Condições de trabalho e PLR são temas da primeira reunião com o novo superintendente regional Norte da Caixa

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Na última sexta-feira (31), os diretores do Sindicato dos Bancários, Tatiana Oliveira e Heider Alberto, reuniram-se pela primeira vez com o novo superintendente regional Norte do Pará, Guilherme Bacellar, para falar sobre condições de trabalho e PLR.

A reunião cobrou melhorias urgentes na estrutura da agência Cabanagem, que sofre com alagamentos e problemas de infraestrutura no prédio e nas ruas do entorno que estão intrafegáveis.

“Gostaríamos de sugerir à Superintendência da Caixa que reivindique junto à prefeitura de Belém uma ação urgente para garantir condições de acesso de veículos e pedestres à unidade, bem como o recolhimento da grande quantidade de lixo armazenado no local. Por dentro e por fora, a agência está em situação crítica há muito tempo, o que coloca em risco a segurança dos bancários, clientes e usuários”, aponta o dirigente sindical e empregado do banco, Heider Alberto.

Segundo o gerente de filial da Gilog, Paulo Mariano, em até 8 meses a obra do novo prédio da agência Cabanagem (na Trav. Tavares Bastos próximo a Av. Almirante Barroso) estará finalizada. No entanto, Paulo Mariano ressaltou que os gestores da unidade devem continuar solicitando os serviços de manutenção necessários ao prédio atual, pois as condições estruturais precisam ser mantidas.

Outro ponto debatido foi a diminuição do número de empregados com o PDVE, já que não têm ocorrido novas contratações, vários bancários e bancárias estão sofrendo com a sobrecarga de trabalho e a extrapolação da jornada em todo o Pará. A SR Norte afirmou que, de fato, não há perspectiva de novo concurso, devendo haver apenas movimentação de empregados observando onde há maior déficit.

Quanto à liberação do pagamento do FGTS de contas inativas, a SR afirmou que a política é de manifestação de interesse e alocação de empregados para o trabalho aos sábados, com pagamento integral das horas extras, qualquer tratamento diferente disso deve ser comunicado ao Sindicato.

A agência Shopping Formosa e Altamira também foram temas da reunião. Na Formosa o fluxo de atendimento social está acima do normal, e na agência Altamira, desde outubro do ano passado, o déficit seria de pelo menos 5 bancários, diante de uma LAP de 20 empregados. Uma ouvidoria interna foi aberta e uma denúncia chegou ao Sindicato relatando os problemas na unidade. A SR disse que vai acompanhar de perto o caso, verificando o que pode ser feito para amenizar as demandas de atendimento, após análise dos medidores internos da Caixa quanto à produtividade, além de sensibilizar os gestores quanto à resolução de demandas de clientes no primeiro atendimento, evitando a política de agendamento, o que sobrecarrega algumas unidades.

Jornada de trabalho – O Sindicato informou à Caixa que tem recebido várias denúncias quanto à pressão de alguns gestores para a extrapolação da jornada mediante a burla ao sistema de ponto eletrônico, tais práticas têm sido utilizadas como instrumento de gestão e incentivo ao atingimento de metas.

Segundo denúncias recebidas, um aplicativo é usado nos terminais para “derrubar” o relógio e impedir que o computador desligue após o registro de saída do empregado. Dessa forma, o bancário continua trabalhando sem o registro adequado das horas extras e assume solidariamente com a empresa o risco de estar na unidade fora do horário de trabalho. O Sindicato alerta o imenso risco dessa prática tanto para a empresa quanto para os empregados.

A Caixa negou o fato. A entidade ratificou o problema e informou que o aplicativo estaria circulando através de dispositivos portáteis de armazenamento, como o pendrive.

O Sindicato também pediu que a SR Norte converse com os gestores que ainda estariam ameaçando seus subordinados no sentido de que a não colaboração do empregado dificultaria a ascensão profissional. Um ofício reiterando esta questão será enviado pela entidade.

Pronunciamento do presidente da Caixa – No dia 28 de março, quando foi publicado o balanço, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi se pronunciou sobre temas que causaram desconforto e desconfiança entre os empregados quantos aos rumos da empresa; como o lucro apresentado de R$ 4,1 bilhões, muito longe do projetado pela Caixa em outubro, que era de R$ 6,7 bilhões, além do anúncio de fechamento de 120 agências e alterações radicais no Saúde Caixa.

Durante a reunião, os dirigentes sindicais também questionaram a SR, enquanto representação local da direção da empresa, sobre o pronunciamento do presidente do banco e também registraram o descontentamento dos colegas contras as medidas anunciadas.

PLR – “A demora na divulgação do balanço e a segunda parcela da PLR geraram desconfiança em relação à redução de 41% no lucro, já que quase todos os itens do balanço apresentaram melhoras, como o excelente resultado operacional que quase triplicou, crescendo 271,7%. O pronunciamento da empresa à imprensa revela um projeto para diminuir a atuação do banco, enfraquecê-lo e, talvez, justificar uma falsa necessidade de capitalização e privatização. Há muita preocupação com reestruturações e alterações no plano de saúde também”, destaca Tatiana Oliveira.

Para o Sindicato, no mínimo, a Caixa deveria utilizar como referência para o pagamento da PLR, o lucro líquido recorrente de R$ 4,967 bilhões e não o lucro líquido contábil de R$ 4,137 bilhões. Desta forma, a PLR adicional e a PLR Social teriam aumento de cerca de 20%, e a regra básica também teria seu valor elevado.

Segundo a SR Norte, a postura adotada pela Caixa foi no sentido de observar o cenário político e econômico atual. Quanto ao fechamento de agências, a Superintendência afirmou não ter conhecimento de nenhuma agência no Pará entre as definidas e acredita que todas têm condições de se recuperar e apresentar resultados positivos, conforme tem sido feito nos últimos anos com as que apresentavam déficit.

 

Fonte: Bancários PA

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