Banco Central faz maior ação em mais de dois anos para conter dólar

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O Banco Central fez a maior interferência no mercado de câmbio em mais de dois anos para conter a alta do dólar, que chegou a subir 1,2%. Ainda assim, a moeda terminou o dia no maior preço (R$ 2,163) desde 1º de maio de 2009, com alta de 0,1%.

A autoridade monetária fez mais dois leilões de swap cambial tradicional, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro –totalizando oito atuações desse tipo nos últimos 15 dias.

O valor colocado no mercado ontem, US$ 4,49 bilhões, foi o maior em leilões do BC ao menos desde o início de 2011. A maior intervenção neste ano, até então, tinha ocorrido na semana passada: US$ 2,1 bilhões.

Na avaliação de analistas, a perspectiva de retirada dos estímulos econômicos nos EUA continua pressionando o dólar para cima. O BC americano recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos a fim de injetar recursos na economia.

Se houver sinais mais claros de que esses estímulos possam ser reduzidos –e investidores estarão atentos ao pronunciamento, hoje, do presidente do BC dos EUA, Ben Bernanke, em busca de pistas –, crescerá no mercado a aposta de elevação, no futuro, do juro americano.

O juro mais alto deixaria os títulos do Tesouro dos EUA, considerados de baixo risco, mais atraentes aos investidores globais do que aplicações em mercados emergentes.

Por enquanto, porém, especialistas dizem acreditar que as medidas de estímulo vão começar a ser retiradas apenas no ano que vem.

Volume de negócios – Na avaliação de Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o Banco Central brasileiro está entrando no mercado mais para aumentar o volume de negócios do que para conter a alta do dólar.

“Por isso as intervenções têm sido feitas em diferentes níveis de preço do dólar”, diz. “Ontem, a moeda chegou a R$ 2,18 antes do leilão. Se o BC quisesse segurar a cotação, teria atuado antes de o preço chegar a isso.”

Bolsa – Em dia de alta das Bolsas americanas e estabilidade das europeias, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações do Brasil, subiu 0,76%, com a ajuda dos papéis da Vale (alta de 2,3%).


Fonte: Folha de São Paulo

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