Banco quer economizar na picuinha, diz que não volta atrás e parece ter esquecido que foram os colegas que produziram o lucro de R$ 3,5 bilhões no segundo trimestre em plena pandemia de Covid-19
O Bradesco é um banco elogiado por bancários e bancárias por ser mais compreensivo que a média. Estimula a amizade e o convívio dos colegas, mas de uma hora para outra, em meio a uma pandemia com jornadas exaustivas, o banco resolveu deixar os trabalhadores e trabalhadoras sem café e lanche.
“É muita picuinha para um banco que lucrou R$ 3,5 bilhões no segundo trimestre deste ano. Foi sim um lucro 42% menor do que o registrado no mesmo período de 2019. Mas já é um lucro superior 3,6% em relação ao primeiro trimestre de 2020. E sabe qual foi um dos principais fatores da queda de lucro? O banco segurou dinheiro naquele velho truque da Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) e quer economizar nas costas dos trabalhadores. Não computa como lucro pensando que os clientes terão mais dificuldades para pagar suas dívidas. E guarda o dinheiro”, explica o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.
E o que acontece mais adiante? Esse lucro volta a ser bem maior porque o PDD nunca saiu de dentro do Bradesco, quer dizer, sempre foi lucro. Moral da história: não tem crise para o Bradesco, nem motivo para cortar lanche e cafezinho.
Afinal, como dito acima, o lucro cresceu em tempo de pandemia com uma economia parada e queda de quase 10% do PIB. Além disso, quando foi confirmado o primeiro caso de covid-19 no país, os bancos foram o primeiro setor da economia a ser socorrido pelo governo federal. Só em incentivos fiscais, os banqueiros ganharam R$ 1,2 trilhão.
O Sindicato irá continuar de olho para saber se o Bradesco começa a praticar uma política de picuinha mesmo que a matriz indique que o banco não voltará atrás.
“O Bradesco desmotiva justamente aqueles que são os responsáveis pelos lucros sucessivos do banco: os funcionários. Uma pena. Parece até uma política que lembra uma famosa novela dos anos 1990: qual será o próximo corte no Bradesco?”, indaga o diretor de bancos privados do Sindicato, Sandro Mattos.
Fonte: Bancários PA com Sindbancários
