Sindicato e Quadro de Apoio juntos contra a injustiça do Banco da Amazônia

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Entre desabafos sinceros e lágrimas que encontraram mãos para enxugá-las, a reunião entre o Sindicato e o Quadro de Apoio (QA), na noite de ontem (1º), na sede da entidade em Belém, foi para informar sobre a Ação Civil Pública (ACP), PCCS e também para definir estratégias de luta contra o descaso do banco para com os empregados e empregadas que fazem parte desse Quadro que existe há 32 anos.

ACP – As mais de 50 pessoas presentes puderam ouvir da assessoria jurídica do Sindicato, responsável pela ação, os esclarecimentos preliminares e sobre o início da tramitação do processo. Desde 2013 em pauta, barrada pela Justiça do Trabalho que erroneamente não reconhecia a legitimidade do Sindicato para propor a ação, finalmente entrará em discussão a partir da audiência inaugural no próximo dia 22 (quinta-feira) na 1ª Vara do Trabalho.

Após recurso levado ao TST que deu razão ao Sindicato, declarando a legitimidade da entidade para abertura do processo, as diligências da ação pedem as seguintes sanções:

:: Condenação do Banco da Amazônia na obrigação de permitir que os integrantes do Quadro de Apoio participem de todos os processos seletivos internos para provimento de todas as funções comissionadas existentes, independentemente de estarem vinculadas às atividades-meio ou fim;

:: Condenação do banco na obrigação de revisar o Plano de Cargos e Salários, de modo a permitir que os integrantes do Quadro de Apoio tenham ascensão funcional.

PCCS – Outra pauta importante debatida foi a reestruturação do PCCS, que injustamente exclui o Quadro de Apoio do novo modelo do Plano.

“Estamos lutando com todas as frentes que temos para que o banco reconheça o Quadro de Apoio, principalmente aos trabalhadores e trabalhadoras, que assim como os demais, também se dedicam pelo crescimento da instituição, mas em contrapartida não usufruem do mesmo reconhecimento e valorização que são estendidos à maioria do funcionalismo, sempre excluindo o QA com a desculpa que o quadro foi extinto. É inaceitável excluir 209 empregados como se elesnão existissem”, destaca o diretor do Sindicato que também faz parte do QA do banco, Sérgio Trindade.

Ato na matriz – Também foi definido durante a reunião que na próxima terça-feira (6), às 8h, haverá um ato público, organizado pelo Sindicato, contra o descaso do banco para com o Quadro de Apoio, que sempre é esquecido quando surgem oportunidades de valorização e reconhecimento.

“Como acreditar em quem ‘existe para desenvolver a Amazônia’, mas há décadas humilha, constrange, discrimina as suas pessoas? As pessoas existem! E essas pessoas trabalham e contribuem com esse banco! E agora damos um basta a tanto tempo de discriminação e de desrespeito”, desabafa uma empregada do Quadro que prefere não ser identificada e estará no ato de terça-feira.

Breve histórico – O Quadro de Apoio surgiu para dar suporte aos serviços de apoio do banco, sendo o ingresso através de teste seletivo externo.

Àquela época (1985), o banco não realizava concurso há 9 anos. Diante da diminuição do quadro funcional, por vários motivos, os empregados admitidos para o QA passaram a desempenhar serviços de igual porte aos desenvolvidos pelos Técnicos Bancários, tanto da matriz como os das agências.

O que se configurou como desvio de função durante os 21 anos em que o banco ficou sem novas contratações.

Para aproveitar a mão de obra existente, o Banco da Amazônia permitiu que os empregados do QA ascendessem, via concorrência interna, como a já extinta função de Operador de Rede de agências.

Em 1998, o banco comunicou a extinção do QA, mantendo os constituintes, porém sem reposição, permitindo aos que ficaram no Quadro o acesso às funções comissionadas. Contudo quem não conseguiu comissão e permanece no Quadro de Apoio não tem as mesmas oportunidades e sequer foi incluído no novo modelo de PCCS.

 

Fonte: Bancários PA

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