Solução para demora no atendimento está na contratação de mais bancários, defende Sindicato

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A agência Círio, da Caixa Econômica Federal, foi multada na semana passada por descumprimento da ‘Lei da Fila’, em R$ 10 mil, e R$ 20 mil pela reincidência.

A Lei Municipal 9005/2013 estabelece o limite máximo de 20 minutos de espera nas filas dos bancos, nos dias úteis, e de 30 minutos na véspera ou após feriados prolongados. As sanções variam de advertência por escrito, multa e em caso de reincidência, até a suspensão do alvará de funcionamento.

Segundo a Secretaria Municipal de Economia (Secon), que fiscalizou e aplicou as multas, para os bancos que usam sistema de triagem para entrega de senhas, o tempo de espera também é previamente contado e somado ao comprovante de atendimento.

Ainda de acordo com a Secon, somente no primeiro trimestre deste ano, 45 agências foram inspecionadas e 11 advertências foram aplicadas, todas por desrespeito ao limite de tempo estabelecido para atendimento.

Para o Sindicato, a solução do problema que não é realidade só na Região Metropolitana de Belém, sendo ainda pior no interior, está na contratação de mais bancários e bancárias. “É humanamente impossível que essa lei seja cumprida diante de tanta demanda e com poucos bancários e bancárias dentro das agências, que muitas vezes acabam sendo responsabilizados e até agredidos verbalmente e fisicamente por clientes e usuários insatisfeitos. A culpa não é do trabalhador e da trabalhadora, e sim dos banqueiros que ao invés de contratarem estão demitindo ou incentivando à aposentadoria antecipada ou demissão voluntária”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim.

Levantamento feito pelo Dieese comprova a afirmação da dirigente sindical. Segundo a pesquisa do Departamento, em 2016 foram 20.235 admissões contra 40.788 desligamentos, um saldo negativo de menos 20.553 postos de trabalho em todo o país.

“Não somos contrários às fiscalizações e multas. A lei existe e deve ser cumprida por todos os bancos públicos e privados, mas antes da preocupação com as fiscalizações, deve estar a preocupação com a contratação de mais trabalhadores e trabalhadoras. Com um número de bancários e bancária suficiente, a lei será respeitada e clientes e usuários também terão seus direitos, enquanto consumidor, garantidos; e principalmente a categoria não ficará sobrecarregada tendo que fazer jornadas de trabalho extenuantes”, ressalta o diretor de saúde do Sindicato, Gilmar Santos.

Reforma Trabalhista pode piorar o cenário atual – Se a proposta de Reforma Trabalhista for aprovada, a demora no atendimento pode ser ainda maior, uma vez que permite a terceirização irrestrita. Na prática isso significa que os bancos poderão contratar pessoas que não tenham formação relacionada com a prestação de serviços bancários e financeiros, como é hoje em dia, e muito menos será obrigatória a realização de concurso público.

Para o Sindicato, a única forma de barrar a retirada de direitos pelo governo Temer é a adesão de todos os bancários e bancárias, de bancos públicos e privados, à greve geral do dia 28. “Temos que reagir agora e tomar as ruas de todo o Brasil contra as reformas da Previdência e trabalhista e a terceirização irrestrita. Do contrário, vamos morrer trabalhando, pois todos os dias o governo Temer acha uma nova maneira de retirar direitos dos trabalhadores”, conclama Rosalina Amorim.

 

Fonte: Bancários PA com informações Agência Belém

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