Por ampla maioria, em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (30) no auditório do Sindicato, a categoria do Banco do Brasil no Pará reavaliou a decisão da assembleia de ontem (29) e resolveu aprovar a proposta da Fenaban e do Banco do Brasil apresentadas em mesa de negociação ao Comando Nacional dos Bancários e Bancárias. Dessa forma, não haverá mais a deflagração de greve no BB na próxima segunda-feira, dia 3 de setembro.
Os presentes levaram em consideração o fato de o Pará estar isolado no cenário nacional da categoria, tendo em vista que a grande maioria do funcionalismo do Banco do Brasil aprovou a proposta do banco em assembleias realizadas ontem nos sindicatos dos bancários do restante do país. Por esse motivo, o banco respondeu ao oficio do Sindicato dos Bancários do Pará que comunicou a decisão a assembleia de quarta-feira 29, que as negociações estavam encerradas.
Outro fator que pesou na reavaliação da assembleia foi o fato de o Acordo Coletivo do Banco do Brasil estar previsto para ser assinado nessa sexta-feira 31, em São Paulo, e as bases dos Sindicatos que estariam fora da assinatura do acordo corriam o risco de não ter o pagamento de uma série de benefícios e de não ter garantia de direitos firmados no processo de negociação e aprovados em assembleias.
O Sindicato dos Bancários do Pará ratificou à plenária que a convocação da assembleia para a noite de hoje cumpriu todos os ritos estatutários, sobretudo pela manifestação de 1.222 funcionários do Banco do Brasil em todo o estado que foram signatários de um abaixo assinado entregue na tarde de hoje à entidade sindical solicitando a realização da assembleia, sem contar o fato de a assembleia de quarta-feira que aprovou a greve no BB dar à ela própria o caráter permanente para tomada de decisões da categoria.
“No cenário atual de fim da ultratividade das convenções e acordos coletivos, e também em virtude da maioria das bases onde há Banco do Brasil, principalmente as de grandes concentrações desses trabalhadores e trabalhadoras, consideramos acertada a decisão dos colegas aqui do estado do Pará, pois a luta é para ser feita na unidade de todos e todas, e o isolamento só levaria a categoria do Pará a prejuízos pelo termino da validade do ACT 2016/2018. Sabemos que não é uma decisão fácil, pois temos certeza que os bancos, inclusive o BB, poderiam oferecer muito mais, mas fechar um acordo segundo a lógica de ganho real nos mantém num patamar diferenciado, pois a maioria dos acordos e convenções coletivas tem ficado abaixo da inflação ou com apenas a reposição da mesma”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e funcionário do Banco do Brasil, Gilmar Santos.
Proposta aprovada pelos funcionários do Banco do Brasil
>A redução para 30 minutos de intervalo de almoço com jornada de oito horas só pode ser aplicada se o colega desejar. Já para os funcionários de seis horas será mantido o modelo de 15 minutos atual, sem registro de ponto. Mudanças serão discutidas na mesa permanente com o banco.
> No caso de horas extras, o tempo mínimo de intervalo para o funcionário de jornada de seis horas poderá ser de 30 minutos. Diferente de como acontece atualmente, no qual o funcionário é obrigado a fazer uma hora de intervalo.
> Os funcionários terão seis meses para a compensação das horas extras com folgas, sendo um dia acumulado para um dia folgado. Se a compensação não ocorrer em seis meses, o banco tem que pagar a hora extra no mês subsequente com adicional de 50%.
> Está mantido o mesmo modelo de PLR no Banco do Brasil e o pagamento do primeiro semestre, assim como nos anos anteriores, será logo após a assinatura do acordo, caso seja aprovado.
> Foi conquistada na última reunião, em 22 de agosto, a manutenção da cláusula do Acordo Coletivo que garante a observação de três ciclos avaliatórios consecutivos de GDP com desempenhos insatisfatórios, para efeito de descomissionamento.
> O acordo mantém a mesa temática sobre Saúde e Segurança no Trabalho e acrescenta duas novas mesas temáticas sobre Teletrabalho e Escritórios Digitais e Entidades Patrocinadas de Bancos Incorporados.
> O trabalhador poderá optar pelo recebimento do vale-transporte em dinheiro ou em cartão magnético. A proposta também inclui um dia de luto para falecimento de padrastos e madrastas do funcionário.
> Mesmo os hipersuficientes, com salários acima de 11.291,00 estão contemplados com o Acrodo Coletivo Específico e a Convemnção Coletiva de Trabalho.
Fonte: Bancários PA
