Um dos significados da cor preta é o luto, no caso da categoria bancária, em especial o de bancos públicos, a cor representa 
luta, e por isso muitos bancários e bancárias da Caixa saíram de suas casas para trabalharem hoje, Dia Nacional de Luta, vestidos de preto. Um protesto sem falas, no próprio local de trabalho, durante toda a jornada.
Mas lá do lado de fora da agência Círio, na Avenida Presidente Vargas, em Belém, dirigentes sindicais, alguns também bancários e bancárias da Caixa, faziam o barulho que não podia ser feito do lado de dentro, através de falas e encenações, que dialogavam com quem esperava na fila por atendimento.
“A Caixa é o alvo da vez do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB/PSDB), que segundo notícias veiculadas pela imprensa, pretende abrir o capital da Caixa, e caso isso se concretize, o banco perde o seu caráter de empresa 100% pública e passará a ter que responder aos investidores. Na prática, isso significa corte de pessoal, precarização do trabalho, fim de muitos serviços que são oferecidos à população exclusivamente pela Caixa, como o Fies, pagamento do Bolsa Família, financiamento do Minha Casa, Minha Vida”, explica o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.
O Dia Nacional de Luta acontece no mesmo dia em que o Conselho de Administração da Caixa pode votar as alterações no estatuto da empresa. Entre os itens há mudanças que interferem no direito dos trabalhadores e uma transformação substancial, fazendo com que a instituição se torne uma sociedade anônima (S/A).
A conselheira eleita Rita Serrano, que representa os empregados e empregadas no Conselho e também coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, lembra que quando a lei 13.303/16 (Estatuto das Estatais) foi promulgada, em junho passado, o item que obrigava as empresas públicas a se tornarem S/A já havia sido retirado, assim como o que tratava da abertura de capital e da mudança na composição acionária, depois de muita mobilização e pressão das entidades que representam os trabalhadores.
“Se com luta e mobilizações conseguimos tirar da pauta a possibilidade de abertura do capital da Caixa, seguimos nessa resistência em defesa da manutenção dos nossos empregos e contra o retrocesso. A Caixa é importante para todo o povo brasileiro, seja bancário, bancária, cliente ou usuário”, define a vice-presidenta do Sindicato e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.
A administradora e cliente da Caixa, Janilda Gonçalves, que veio de Barcarena para abrir uma conta na agência Círio, em Belém, sabe muito bem da importância da Caixa. “Aqui a gente tem juros e taxas menores, aqui que temos os outros serviços de programas do Governo Federal, como o Minha Casa, Minha Vida. Apesar da demora, da fila, o atendimento na Caixa é melhor do que em outros bancos, onde a espera é muito maior. Sabemos que a culpa não é dos bancários, eles se viram como podem, mas são poucos e muita gente para atender. Se privatizar o que já não é muito bom pode ficar ainda pior”, comenta.
Ano que vem tem eleição – O diretor do Sindicato e também bancário da Caixa, Heider Alberto, destacou que além da resistência e mobilizações, é preciso fazer a escolha consciente de quem eleger para representar o país. “Chegamos a esse ponto graças aos vários golpistas e corruptos eleitos, que invés de representar o povo que os elegeu, pensam no próprio bolso. Precisamos refletir muito bem em quem vamos votar nas eleições do ano que vem, se de fato o candidato representa os interesses da classe trabalhadora e vai defendê-los em toda e qualquer circunstância”, explica.
#DefendaACaixaVocêTambém – A mobilização do Dia Nacional de Luta na Caixa vai tomar conta também das redes sociais. Tuitaços com a hashtag #DefendaACaixaVocêTambém serão realizados em três horários: de 8h às 9h, das 17h às 18h e das 20h às 21h. O objetivo é mobilizar todo o país com postagens, no Twitter e no Facebook.
No dia 3 de outubro, a Fenae lançou, no Rio de Janeiro (RJ), a campanha nacional “Defenda a Caixa você também”. A iniciativa, em parceria com as Apcefs, Contraf-CUT, sindicatos e as centrais CUT, CTB, Intersindical e Conlutas, conta com o apoio de trabalhadores e representantes de entidades de vários segmentos do país. O objetivo é mostrar como o banco é essencial em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura, agricultura, gestão do FGTS, entre outras.
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Fonte: Bancários PA, com informações da Fenae
