Ato denuncia o desrespeito no Banco da Amazônia por trás das câmeras

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Em uma das mãos dos dirigentes sindicais informativos de uma realidade que não se viu na coletiva de imprensa, no último dia 2, no Banco da Amazônia; na outra mão, cartazes que denunciam o desrespeito do banco para com seus funcionários, clientes e usuários.

Toda essa estrutura, em forma de ato, montada em frente à matriz do Banco da Amazônia, na manhã desta terça-feira (7), foi para cobrar a retomada das mesas de negociação específica do PCCS, Segurança e Plano de Saúde, paradas desde novembro do ano passado.

“Para a imprensa e a sociedade em geral, esse banco mostra uma realidade que não condiz com a que vemos no dia-a-dia do funcionalismo. O saldo positivo no balanço divulgado, em coletiva, pelo banco é fruto da dedicação de nossos colegas que seguem esquecidos à espera de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários digno, de uma Segurança que de fato proporcione a sensação de segurança que há anos não se sente e um Plano de Saúde em que o trabalhador custeie nada ou pelo menos o mínimo por um atendimento de qualidade”, destaca o vice-presidente da Fetec-CUT/CN e empregado do banco, Sérgio Trindade.

PCCS – Uma das conquistas da Campanha Nacional (CN) 2016 foi ter uma agenda para acompanhamento e discussão do Projeto de Gestão de Pessoas do banco, que englobaria os próximos passos da construção do novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) na empresa. Conforme a proposta apresentada pelo Banco da Amazônia e aprovada em assembleia que encerrou a greve em outubro do ano passado, essa mesa estava prevista para ocorrer até o dia 30 de novembro de 2016.

“Há uma série de pendências do Projeto de Gestão de Pessoas que precisam ser apresentadas às entidades sindicais, como os subprojetos de Plano de sucessão; Programa de treinamento e desenvolvimento; Modelo de avaliação por competências e de avaliação por resultados; Indicadores de desempenho; Distribuição de PLR; Estrutura de cargos, carreiras, funções; Pesquisa de remuneração e benefícios; Tabela salarial e enquadramento; Política de remuneração fixa e de benefícios. Ou seja, tem muita coisa parada e que precisa de encaminhamento e esclarecimentos”, destaca o vice-presidente do Sindicato e empregado do banco, Marco Aurélio Vaz.

Saúde – Outra conquista na CN 2016 foi o compromisso do banco de instalar a comissão paritária para discutir o Plano de Saúde dentro da Comissão Permanente de Relações Trabalhistas até dezembro do ano passado. Porém, uma intervenção do banco, que desrespeita o ajuste assinado com as entidades quanto à composição da representação dos trabalhadores na mesa, atrapalha o início dos trabalhos.

“Não podemos admitir que um assunto tão importante e urgente, esteja estagnado por causa de interpretações unilaterais do banco que não condizem com os preceitos legais”, pondera o diretor de saúde do Sindicato, Gilmar Santos.

Segurança – Assim como a saúde, a segurança também é um tema de extrema importância para a vida de todo trabalhador e trabalhadora. Segundo o texto do ACT 2016/2018, o banco deveria ter instalado, desde novembro do ano passado, “a comissão de segurança bancária com a composição paritária, conforme Cláusula SEGURANÇA BANCÁRIA do ACT 2015/2016 e compromisso assumido em reunião ocorrida com as entidades em agosto/2016”.

Fechamento de agências – E para finalizar o pacote de desrespeito do banco, a empresa anunciou no mês passado, em comunicado interno, o fechamento de 5 agências no país: 2 em Belém (a Ananindeua Castanheira e Belém Almirante Barroso), 1 no Amazonas, 1 no Mato Grosso e 3 no Maranhão. A justificativa foi de “reposicionamento estratégico”.

“A notícia caiu como uma bomba sobre os bancários e bancárias destas unidades, e desde quando fomos informados, junto com o funcionalismo, não medimos esforços em travar uma luta contra essa medida em defesa do emprego de todos os empregados e empregadas destas unidades, e de atendimento aos clientes e usuários que vem de outros municípios em busca de atendimento principalmente na agência Ananindeua Castanheira, localizada na BR 316, principal entrada e saída da Região Metropolitana”, observa o dirigente sindical e empregado do Banco da Amazônia, Luiz Otávio.

De lá pra cá, o primeiro encaminhamento tomado pelo Sindicato foi protocolar um ofício junto ao Banco da Amazônia em busca de uma reunião, em caráter de urgência, para tratar sobre o assunto. A entidade também já realizou ato em frente à agência de Ananindeua, dia também em que os clientes e usuários souberam do encerramento das atividades no local; além disso, adesivos informativos sobre o fechamento das duas unidades foram fixados nas fachadas desses locais. Dirigentes do Sindicato também se reuniram com os empregados e empregadas dessas unidades; outra reunião foi com o senador Paulo Rocha e o deputado estadual, Carlos Bordalo, ambos do PT, que já se mostraram favoráveis à luta.

O senador se comprometeu em articular com outros parlamentares da Amazônia para barrar o fechamento das 7 agências. Já o deputado assumiu o compromisso de agendar uma audiência pública na Câmara Municipal de Ananindeua para discutir o assunto com parlamentares do município, clientes e usuários.

A mais recente investida do Sindicato para reverter essa medida unilateral do banco foi a de ajuizar Ação Civil Pública junto à Justiça do Trabalho.

No documento, a entidade pondera “o fato de que as informações prestadas pela empresa ré são extremamente escassas e imprecisas, sendo certo que os empregados das unidades em vias de fechamento estão vivendo em estado de completa apreensão, sem saber se efetivamente perderão importantes verbas salariais (pelo descomissionamento) e mesmo onde passarão a trabalhar”.

Leia também: Sindicato aciona Justiça contra o fechamento de agências do Banco da Amazônia

 

Fonte: Bancários PA

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