Após assalto, Sindicato ouve desabafo de bancários que temem voltar ao trabalho

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Ainda assustados e com medo, mesmo assim tendo que trabalhar em um local cheio de marcas que lembram os piores 30 minutos da vida de alguns bancários do Bradesco de Nova Esperança do Piriá, nordeste do Pará. Foi nesse clima que o Sindicato encontrou os trabalhadores na tarde de ontem (28).

Até a chegada do Sindicato a única esperança de atendimento médico ou similar estava pendurada na parede. Um cartaz do ‘Programa Qualidade de Vida Viva Bem’ indicava o número para a qual os bancários poderiam ligar e, por telefone, tentar ajuda com um atendente contratado pelo banco.

Mais do que uma simples visita, a entidade também levou algumas respostas que os bancários precisavam ouvir. “Se não tivéssemos vindo aqui infelizmente os colegas não teriam sequer atendimento médico e psicológico, porque até então o banco não tinha providenciado um profissional para atendê-los, já que no município não existe nenhum cadastrado no seguro saúde do Bradesco. Tivemos que ligar de outro número para que a gerência regional nos atendesse e providenciasse o atendimento para os bancários, pois as ligações de nossos contatos pessoais dificilmente somos atendidos”, dispara o diretor do Sindicato, Saulo Araújo.

De acordo com o banco outra desculpa para a demora no atendimento das vítimas foi a dificuldade de deslocamento até o município que fica distante cerca de 1h de carro da cidade de Ourém, onde conseguiram um psicólogo credenciado após cobrança do Sindicato. O profissional iria somente hoje a Nova Esperança do Piriá consultar os bancários.

O Sindicato também fechou a agência que não tinha o mínimo de segurança para ficar aberta. “Além do abalo psicológico dos bancários, inclusive um deles disse que não voltaria mais para o PAB assaltado; os vigilantes não estavam com os equipamentos de trabalho completos”, denuncia o diretor do Sindicato, José Maria.

E como se não bastassem os traumas que ficaram pós-assalto, as perdas para os bancários foram também pessoais e materiais, pois depois da fuga dos criminosos, vários moradores da cidade invadiram a unidade e furtaram aparelhos celulares e calculadoras HP dos funcionários do banco.

Não há porta giratória – Outro descaso com a segurança dos bancários e clientes em Nova Esperança do Piriá está logo na entrada da unidade que não possui porta giratória com detector de metais. O motivo segundo o Bradesco deve-se a ausência de legislação municipal que torne o dispositivo obrigatório.

Essa mesma desculpa o Sindicato ouviu em Canaã dos Carajás. “Nesse sentido deveria existir o bom senso, já que existem leis estadual e municipal que tratam da porta giratória com detector de metais. Mas essa qualidade (bom senso) passa longe do banco. Lembro que quando trabalhei em Abaetetuba foram anos sem a porta que só foi instalada depois que veio a lei municipal”, lembra Saulo Araújo.

Além de Nova Esperança do Piriá, o Sindicato esteve em Ourém e Capitão Poço.

 

Fonte: Bancários PA

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