Bradesco abandona funcionários da região Nordeste do Pará

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Sindicato presente em São João da PontaSem banheiro e sem água para beber; assim trabalha o único bancário do Posto de Atendimento Avançado (PAA) do Bradesco em São João da Ponta, nordeste do Pará. A unidade já foi alvo de bandidos duas vezes em menos de um ano. Depois de ter uma arma apontada para a cabeça, o bancário pediu transferência. O Bradesco cedeu outro funcionário da agência Curuçá, a qual o PAA de São João pertence.Posto de São João da Ponta sem segurança, banheiro e água para beber

A jornada de trabalho do bancário cedido começa cedo, já que todos os dias ele tem que sair e voltar para Castanhal, onde reside, e depois do expediente de mais de 8 horas, encontrar forças para ir à faculdade e não interromper os estudos.

Bebedouro não funcionaOntem (19), os diretores do Sindicato dos Bancários, Heládia Carvalho e Márcio Saldanha, foram até São João da Ponta e ficaram perplexos com a falta de condições básicas de trabalho. “Em uma rápida conversa com o funcionário percebemos o quanto está sendo difícil pra ele continuar naquela unidade, pois além de não ter um banheiro e um bebedouro para tomar água, o PAA não tem nenhum equipamento de segurança para proteger a vida do bancário e também dos clientes e usuários, sem falar do desvio de função, já que ele há dois anos foi contratado como caixa, mas nunca atuou na função. A sensação que tivemos foi de abandono e total desrespeito do banco que na verdade é um banco completo de irregularidades. Até hoje nenhum representante do banco em Belém foi até São João para comprovar tudo que vimos”, afirmou a diretora do Sindicato e funcionária do banco, Heládia Carvalho.

Durante a visita da entidade, cerca de 8 clientes aguardavam atendimento, todas mulheres e também receosas com a falta de segurança no local. Uma das clientes é esposa de uma das vítimas que estavam no banco, à espera de atendimento, durante o assalto do último dia 5.Sindicato também esteve na agência Curuçá

Com o deslocamento do bancário para São João da Ponta, os dois funcionários da agência Curuçá ficaram ainda mais sobrecarregados. Curuçá foi o segundo destino dos dirigentes sindicais que foram até o município para cobrar do gerente providências urgentes no PAA. “Conversamos com o gestor que disse desconhecer a situação do posto; então mostramos as fotos e ele disse que no mesmo dia entraria em contato com Belém para solicitar o retorno do bancário enquanto um banheiro é construído no local e o bebedouro consertado. Deixamos claro para o gerente que se nada fosse feito o mais rápido possível, iríamos retornar ao município para fechar a agência até que o problema em São João da Ponta fosse resolvido”, informou outro diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.

No PAA de Terra Alta, banheiro improvisadoNo caminho de volta para Belém, mais uma parada, dessa vez no Posto de Atendimento Avançado de Terra Alta, que pertence à agência de Castanhal. Assim como em São João da Ponta, a unidade não tem nenhum dispositivo de segurança; mas água e banheiro, pelo menos as bancárias têm. Contudo, o banheiro foi instalado depois da inauguração do PAA e de forma bem improvisada, no meio de instalações elétricas que abastecem a unidade e no mesmo espaço onde funciona uma espécie de copa.

“No final do mês passado, o Sindicato apresentou ao novo diretor regional da área Norte do Bradesco os principais problemas das agências e postos na capital e interior do Pará: falta de segurança, de condições de trabalho, transporte de valores feito de forma irregular. Esperamos que ele de fato dê atenção às nossas reivindicações que também são do funcionalismo e mude para melhor a realidade dos trabalhadores e trabalhadoras do Bradesco no estado”, reforçou o diretor de bancos privados e funcionário do banco, Saulo Araújo.

Providências – Além de reunir com o gerente de Curuçá, o Sindicato entrou em contato com a gerência regional em Belém para informar todos os problemas fotografados pela entidade, em especial os de São João da Ponta.

Por telefone, a gerência regional disse que não sabia da situação até a nossa ligação; mas que ainda hoje um engenheiro iria até o município para verificar a possibilidade de se construir um banheiro no local ou mudar de prédio, enquanto isso o PAA deve ficar fechado e o bancário retornará para Curuçá.


Fonte: Bancários PA

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