Cinzas de Frei Henri são entregues aos Sem Terra do Pará

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Na manhã do último sábado (14), cerca de 350 jovens Sem Terra da Amazônia se reuniram na curva do S, em Eldorado do Carajás, no Pará, para o 13° Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra – Oziel Alves Pereira.

Pela manhã, os jovens visitaram o cemitério situado no município de Curionópolis, onde as vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás foram enterradas. Durante a tarde aconteceu no acampamento Frei Henri, localizado na PA 275, o ato ecumênico de entrega das cinzas de Frei Henri Burin des Roziers às famílias do MST.

O frade francês e advogado viveu no Brasil por mais de 30 anos. Tornou-se um dos maiores defensores dos direitos dos trabalhadores rurais e camponeses na Amazônia.

Estavam presentes autoridades e familiares do frade dominicano, agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), professor Maurílio de Abreu Monteiro, membros da direção nacional e representantes de outros movimentos sociais.

Já no domingo (16), a juventude bloqueou a na curva do ‘S’, em memória dos 19 trabalhadores Sem Terras massacrados. O bloqueio de meia hora, acontece todos os anos às 17h, para lembrar o momento exato do massacre ocorrido em 17 de abril de 1996.

Durante a interdição, João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, falou sobre o papel da juventude na na atual conjuntura em que o país enfrenta.

“Juventude, agora a missão de vocês. Vocês terão a tarefa de organizar, conscientizar o povo, até que um dia esse Brasil seja liberto”, declarou.

O acampamento contará com atividades políticas e formativas em defesa democracia, além de momentos de denúncia à prisão arbitrária do ex-presidente Lula e de padre Amaro, que foi preso no último dia 27 de março em Anapu. Amaro era braço direito da missionária norte-americana Dorothy Stang e considerado seu sucessor.

O assassinato da deputada Marielle Franco e Anderson Gomes também foi lembrado, além de Fusquinha e Doutor, integrantes do MST, assassinatos há 20 anos também foram lembrados.

 

Fonte: MST

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