”, ressaltou o diretor da Fetec-CN, Alberto Cunha.
“Não podemos permitir retrocessos na democracia do nosso país, devemos mostrar a essa juventude que militantes de partidos de esquerda e de sindicatos de luta jamais serão inimigos da classe trabalhadora, ao contrário, queremos fortalecer a luta por avanços na educação, na saúde em diversas frentes sociais, acreditamos que a luta por 100% dos royaltes do petróleo para a educação, fortalecimento do SUS para atender com qualidade o povo brasileiro, são bandeiras que nos unificam e que só contribuem para o fortalecimento da democracia no Brasil”, frisou o diretor do Sindicato, José Marcos Araújo (Marcão).
“Nós trabalhadores e trabalhadoras sempre estivemos nas ruas lutando por democracia e por direitos políticos, sociais e culturais nesse país, esse momento é importante para impulsionar diversas lutas da classe trabalhadora e uma delas, fundamental nesse momento, é a luta para barrar o PL 4330 que pretende regulamentar as terceirizações e institucionalizar a precarização das relações de trabalho no país, e essa luta não é só do movimento sindical bancário, mas de todo o povo brasileiro!”, pontuou a diretora da CUT-PA, Vera Paoloni.
Eixos da Campanha
Outro momento da Conferência foi o debate sobre os eixos da Campanha Nacional e as proposições para a construção da minuta geral da categoria. O secretário da Contraf-CUT Adilson Barros foi o responsável pela explanação dos eixos e provocação do debate.
Para os presentes, a Campanha Nacional não pode se resumir em reivindicações econômicas, mas deve priorizar também questões relacionadas à saúde do trabalhador e à qualidade de vida da categoria bancária.
Outro elemento que unificou a categoria durante a Conferência foi sobre a necessidade de fortalecer a luta por melhoria de condições de trabalho no interior do Pará, sobretudo em municípios que atendem um demanda exorbitante em consequência de grandes projetos na Amazônia, como Altamira, Parauapebas etc.
Todos e todas compartilharam do entendimento de que a unidade e mobilização da categoria bancária serão os principais elementos para determinar a vitória da categoria bancária ao final da Campanha Nacional 2013, superando as divergências políticas existentes no interior do movimento sindical e respeitando a pluralidade desse campo de luta.
Moções de repúdio
Os bancários e bancárias presentes na 8ª Conferência Estadual aprovaram por unanimidade duas moções de repúdio ao final do evento. Uma contra o Banco do Brasil pela postura antissindical e autoritária ao demitir injusta e covardemente um funcionário que é delegado sindical na agência do BB em Parauapebas, eleito democraticamente por seus colegas e demitido pelo banco sem sequer saber os motivos ou ter o direito de se defender em processo disciplinar.
Outra moção aprovada foi em repúdio a todos os bancos que atuam no Pará devido às péssimas condições de trabalho nas unidades, sobretudo pelo número insuficiente de funcionários, o que torna regra a extrapolação da jornada, causando adoecimentos e elevação dos riscos da atividade bancária. A moção exige ainda mais contratações, melhorias na infraestrutura e fim do assédio moral nos bancos.
Delegação eleita para a 15ª Conferencia Nacional
Ao final da Conferência, a delegação paraense que irá participar da 15ª Conferência Nacional foi eleita. Veja quem compõe a delegação:
Titulares
Rosalina Amorim – Banco do Brasil.
Tatiana Oliveira – Caixa Econômica
Heider Costa – Caixa Econômica
Maria Gaia – Caixa Econômica
Marco Aurélio Vaz – Banco da Amazônia
Salete Gomes – Banpará
Sandro Mattos – Itaú
Eliana Lima – HSBC
Arlan Bruce – Banco do Brasil
Heládia Carvalho – Bradesco
Luiz Otávio Pereira – Banco da Amazônia
Diego Azevedo – Banco do Brasil
Suplentes
Alberto Cunha – Banco do Brasil
Chaiene Monteiro – Banco da Amazônia
Sérgio Trindade – Banco da Amazônia
Vera Paoloni – Banpará
João Irani – Banco do Brasil
Fonte: Bancários PA
