CN2016: Na primeira rodada, bancários do BB debatem remuneração e pedem alteração do PCR

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Com a participação da Federação do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, manteve nesta terça-feira 23 a primeira rodada da negociação específica com a direção do BB fazendo a defesa das cláusulas econômicas, entre elas a alteração do Plano de Cargos e Remuneração (PCR), com piso equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e correção dos 11 níveis seguintes com interstícios de 6%, além de e melhoria no valor da carreira de mérito, ampliando para todos os cargos, incluindo os escriturários.

A segunda rodada de negociação foi marcada para o dia 30 de agosto, em São Paulo, onde serão debatidas outras reivindicações além das respostas sobre os temas abordados na primeira rodada de negociação.

A pauta específica, entregue no dia 11 de agosto ao presidente do banco Rogério Caffarelli, foi aprovada no 27º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado entre 16 e 19 de junho, em São Paulo.

“Além das reivindicações econômicas  e sociais, há duas bandeiras que são estratégicas para nós do Banco do Brasil nessa conjuntura difícil que estamos vivendo. Uma é o estreitamento da unidade nacional da categoria entre bancários de bancos públicos e de bancos privados, o que passa pela manutenção da mesa única da Fenaban. A outra é a necessidade, cada vez mais premente, da importância da defesa do Banco do Brasil como banco público a serviço do desenvolvimento do país”, afirma Rafael Zanon, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários e diretor do Sindicato de Brasília.

 

Veja abaixo o que foi discutido com o BB nesta terça-feira

Plano de carreira e aumento no piso

Os bancários do BB apontaram ao banco a necessidade de se rever o atual interstício do plano de carreira, aumento do piso de ingresso e melhoria no valor da carreira de mérito, ampliando para todos os cargos, incluindo os escriturários.

 

Pagamento das substituições

Outro ponto debatido foi o retorno das substituições de comissionados. Em vários locais de trabalho tem acontecido constantes desvios de função, quando um funcionário faz o trabalho de um cargo superior sem receber a devida remuneração. A Comissão de Empresa defendeu que a ampliação das substituições, além de diminuir o passivo trabalhista, contribui muito no processo de formação dos funcionários.

 

Jornada de seis horas para todos

Os bancários cobraram do banco a revisão do Plano de Funções do BB com melhoria nos valores das comissões, a mudança de cargos prejudicados pela implantação do plano atual, como os gerentes de relacionamento e gerentes de serviço e, ainda a negociação da jornada de 6 horas para todos, inclusive unidades estratégicas.

 

BB digital e reestruturações

O modelo de agência e atendimento digital foi amplamente debatido, com preocupação sobre a manutenção dos cargos, salários e condições de trabalho dos funcionários envolvidos na migração do modelo atual para o digital, além das condições de trabalho e respeito às normas regulamentadoras do ministério do trabalho. Juntamente com essa discussão, foi abordada a preocupação com as diversas reestruturações dentro do BB, sem garantias para os funcionários.

Os representantes dos funcionários reivindicam a criação de uma verba de caráter pessoal específica para proteção salarial nas reestruturações, o VCP-R.

 

Saúde dos bancários

No tema saúde do trabalhador e trabalhadora, os funcionários cobraram do BB uma atenção aos casos de adoecimento dentro da empresa, com destaque para os casos de doenças mentais, com muitas ocorrências ultimamente.Os funcionários cobraram do banco a continuidade das mesas temáticas de saúde e resolução de conflitos.

 

Auxílio-alimentação e refeição para licenciados

Entre os itens da minuta referente a pauta das mulheres, foi cobrado do banco a continuidade dos auxílios alimentação e refeição durante todo o período de licença maternidade e outras licenças .

 

Mais contratações

Os representantes dos bancários reivindicaram em mesa a contratação de 5 mil funcionários, para repor o número de funcionários que se desligaram da empresa no PAI.

