Quadro de Apoio existe e reage contra o desrespeito no Banco da Amazônia

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Aos poucos eles foram chegando. Ao invés de subirem para mais um dia de trabalho, eles se concentraram em frente à matriz para um dia de luta. Em minutos já eram centenas vestindo a mesma camisa. O uniforme preto trazia no peito os motivos que reuniam trabalhadores e trabalhadoras do Banco da Amazônia: “Quadro de Apoio existe!”, “PCCS já”.

“O histórico do Banco da Amazônia tem sido colocar em segundo plano os interesses efetivos dos trabalhadores e trabalhadoras. Estamos com um PCCS, desde 94, totalmente defasado, totalmente fora de uma realidade comparativa com os demais bancos públicos. Isso por si só representa dizer que este período foi de muitas perdas para colegas que chegaram no topo do cargo de TB e TC, na última faixa do encarreiramento, estarem há mais de 10 anos sem promoções, mas o mais grave de tudo é ter um Quadro de Apoio totalmente injustiçado na história do banco. Colegas que dedicaram grande parte da sua vida para o fortalecimento da instituição não tem merecido o devido valor e respeito, quando o banco apresentou um novo PCCS que diz que o Quadro de Apoio não tem nada a esperar e se contentar. Mas aqui nós estamos dizendo que queremos respeito transformando em ato o processo de luta em oportunidade para a valorização e ascensão profissional. Não aceitamos o congelamento da nossa condição de trabalhador do banco. Quadro de Apoio existe! Hoje é um dia histórico e a luta não termina aqui, estamos em outras frentes também, além dessa luta política, que é uma ação na justiça”, destaca o diretor do Sindicato que também faz parte do Quadro de Apoio, Sérgio Trindade.

O ato político, na manhã desta terça-feira (6), é uma resposta ao Banco da Amazônia, que na semana passada, apresentou um novo modelo do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que deixou de fora mais de 200 pais e mães de famílias que fazem parte do Quadro de Apoio.

“Quero falar que tenho muito orgulho de ser desse Quadro de Apoio, falo para o meu filho com muito orgulho. Não tenho vergonha de botar a camisa, não tenho vergonha de assinar SE6, SE5, qualquer coisa assim, porque eu construí esse banco, e tem muita gente que está aí que não sabe nem metade dessa história. Essa história nós sabemos, essa história nós construímos e nós não vamos ser descartados. Graças a Deus chegou a hora de a gente se organizar como um grupo, com serenidade, com inteligência para combater essa discriminação de tantos anos que a gente vem sofrendo. Quadro extinto é diferente de pessoa extinta. Nós estamos vivos, trabalhando, entregando resultados. Nós esperamos 30 anos por diálogo, 30 anos por respeito e agora não basta apenas conversar. Chega!”, desabafa a bancária Bianca Mascarenhas.

Ação Civil Pública – No próximo dia 22 acontece a audiência inaugural na 1ª Vara do Trabalho, quando finalmente entrará em discussão, na justiça, a situação do Quadro de Apoio.

“Há 4 anos esperamos por esse dia. Esses trabalhadores e trabalhadoras merecem o reconhecimento devido como os demais que fazem parte do quadro funcional do Banco da Amazônia. Se a empresa os exclui como números em uma planilha, nós não vamos desistir deles e nem da luta por tal valorização, seja nas mesas permanentes de negociação específica, seja na justiça. Queremos um PCCS justo!”, afirma o presidente eleito do Sindicato, Gilmar Santos.

Desde 2013, em pauta, barrada pela Justiça do Trabalho que erroneamente não reconhecia a legitimidade do Sindicato para propor a ação. Após recurso levado ao TST que deu razão à entidade, declarando a legitimidade para abertura do processo, as diligências da ação pedem as seguintes sanções:

:: Condenação do Banco da Amazônia na obrigação de permitir que os integrantes do Quadro de Apoio participem de todos os processos seletivos internos para provimento de todas as funções comissionadas existentes, independentemente de estarem vinculadas às atividades-meio ou fim;

:: Condenação do banco na obrigação de revisar o Plano de Cargos e Salários, de modo a permitir que os integrantes do Quadro de Apoio tenham ascensão funcional.

Comissão – No final do ato foi formada uma Comissão do QA para organizar e encaminhar assuntos junto ao funcionalismo. Além dos dirigentes sindicais, somam-se à Comissão os empregados e empregadas de base: Bianca Mascarenhas, José Ribamar (Beleza) e Júlio César.


Fonte: Bancários PA

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