8 meses como técnico bancário, todos eles pagando plano de saúde, já que uma das alterações nas regras do plano do funcionalismo da Caixa, o Saúde Caixa, não dava cobertura aos novos bancários e bancárias.
“Demorei 6 meses para receber reembolso. De 50% do que eu já tinha pagado”, conta Igor Costa.
Uma das conquistas para o ACT 2020/2022, que foi votada em assembleia virtual dias até hoje, foi a inclusão de todos os novos empregados e empregadas no plano de saúde do banco.
“Essa conquista do Saúde Caixa me motivou inclusive a me sindicalizar, pois eu me sentia um estranho no ninho, vendo todos os funcionários antigos com o Saúde Caixa, e eu com plano de mercado regional; enquanto que o da Caixa é nacional e bem melhor”, destaca.
Além dessa vitória, o Igor começa a semana posterior ao Dia do Bancário e da Bancária com mais um triunfo na vida profissional, agora será assistente de varejo.
“A luta deles (diretoria do Sindicato na pessoa do presidente, Gilmar Santos e da vice, Tatiana Oliveira) em manter as conquistas sem abrir mão, e sem retrocessos também foi primordial para minha decisão de me sindicalizar”, explica o bancário.
Igor também reconhece que as negociações chegaram ao máximo que poderiam num momento econômico e social, pelo qual o Brasil passa em meio a uma pandemia, e que a luta e a unidade da categoria fez toda a diferença.
“Nenhuma categoria está tendo reajuste. E a nossa vai ter o reajuste de 1.5% que não alcança a inflação, mas vamos ter o abono e nossa PLR nos moldes anteriores. Achei muito bom esse acordo para o momento que estamos vivendo”, avalia.
Foram nove rodadas de negociação até a direção do banco permitir também a manutenção do modelo 70/30, do pacto intergeracional, mutualismo e da solidariedade do Saúde Caixa.
“Nossos colegas precisavam e nos cobravam isso, desejamos juntos, lutamos juntos e felizmente conseguimos. Com a rotina de bancário e a precarização no SUS, é difícil conseguir uma consulta num horário fora de expediente e de qualidade, a inclusão deles veio em boa hora, e não retirada de direitos, mais ainda. Não foi uma negociação fácil, o cenário todo que nos encontramos era desfavorável, tentamos, insistimos em tudo aquilo que era possível e garantimos pro ano que vem reposição da inflação com ganho real”, comenta a vice-presidenta do Sindicato e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.
A nona proposta para o Saúde Caixa conta com uma contribuição do titular de 3,5% do salário e 0,4% por dependente, com teto de 4,3%. A coparticipação passa a ser 30% de cada dependente e o teto por grupo familiar de R$ 3.600. Houve redução do dependente indireto para a maioria, que saiu de valor fixo de R$ 110,00 para 0,4%. Além disso, não há mais a coparticipação para internação e tratamento oncológico e o atendimento em pronto socorro, coparticipação de R$ 75. Todas as mudanças iniciarão a partir de janeiro de 2021.
O modelo inclui ainda a valorização do Grupo de Trabalho (GT) do plano, responsável por definir soluções para a sustentabilidade do plano, com participação dos empregados. Em 2022, será implementado o que for definido em consenso entre os empregados e a Caixa.
De acordo com o médico consultor da CEE/ Caixa e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Albucacis de Castro Pereira, a negociação foi complexa, mas a CEE/Caixa conseguiu manter o plano diante da dificuldade que passa o Brasil e o mundo em relação aos custos de saúde que não acompanham o aumento do salário do trabalhador. “Apesar da dificuldade manteve-se a característica do plano de mutualidade, solidariedade, pacto intergeracional e o 70/30. Foi uma vitória da Comissão que conseguiu o Saúde Caixa para todos os empregados”, avaliou.
O médico consultor ainda salientou a importância da oxigenação do plano, com a entrada dos novos empregados.
PLR e PLR Social
A Caixa acatou a reivindicação e manteve a PLR e a PLR Social. A proposta acompanha o que foi pactuado na mesa única da Fenaban. A Caixa informou ainda que a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) limitou a PLR e PLR Social em no máximo três Remuneração Básica (RB) por empregado.
O banco informou que a trava é em decorrência da extrapolação do teto de pagamento de PLR. Pra poder pagar a PLR Social o SEST autorizou passar o limite, com a contrapartida da restrição.
A CEE/Caixa protestou em relação a restrição da SEST “Entendemos que é um absurdo a SEST fazer essa limitação. Qual a lógica e necessidade disso? Prejudica especialmente os empregados com remuneração menor. É absurdo que a SEST e governo façam este tipo de coisa ainda mais considerando que são os empregados da Caixa que estão na linha de frente no pagamento ao auxílio emergencial.”, explicou a secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
Reivindicações
Na madrugada de sábado, a Caixa garantiu a manutenção de todos os benefícios que estão atualmente no ACT.
Outra cobrança da Comissão foi o fim da abertura aos sábados das agências. A Caixa informou que o pedido está em avalição e o objetivo é adequar as próximas portarias para que não haja a abertura. Até esse momento, a intenção é trabalhar alternadamente até excluir a portaria.
A Caixa voltou a sugerir que os Fóruns e Grupos de Trabalho sejam revistos e alguns Grupos de Trabalho (GTs) encerrados. A proposta foi recusada pela CEE.
Fonte: Bancários PA com Conraf-CUT