CN 2015: Bancários em contagem regressiva para o início da greve em Belém

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O primeiro Dia Nacional de Luta, dos três, de um calendário de mobilizações aprovado pelo Comando Nacional dos Bancários, foi de retardamento de abertura da agência do Santander na Av. Almirante Barroso em Belém, na manhã desta terça-feira (29).

Enquanto do lado de fora da unidade dirigentes sindicais explicavam para clientes e usuários o motivo da manifestação; do lado de dentro outros diretores do Sindicato atualizavam os bancários e bancárias com as últimas informações sobre a Campanha Nacional da categoria.

“A proposta de reajuste de 5,5% que a Fenaban apresentou na última sexta-feira em São Paulo é vergonhosa diante da realidade de lucros dos bancos que passam bem longe da crise. O abono de 2.500,00 também oferecido não foi sequer cogitado pelo Comando uma vez que não reflete nas outras verbas salariais. Somos capazes de melhorar essa proposta, mas isso só vai ser possível se todos e todas aderirem efetivamente a greve, ou seja, suspender os trabalhos. Pois de nada adianta deixar de atender a população, porém ficar dentro da agência trabalhando pelo telefone. Essa atitude prejudica a greve e fica ainda mais difícil de avançar nas conquistas”, explica a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Para o Comando Nacional e demais sindicatos o reajuste está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88% (INPC) em agosto deste ano e significa perda real de mais de 4% para os salários e demais verbas da categoria.

“A greve é um direito da classe trabalhadora e ela acontece quando em mesa de negociação a categoria não consegue uma proposta satisfatória. Passamos praticamente o ano todo trabalhando para os bancos e enriquecendo os banqueiros, quando chega a vez deles de repartir essa fatia de forma generosa, eles se negam. Então a greve é a hora de trabalharmos para nós, de resolver os nossos problemas e e não os do banco. Quem faz a greve são os bancários e bancárias, o Sindicato organiza, dá o suporte, a estrutura”, orienta o diretor de formação do Sindicato, Sandro Mattos.

“Quem vai decidir se a greve vai ser longa ou não é a própria categoria, quantos mais bancários paralisarem maior é a pressão contra a ganância dos banqueiros e maior ainda as chances de eles cederem e atenderem nossas reivindicações. A força da greve não está em quantos dias ficamos paralisados, mas em quantos trabalhadores e trabalhadoras de fato cruzaram os braços”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.

Assembleia dia 1º de outubro

O Sindicato dos Bancários do Pará convoca todos os bancários e bancárias para assembleia geral extraordinária no dia 1º de outubro (quinta-feira), às 19 horas, na sede da entidade em Belém (Rua 28 de setembro, 1210 – Reduto – entre Doca e Quintino), para avaliar e deliberar sobre a rejeição da contraproposta apresentada pela Fenaban; e deliberação da greve, por tempo indeterminado, a partir do dia 6 de outubro.

De acordo com a Lei de Greve (7.783/89), após a aprovação em assembleia, o prazo para o início da greve é de 72 horas, por isso o intervalo de 5 dias entre a assembleia deliberativa e o primeiro dia de paralisação por tempo indeterminado.

Caso a greve seja aprovada, o aviso de paralisação será publicado pelo Sindicato em jornal impresso, nos veículos oficiais de comunicação da entidade, para que a categoria bancária e a sociedade em geral, sejam informadas de forma objetiva e transparente sobre o movimento paredista, como sempre é feito.

No dia 5 de outubro, um dia antes da greve, ocorre a assembleia de organização do movimento paredista, às 19 horas, também na sede do Sindicato.

Principais reivindicações da categoria

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real);

PLR: 3 salários mais R$7.246,82;

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Fonte: Bancários PA, com Contraf-CUT

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