 

Fim do ato de gestão

Os representantes sindicais defenderam o fim do ato de gestão na empresa, que permite descomissionamentos arbitrários.

 

Licença paternidade de 20 dias

Foi reivindicada a aplicação da nova legislação que diz respeito à licença paternidade, ampliando para 20 dias esse direito.

 

Previ e Cassi para incorporados

Os bancários cobraram do BB o direito aos funcionários de bancos incorporados associarem-se à Cassi e Previ para os funcionários oriundos de bancos incorporados, além da possibilidade de aumento de contribuição desses trabalhadores para a previdência complementar com contrapartida patronal.

 

Utilização de folgas

Foi reivindicada melhoria na cláusula que regula a utilização de folgas adquiridas em dependências que funcionam em caráter ininterrupto, com aumento do tempo para utilização, que hoje é de duas semanas.

 

Critérios claros e objetivos de ascensão

Dando continuidade aos debates da mesa específica de ascensão, que aconteceu no primeiro semestre, os bancários cobraram a melhoria dos processos de ascensão interna, com mais objetividade e transparência nas seleções.

 

Proteção aos funcionários das carreiras técnicas em relação à ação do MPT

O Ministério Público do Trabalho ingressou com ação para instituir concurso público para carreiras de nível superior no BB. A decisão da justiça acatou argumento do MPT e ainda proferiu na decisão que os trabalhadores nas funções de advogados, engenheiros e analistas de TI deveriam ser descomissionados. Os representantes sindicais solicitaram reunião específica sobre o tema com o objetivo de atuação junto à justiça para evitar os descomissionamentos.

 

As principais reivindicações do BB

˃ Alteração no Plano de Cargos e Remuneração (PCR), com piso equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24 em valores de junho), corrigindo os 11 níveis seguintes do PCR com o interstício de 6%, sendo 90 dias para ascender ao nível A-2 e três anos para ascender aos demais níveis.

˃ Carreira de mérito composta por 25 níveis com o valor de R$ 299,19 e o último nível de R$ 7.479, com as promoções definidas por pontuação computada diariamente.

˃ Defesa do banco público, contra a privatização.

˃ Jornada de seis horas para todos, sem redução de salário.

˃ Vale-alimentação e refeição na licença-saúde e maternidade.

˃ Não constar nenhum registro no ponto eletrônico sobre falta de greve.

˃ Fim do desvio de função, pagamento das substituições.

˃ Critérios transparentes e objetivos de ascensão profissional.

˃ Mais contratações.

˃ Redução para 10 anos do prazo de elegibilidade no Previ Futuro.

˃ Prazo amplo para utilização de folgas adquiridas.

˃ Isonomia: licença prêmio e férias de 35 dias para os pós-98.

˃ Fim dos problemas decorrentes da implantação do modelo BB Digital.

˃ Melhoria das condições de trabalho nas PSOs.

˃ Fim dos descomissionamentos imotivados (fim do ato de gestão).

˃ Pagamento de 7ª e 8ª horas.

˃ Maior prazo para cumprimento de horas negativas.

˃ Manutenção de remuneração e praça dos trabalhadores em caso de reestruturações.

˃ Comitês de ética paritários.

˃ Fim da imposição de metas e combate ao assédio moral.

˃ Reivindicações específicas para o Sesmt e Ouvidoria.

 

Cassi e Previ

O funcionalismo do BB reivindica ainda mais autonomia na estrutura do Sesmt e implantação na Cassi do modelo de assistência integral à saúde. Na Previ, a luta é pela manutenção da participação de associados na gestão, ameaçada pelo PLP 268, pelo fim do voto de minerva, melhoria dos benefícios para os participantes, redução das taxas de carregamento e administração e contribuição 2B a todos, inclusive incorporados.

 

> Confira aqui a íntegra da minuta específica dos funcionários do BB.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com Seeb Brasília – Atualizada às 20:10

 

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