CN2016: No Banpará, greve heróica arranca um dos melhores acordos do funcionalismo

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Após 31 dias de uma paralisação histórica no Banpará, a greve do funcionalismo do banco chegou ao fim na noite desta quinta-feira (6). A aceitação da proposta do banco foi deliberada por ampla maioria em assembleia na sede do Sindicato em Belém.

“Sabemos que não foi a melhor das propostas, mas estamos diante de um governo enrijecido que não aceita negociar com os trabalhadores. Desde a década de 90, essa foi a maior greve que a categoria bancária já fez no país e merece destaque o abono de todos os dias parados, que desde 2004 tínhamos que compensar após a greve de 30 dias ir para dissídio. As nossas lutas por melhorias na nossa classe sempre irão continuar, nada nos impede de lutar mesmo em um acordo de dois anos”, destaca o diretor da Contraf-CUT, Adilson Barros que acompanhou as rodadas de negociação no Banpará.

Além de seguir a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o funcionalismo do Banpará conquistou reajuste de 45% no anuênio (de R$ 55,00 para R$ 80,00), 1% a mais na PLR Social que antes era de 4% e agora está em 5% distribuída de forma linear, promoção em janeiro de 2017 para todos os funcionários, com pelo menos um ano de banco, completado até 31/12/2016, porém em janeiro de 2017 começa uma nova contagem do marco; e a anistia de todos os dias parados.

“Foi uma greve heróica, de resistência e que trouxe bons resultados à categoria. Devemos sim comemorar nossas conquistas específicas e que eu considero a melhor de todos os principais bancos públicos, e tudo isso se deve à luta fervorosa e incansável desses guerreiros e guerreiras que eu tenho orgulho de representar. Chegamos onde poderíamos chegar e essas conquistas são frutos da nossa greve. A luta continua!”, destaca a diretora da CUT-PA e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.

PLR Fenaban e PLR Social – Conforme consta no acordo aprovado, a primeira parcela da PLR e o adiantamento de R$ 2.000,00 de antecipação da PLR Social estarão creditados na conta do funcionalismo neste sábado (8).

Confira aqui as principais conquistas no Banpará

Como saber se a proposta para 2017 é boa, se não sabemos o cenário econômico?
Em 2015, fizemos 21 dias de greve e conseguimos aumento real de 0,11% em uma conjuntura mais favorável aos trabalhadores. Diante de um governo que defende a retirada de direitos, manter todas as cláusulas da nossa CCT garantidas por dois anos e ainda reposição total da inflação mais aumento real de 1%, sem o desgaste da greve, é uma conquista da nossa mobilização este ano.

Mas o Sindicato não defendia o aumento real?
Defendia e defende. Em mais de uma dezena de reuniões com os bancos, o Comando Nacional dos Bancários insistiu na reivindicação do aumento real. Com a nossa luta, conseguimos avançar nos reajustes acima da inflação para vales e auxílios e garantimos elevação da primeira proposta de 6,5% para 8% com abono de R$ 3.500, além da reposição total da inflação mais aumento real de 1% em 2017. Não é a proposta que queríamos, mas é o acordo possível nessa conjuntura. Estamos chegando ao teto da greve e, após um mês, a grande imprensa começa a jogar os clientes contra a categoria, em um cenário em que o governo também investe contra os direitos dos trabalhadores. O Comando tem de ter responsabilidade com os bancários que fizeram os 30 dias de greve.

O acordo de dois anos não vai proibir que a categoria lute por outras pautas?
Muito pelo contrário. O acordo de dois anos vai permitir que os bancários se mobilizem contra a retirada de direitos, a terceirização, a privatização dos bancos públicos. Teremos garantido que não se repita o reajuste abaixo da inflação, quebrando a lógica do abono que os bancos queriam resgatar dos anos 1990. Durante o ano faremos nossas conferências e teremos mesas para debater com os bancos condições de trabalho, emprego bancário, agências digitais. E greve, inclusive, caso ameacem nossos direitos.

Como ficam vales e auxílios em 2017?
Assim como os salários, vales alimentação, refeição, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche, PLR e demais verbas, tudo será reajustado de acordo com a inflação mais 1% de aumento real. Ou seja, independentemente de quanto for a inflação (5%, 8%, 10%, o que for), os bancários terão direito à reposição desse índice mais 1% de aumento real.

 
Fonte Bancários PA, com SP Bancários

 

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