Audiência pública unifica sociedade paraense em defesa dos bancos públicos

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Aud.BancosPúblicos 3Mobilizar a população em defesa dos bancos públicos com ações nas feiras e mercados populares. Realizar ato show em praça pública envolvendo bancários, urbanitários, trabalhadores e trabalhadoras dos Correios e demais categorias do campo e da cidade, movimentos populares de diversas frentes sociais, mandatos parlamentares populares comprometidos com a defesa dos bancos e empresas públicas. Esses foram os principais encaminhamentos construídos durante a audiência pública realizada na tarde dessa segunda-feira (16), no auditório João Batista da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em parceria do Sindicato dos Bancários com o mandato do Deputado Carlos Bordalo (PT) e da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor (CDHDC) da Alepa.

O evento contou com um público bastante representativo entre bancários e bancárias, dirigentes, delegadas e delegados sindicais bancários e de outras categorias, lideranças de movimentos populares e trabalhadores e trabalhadoras em geral. Dentre os representantes da categoria bancária na mesa de trabalho estiveram o presidente do Sindicato do Pará, Gilmar Santos, o dirigente da Contraf-CUT, Wagner Nascimento, o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o diretor da ANABB Pará, Fábio Gian Pantoja. Os demais integrantes da mesa foram Valdeci Tosi (Banco da Amazônia), João Batista (OAB Pará), Gercina de Araújo (Rede Feminista de Economia Solidária), Euci Ana Gonçalves (presidenta da CUT/Pará), José Marcos Araújo (CTB Pará) e o deputado estadual Lélio Costa (PCdoB).

Aud.BancosPúblicos 19Na abertura da sessão o deputado anfitrião e presidente da CDHDC da Alepa, Carlos Bordalo, destacou que os bancos têm reduzido a rede física de atendimento à população e citou que de janeiro a maio desse ano foram fechadas 929 agências bancárias em todo país, segundo o Banco Central, sendo que somente o Banco do Brasil fechou 563 unidades no primeiro trimestre de 2017. Nesse sentido, o deputado informou que ingressou com um Projeto de Resolução para constituição de uma Frente Parlamentar de Defesa dos Bancos Públicos na Assembleia Legislativa do estado.

“Os bancos públicos têm grande importância para a sociedade brasileira, em especial para os mais pobres. Não é possível falar em desenvolvimento sem crédito, pois sem crédito não há emprego. Hoje 56% do crédito ofertado no Brasil vêm dos bancos públicos e, no Pará, esse percentual sobe para mais de 80%. Precisamos manter essa oferta de crédito, principalmente em períodos de crise, inclusive com bancos regionais e estaduais que financiam a agricultura familiar e pequenos empreendedores. Na contramão disso o que vemos é a estratégia do governo federal de destruição dos bancos públicos, com reestruturações e retirada de linhas de crédito para educação, habitação, para a população mais pobre, e os ameaça de privatização, como no caso da Caixa Econômica. Defender os bancos públicos significa defender um país melhor, mais desenvolvido, menos desigual e mais justo”, afirma o deputado Carlos Bordalo.

Aud.BancosPúblicos 4O presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos, ressaltou que o movimento de ataque à democracia que o país enfrenta há dois anos, desde que se colocou em prática o golpe parlamentar, jurídico e midiático que está em curso e capitaneado pelo presidente golpista Michel Temer (PMDB/PSDB), foi apenas o primeiro passo para os ataques de toda elite nacional e internacional contra a sociedade e a classe trabalhadora brasileira. Para o dirigente sindical, a efetivação da política de estado mínimo, de arrocho salarial e austeridade fiscal pretendida com esse golpe se coloca agora com a pauta da privatização das empresas estatais e bancos públicos.

“Quando solicitamos essa audiência pública foi para colocarmos o Pará em consonância com o movimento dos bancários no país, que está chamando audiências em casas legislativas pelo Brasil afora, para mostrar à sociedade que se queremos sair da crise econômica em que nos encontramos, não podemos entregar nosso patrimônio público à iniciativa privada e aos interesses do mercado, pois foram os bancos públicos que ajudaram o país a superar a crise econômica mundial de 2009 a 2013. Precisamos dos bancos públicos para o nosso desenvolvimento social, econômico, cultural e, acima de tudo, para garantir a nossa soberania nacional e, para isso, estaremos em todas as frentes de luta”, destacou Gilmar Santos.

Aud.BancosPúblicos 15O diretor da ANABB Pará, Fábio Gian, afirmou que para defender os bancos públicos também é importante defender as entidades ligadas a essas instituições e lembrou que “a Cassi e a Previ, que cuidam da assistência de saúde e da previdência dos funcionários do Banco do Brasil, respectivamente, estão ameaçadas de terceirização e sofrem diversos ataques no processo de investigação da CPI de Fundos de Pensão, e isso também fazem parte do plano de desmonte dos bancos públicos”.

Aud.BancosPúblicos 6Para Wagner Nascimento, que representou a Contraf na audiência pública, o evento foi de grande importância pela participação de diversas representações de movimentos que dependem da atuação dos bancos públicos, como os movimentos de moradia e agricultura familiar. “O Pará é um grande polo da região amazônica e os bancos públicos representam cerca de 80% das operações de crédito no estado”, argumenta o dirigente.

Aud.BancosPúblicos 8Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, parabenizou o Sindicato dos Bancários e a Comissão de Direitos Humanos da Alepa pela iniciativa. “Essa audiência permite informar a sociedade do que está ocorrendo com os bancos públicos e as ameaças do governo de privatizá-los, e mostrar que com isso a sociedade brasileira perde instrumentos de desenvolvimento econômico e social”.
O Sindicato realizou transmissão ao vivo pela sua página no Facebook, onde estão disponíveis os vídeos da audiência pública que podem ser visualizados AQUI.

 

Fonte: Bancários PA

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