Após assalto, bancários de Uruará temem voltar ao trabalho

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Com-as-agências-fechadas-a-população-sofre-as-consequencias-da-insegurança-em-UruaráApós dois assaltos, simultaneamente, ao Banco do Brasil e Banco da Amazônia em Uruará, oeste do Pará, o medo de voltar ao trabalho é o sentimento que predomina entre os bancários e bancárias do município. O Sindicato esteve na cidade que fica às margens da rodovia Transamazônica e ouviu relatos de bancários que pensam em desistir da profissão por causa da insegurança.

“Uma bancária do BB que estava de licença devido ao assalto em março do ano passado chegou a pedir demissão com essa segunda ocorrência na mesma semana em que ela retornava ao trabalho, após meses afastada para tratamento de recuperação do trauma passado. Orientamos o gerente a não aceitar o pedido, pois o que essa colega precisa é de ajuda nesse momento. Ajuda do Sindicato, ajuda do banco, ajuda do Governo do Pará que precisa investir na segurança no interior do Estado”, relata o diretor do Sindicato em Santarém, Joacy Belém.

A ida da entidade até Uruará foi para conversar com os trabalhadores e trabalhadoras vítimas da 36ª ocorrência só esse ano no Estado e verificar in loco se os dois bancos disponibilizaram tratamento médico e psicológico para os bancários.

“Tanto no Banco do Brasil quanto no Banco da Amazônia os bancários e bancárias estão sendo atendidos por psicólogos. E em caso de necessidade de afastamento para tratar algum trauma o banco tem que providenciar, caso contrário, o bancário deve procurar imediatamente o Sindicato e comunicar a recusa da instituição”, orienta o dirigente sindical.

Agências-ainda-não-têm-estrutura-para-reabrir-ao-públicoDurante a visita do Sindicato, a entidade ouviu o desabafo de alguns colegas que ficam ainda mais apreensivos quando começa o mês, período em que os ataques a bancos e bancários ocorrem com maior frequência.

“Estamos no aguardo da segunda reunião do GT de Segurança Bancária para apresentarmos todos esses relatos e cobrarmos do governo um reforço na segurança no interior do Pará, em especial nas regiões sudeste e oeste, que têm concentrado o maior número de assaltos. Quando essas quadrilhas chegam, elas sitiam a cidade, inclusive a polícia, que com pouco efetivo não pode fazer absolutamente nada para impedir o crime”, comenta a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Os dois bancos seguem sem previsão de reabertura, já que as unidades ficaram parcialmente destruídas durante a ação dos criminosos. Em contrapartida a população tem pressionado a gerência de um dos bancos a reabrir, já que os clientes e usuários se sentem prejudicados com as unidades fechadas.

“Quem tem que tomar essas providências é a superintendência das instituições financeiras. O Sindicato não irá permitir reabrir as unidades sem que as mesmas ofereçam segurança aos bancários e principalmente sem que eles estejam aptos para voltar ao trabalho”, finaliza a dirigente sindical.

Fonte: Bancários PA

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