Pará presente: Entidades sindicais protestam no ‘Seleção Caixa’ em Brasília

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Do lado de dentro do Estádio Nacional Mané Garrincha, mais de 6 mil gestores da Caixa de todo o país reunidos durante toda essa quarta-feira (16) em uma megaevento realizado pelo próprio banco com a presença de vários ministros e possivelmente do presidente golpista, Michel Temer.

Do lado de fora, dirigentes sindicais do Pará e de vários estados, em protesto contra o desmonte da empresa e o desrespeito aos trabalhadores e trabalhadoras vítimas da redução do quadro de pessoal, reestruturação de áreas, verticalização e descomissionamentos arbitrários. Mais recentemente, a informação de que 100 agências devem ser fechadas.

Os bancários e bancárias do Pará estiveram representados pelo diretor do Sindicato e da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade e pelos dirigentes da Fetec-CUT/CN, Márcio Saldanha e Gaia Demétrio, que também é bancária da Caixa e ex-diretora do Sindicato dos Bancários do Pará.

O Dia Nacional de Luta também ocorreu em várias outras cidades e termina com um show-protesto, às 19h, de volta ao Estádio Mané Garrincha.

“Um dos mais recentes golpes à Caixa, ao seu caráter 100% público e aos direitos da categoria é a nova reestruturação, chamada de Programa Eficiência, que mira na redução de despesas em R$ 2,5 bilhões até 2019. Esse será o pano de fundo dessa reunião com mais de 6 mil gestores, no qual iremos protestar. É inadmissível debater o enfraquecimento da Caixa, ainda mais num evento pago com dinheiro público”, diz o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Neste Dia de Luta, trabalhadores e entidades representativas estão se manifestando em todo o país. Nas redes sociais, protestos estão utilizando as hashtags #CaixaRespeiteoEmprego, #DefendaACaixaVocêTambém e #NãoMeConvidaramPraEssaFestaPobre. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT, encaminhou uma Carta Aberta à direção do banco.

“Nós, empregados da Caixa, defendemos um banco 100% público, fomentador do desenvolvimento econômico e social do país, por meio de políticas públicas. Defendemos também uma Caixa que valorize seus trabalhadores, pois são eles que constroem, todos os dias, essa empresa a serviço dos brasileiros. Para isso, no entanto, respeito deve ser a palavra de ordem”, diz um trecho do texto.

Para Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa, é preciso lutar para defender o banco 100% público. “O Brasil não precisa ter um banco 100% público que faça única e exclusivamente a política mesquinha dos banqueiros de lucrar com juros e taxas elevadas. O país precisa de uma Caixa 100% Pública combatendo o déficit habitacional, sendo direta e indiretamente um dos maiores empregadores do Brasil e aumentando o patamar civilizatório do povo brasileiro”, afirmou.

Leia abaixo a íntegra da Carta:

Nós, empregados da Caixa Econômica Federal, reivindicamos mais valorização e respeito aos nossos direitos. Nesta quarta-feira, 16 de maio, data em que iniciativas que significam o desmonte do banco são pano de fundo de um megaevento em Brasília (DF), bancado com dinheiro público, protestamos contra a precarização das condições de trabalho e projetos para enfraquecer e diminuir a Caixa.

O clima de insegurança entre os trabalhadores se agrava em todas as unidades do país. Decisões unilaterais estão levando ao encolhimento da empresa e restringindo as conquistas dos bancários e bancárias. Um dos exemplos é a redução do quadro de pessoal. Graças a programas de demissão e aposentadoria, mais de 16 mil empregados deixaram o banco desde 2015, sem que houvesse a retomada das contratações.

Já a verticalização tem impacto diretamente os trabalhadores e a sociedade, já que muitos que prestam atendimento social estão sendo direcionados para prospecção de clientes de alta renda e para a venda de produtos, adotando-se uma estratégia das instituições privadas. A Caixa de que o Brasil precisa não combina com restrição de atendimento à população e segregação de pessoas por faixa de renda.

A nova reestruturação em curso, chamada agora de Programa Eficiência, é outro motivo de protesto dos empregados do banco. Lançada no dia 19 de abril, a iniciativa mira na redução de despesas operacionais em R$ 2,5 bilhões até 2019. Mais uma vez, o que está em risco é o papel social da Caixa e os direitos da categoria. Ao contrário do que prevê o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), não houve qualquer debate prévio entre a direção da empresa e as entidades representativas dos empregados.

Nós, empregados da Caixa, defendemos um banco 100% público, fomentador do desenvolvimento econômico e social do país, por meio de políticas públicas. Defendemos também uma Caixa que valorize seus trabalhadores, pois são eles que constroem, todos os dias, essa empresa a serviço dos brasileiros, sobretudo dos mais carentes. Para isso, no entanto, respeito deve ser a palavra de ordem.

#CaixaRespeiteoEmpregado

#DefendaACaixaVocêTambém

 

Fonte: Fenae com edição Bancários PA

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