CEE/Caixa e concursados definem novas estratégias por mais contratações na Caixa

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“Só termina quando acaba”. Esse foi o lema da reunião deste sábado (14) entre a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa) e líderes de comissões de aprovados no concurso público realizado no ano passado. O encontro ocorreu na sede da Fenae, em Brasília (DF), e discutiu maneiras de intensificar a luta por mais contratações no banco. O resultado da campanha nacional dos bancários de 2015 e a organização do movimento da categoria também estiverem na pauta.
“A gente não sabe qual será o resultado, é importante que se diga isso. Mas o que podemos garantir é que vamos lutar até o fim, porque a contratação de mais empregados é urgente. Enquanto trabalhadores estão mais sobrecarregados e doentes a cada dia, em unidades de todo o país, há cerca de 30 mil concursados aguardando convocação. Essa paralisia nas convocações não se justifica”, disse Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa.

Coube a Genésio Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e membro da CEE/Caixa, detalhar como foram as negociações durante a campanha salarial. “Infelizmente, não foi possível colocar cláusula de contratação no ACT 2015/2016, mas a mobilização vai continuar”, afirmou. Ele, inclusive, alertou: “A guerra está instalada. Por isso, vamos usar todas as armas, seja nas ruas, nos tribunais, no Ministério Público, no Congresso Nacional”.

Abaixo-assinado: objetivo de 100 mil assinaturas

Uma das ações definidas na reunião deste sábado foi ampliar a coleta de apoio ao abaixo-assinado que cobra mais empregados para o banco. Até o momento, cerca de 20.500 assinaturas já chegaram à Fenae. Objetivo é chegar às 100 mil até o final de janeiro de 2016. “Temos que buscar essas 80 mil assinaturas em todos os atos promovidos pela CUT, pelos sindicatos e pelos movimentos sociais, Brasil afora”, sugeriu Anabele Silva, diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e integrante da CEE/Caixa.

Dionísio Reis, membro da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, também destacou a importância da mobilização. “Empregados, concursados e sociedade têm de estar unidos. E não apenas em relação às contratações, mas para barrar iniciativas como o PLS 555/2015, que ameaça a Caixa 100% pública, e o PLC 30/2015, que permite a terceirização da atividade fim e ameaça sobremaneira a categoria”, frisou.

Avaliação dos concursados

Para André Pinheiro, um dos líderes dos concursados, aprovado para o polo Taguatinga (DF), o encontro com a Comissão Executiva foi muito importante. “Há interesse de todas as partes, e o encontro serve para alinhar e fortalecer as ações”, avaliou. Já em relação ao objetivo de chegar às 100 mil assinaturas em apoio à retomada das contratações, ele assegurou: “estamos empenhados em buscar esse apoio. Agora, temos uma estratégia mais definida”.

Alerta da CEE/Caixa

Fabiana Matheus adverte que os aprovados no concurso de 2014 devem ter cautela com advogados que prometem convocação por meio de decisão judicial. “Alguns estão se aproveitando do desespero dos concursados para ganhar dinheiro. O caminho do MPT, que surgiu no início deste mês, é o melhor a ser seguido. Entrar com ações sem bom argumento é criar jurisprudência negativa para o caso”, informou.

#MaisEmpregadosJá

A Caixa tem hoje menos de 98 mil trabalhadores. No final de 2014, porém, eram mais de 101 mil. Quando o ACT 2014/2015 foi assinado e a empresa se comprometeu a contratar mais 2 mil empregados, imaginou-se que o total chegaria a pelo menos 103 mil. Mas com a realização do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) neste ano, por meio do qual mais de 3.200 deixaram o banco, o que ocorreu foi uma redução dos postos de trabalho.

No dia 5 de novembro, durante audiência com representantes dos empregados e da Caixa, o procurador Carlos Eduardo Brisolla, da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, concedeu prazo de 20 dias para que a Caixa apresente um cronograma de contratação dos aprovados ou um estudo que dimensione as admissões a serem feitas até dezembro deste ano, como prevê a cláusula 50 do ACT 2014/2015, ou até junho de 2016, quando termina a validade do concurso.

Em 2014, a Caixa realizou um dos maiores concursos públicos da história. Foram quase 1,2 milhão de inscritos, dos quais 32.879 foram aprovados. Até o momento, apenas 3.182 foram convocados (9,67% do total) e apenas 2.482 admitidos (7,54% do total). Neste ano não houve uma convocação sequer em fevereiro, março, julho, agosto e setembro.

Fonte: Agência Fenae

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