CN2016: Adesões históricas de gerentes da Caixa e do BB marcam o 24º dia de greve no Pará

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Sem proposta decente aos bancários, não haverá sossego para os banqueiros. Esse foi o recado dado pela categoria bancária paraense nessa quinta-feira (29), 24º dia de greve nacional dos bancários e bancárias, que em Belém foi marcado por adesões históricas ao movimento paredista local.

Logo nas primeiras horas do dia, bancários e bancárias concentraram-se na Avenida Presidente Vargas, com carro som, cartazes, faixas, adesivos e bandinha, para garantir a paralisação histórica de todo prédio da superintendência do Banco do Brasil.

“Precisamos mostrar para os banqueiros nossa insatisfação com esse desrespeito nas mesas de negociação e a melhor forma é aderindo e fortalecendo a greve. Essa ação no Banco do Brasil foi estratégica, devido à baixa adesão que estamos tendo esse ano na instituição. Mas temos certeza que essa paralisação da Superintendência trará um impacto positivo ao nosso movimento e muitos colegas deverão vir para a greve a partir de amanhã em busca de vitórias nessa Campanha Nacional”, destaca o diretor do Sindicato e empregado do Banco do Brasil, Fábio Gian.

Gerentes da Caixa presentes na greve – A mobilização no Banco do Brasil chamou a atenção de bancários e bancárias (gerência média, supervisores, assistentes, caixas e TBNs) de outras grandes agências de bancos públicos que vieram para fortalecer ainda mais o movimento de greve e juntos com o Sindicato fizeram uma caravana pelas principais unidades da Caixa, na capital, para convencer outros colegas sobre a importância de se somarem à mesma luta que é também de toda a categoria.

“A posição do medo é a pior posição que a gente pode estar, a gente fica inerte, a gente não avança e nem retrocede, a gente fica simplesmente paralisado e nada acontece. Se não fossem pelas pessoas que nos antecederam como empregados dessa instituição ou como bancários talvez a gente não tivesse todos esses direitos que nós temos hoje. Na nossa vida se nós não posicionarmos, outras pessoas decidem pelo que a gente tem ou não direito. Eu sei que não é uma decisão fácil de tomar, dá medo, eu também estou; todos nós estamos, mas se nós estivermos juntos nós somos mais fortes”, conclamava uma bancária aos demais colegas, que mesmo a categoria em greve há 24 dias, ainda não veio pra luta.

“A adesão dos gerentes da Caixa foi uma injeção de ânimo e de força ao nosso movimento em busca de ganhos reais nos salários e outras conquistas, assim como pela retomada das mesas específicas nos bancos públicos, que seguem orientação do governo de se esconder atrás da mesa da Fenaban para dificultar ainda mais o processo de negociação com a nossa categoria. Vivemos uma conjuntura muito ruim para os trabalhadores no Brasil com o governo golpista de Temer que tenta trazer de volta a política do arrocho salarial, e isso está sendo percebido pela categoria bancária nessa Campanha Nacional. Estamos em momento crucial da nossa greve e quanto mais adesões como esta tivermos, melhor para nossa luta”, pontua a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Tatiana Oliveira.

Respostas à Fenaban – Todas essas ações de hoje em Belém foram uma resposta da categoria à proposta indecorosa apresentada pela Fenaban na 10ª rodada de negociação com o Comando Nacional dos bancários ocorrida ontem (28), em São Paulo, quando os banqueiros apresentaram a proposta de uma Convenção Coletiva de Trabalho com validade de 2 anos, sendo um reajuste de 7% mais abono de R$ 3.500,00 para 2016, e o índice do INPC mais 0,5% de ganho real nos salários para 2017. Vales e auxílios seriam corrigidos pelos referidos índices (veja aqui).

“Não há possibilidade alguma de concordarmos com uma proposta como essa apresentada pelos banqueiros, que querem a todo custo nos impor perdas salariais e nenhuma formulação que contemple reivindicações centrais para a categoria como emprego, saúde, vales, creche, piso, igualdade de oportunidades e segurança. A proposta foi, mais uma vez, rejeitada em mesa e seguiremos em greve até a apresentação de uma proposta decente”, afirma a presidenta do Sindicato e bancária do BB, Rosalina Amorim.

Fonte: Bancários PA

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