CN2016: 21 dias de greve e em vez de negociar, banqueiros tentam enfraquecer movimento

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Há 21 dias completados nessa segunda-feira (26), bancários e bancárias em greve nacional esperam por uma proposta decente da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas desde a última rodada de enrolação, no dia 15, o silêncio ecoa da parte dos banqueiros. Já a categoria fortalece ainda mais o movimento paredista e amplia o número de agências fechadas no Pará e em todo o país. O mapa de hoje no Pará contabiliza 447 unidades de bancos públicos e privados fortalecendo a greve, o que corresponde a aproximadamente 89% das unidades bancárias com atuação no estado.

“Se os banqueiros acham que vão nos vencer pelo cansaço, estão completamente enganados. Nossa luta e desejo por melhores salários e condições de trabalho são maiores. Essa nossa força atrai cada dia mais um bancário que deixa de jogar do lado do patrão e vem pro lado de quem realmente representa a categoria, pois se estamos em greve a culpa é exclusivamente dos banqueiros gananciosos e exploradores”, destaca a presidenta do Sindicato e empregada do BB, Rosalina Amorim.

Interdito – Além do silêncio, o Banco da Amazônia ao invés de apresentar uma proposta que tire seu funcionalismo da greve, tenta enfraquecer o movimento grevista com ação de interdito proibitório.

“A decisão tem caráter liminar e já estamos recorrendo, o banco usa essa medida como forma de não só enfraquecer nosso movimento, mas principalmente de tentar enganar os trabalhadores e trabalhadoras a voltarem ao trabalho achando que a greve acabou. Essas ações nada têm a ver com o exercício do direito legítimo de greve, se destinam, apenas, a assegurar a defesa da posse das agências. Em todo caso, nada justifica a utilização do interdito proibitório, já que a greve não representa risco necessário da posse do empregador. Portanto a greve continua por tempo indeterminado”, explica o diretor da Fetec-CUT/CN e empregado do Banco da Amazônia, Ronaldo Fernandes.

Do mesmo silêncio também compartilha o Banpará para não retomar as mesas de negociação específica, alegando que vai esperar a proposta da Fenaban. Em protesto, bancários e bancárias estenderam uma enorme faixa preta na matriz do banco em Belém.

“Nossas reivindicações não são só reajuste de salário, temos muitas outras demandas específicas no Banpará e que merecem a devida atenção do banco, como o plano de saúde para ascendente, descendente e aposentado; cesta aniversário correspondente a 50% do tíquete alimentação, além da folga já conquistada; PLR social a maior; anuênio dobrado, processo seletivo para funções comissionadas e não à indicação sem concorrência, bem como a renovação das cláusulas anteriores”, lembra a diretora do Sindicato e empregada do banco, Érica Fabíola.

Em Marabá, houve concentração na manhã de hoje na agência da Caixa na Velha Marabá, onde a categoria em greve organizou um café da manhã e debate sobre direito de greve.

“A nossa intenção foi esclarecer a categoria e a sociedade sobre a legalidade do nosso movimento, para que os bancários e bancárias não cedam à pressão dos banqueiros para enfraquecer a greve. Pautamos essa questão inclusive na imprensa de Marabá e seguiremos firmes na paralisação em busca de conquistas em nossa Campanha Nacional”, destaca o diretor do Sindicato em Marabá e funcionário do Banco do Brasil, João Taiguara.

Fonte: Bancários PA

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