Caos na agência Doca em Belém

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O Sindicato tem acompanhado o verdadeiro caos que se instalou nas agências do Banco do Brasil após a reestruturação implementada no final do ano passado. O último relato que nos chega refere-se à unidade da Doca após visita de rotina do diretor Fábio Gian, que também é funcionário do Banco do Brasil.

Na tarte de ontem (6), fomos informados que no início desta semana, uma cliente, de cerca de 80 anos, que havia deixado a Superintendência do BB, se dirigiu à Doca, após assim ter sido orientada, a procurar esta unidade. Tal cliente era oriunda de uma das agências que foram fechadas e queria ser atendida na sua agência de origem, que não existe mais. O que se ouviu é digno de um roteiro de terror macabro em pleno centro de Belém, em uma agência pioneira na implantação dos modelos 2.0 da cidade.

Segundo relatos, a cliente gritava dentro da agência que a haviam roubado e agrediu diversos funcionários verbalmente, tendo inclusive uma funcionária que chegou a ser agredida fisicamente, ficando com lesões corporais. A Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram ao local e conseguiram conduzir a cliente para fora do estabelecimento muito tempo depois.

As consequências da desastrosa política do banco já podem ser observadas: humilhações sofridas pelos bancários através de agressões físicas e verbais; adoecimentos, já que foram verificados quadros de pressão arterial sistólica superior a 200 mm Hg, podendo configurar hipertensão severa; além de afastamentos do trabalho e do medo constante que se instalou entre os trabalhadores bancários da unidade.

Após três dias do fato, nenhuma atitude concreta foi tomada pela administração do BB no sentido de resolver o problema.

Grande parte dessa tragédia tem origem no modelo que o BB implementou de atendimento em suas agências, reforçado no início deste ano com o fechamento de 4 unidades e da criação de escritórios de atendimento virtual com a transferência de milhares de contas para outras unidades sem o conhecimento de parte desses clientes, além da saída de diversos funcionários em planos de aposentadoria sem a reposição de vagas. A agência Doca recebeu mais de 5 mil contas da unidade da 9 de janeiro, uma das agências que fechou.

Porém, a agência Doca não recebeu os funcionários da unidade da 9 de Janeiro. Pelo contrário, perdeu 11 funcionários entre transferências e aposentadorias. É de se lamentar a lógica que norteia o banco: receber 5 mil novos clientes e despachar 11 bancários, refletindo a vida real a que estão submetidos os trabalhadores do banco devido uma péssima política de gestão da empresa que não prioriza a dignidade das pessoas, seja funcionários ou clientes.

Muito além da propaganda alardeada pelo banco na grande imprensa, o que nos resta é uma montanha de insatisfação, de medo, de noites sem dormir, de prantos… causados pela incerteza de mais um dia de trabalho em uma agência sem a menor estrutura para um atendimento respeitoso.

O Sindicato orientou os funcionários a procurarem ajuda médica especializada, além de registros de ocorrência policial, disponibilizando sua estrutura jurídica e de orientação em abertura do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). A entidade sindical também está verificando agenda de reunião com a superintendência no intuito de resolver o problema de modo que evite episódios como estes.

É dever do Banco do Brasil zelar pela integridade física e emocional de seus trabalhadores no local de trabalho. Se assim não o fizer, a ação sindical será severa, o que envolve alertar a presidência e diretorias do banco com todas as provas disponíveis, além de paralisações dos serviços da unidade.

É o que temos a relatar nessa semana em que se comemora o Dia Mundial da Saúde.

 

Sindicato dos Bancários 

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