“Encontro Regional de Planejamento Norte deu um salto de qualidade para o fortalecimento da CUT”

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alt“Show de bola”. Esta foi a síntese feita pelo secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, para avaliar o Encontro Regional de Planejamento Norte, encerrado nesta quinta-feira (16) em Belém do Pará. “Esse encontro, que levou em conta as diferenças regionais, deu um salto de qualidade para o fortalecimento da Central Única dos Trabalhadores. Tanto a região se viu enriquecida pela agenda da nacional, como a nacional foi enriquecida pela contribuição individual e coletiva dos companheiros do Norte. O ânimo com que todos saímos desta reunião, bem como a determinação de carregar o nome da CUT e batalhar pelo desenvolvimento sustentável são demonstrações disso”, acrescentou Sérgio.

Na avaliação do secretário nacional de Administração e Finanças, Quintino Severo, o debate reafirmou a necessidade da presença de um Estado forte e indutor, que adote políticas públicas inclusivas e de respeito ao meio ambiente. “Desenvolvimento sustentável é um projeto que se coloca acima do lucro, da vaidade e da destruição da natureza, é algo coletivo, que dialoga com o desenvolvimento do ser humano”, frisou.
A vice-presidenta da CUT Nacional, Carmen Foro, ressaltou que a maior presença da Central na região, trazendo alguns dos seus principais quadros para fomentar a organização sindical amazônida e também aprender com a mesma, dá uma nova dimensão para a ação em defesa de melhores salários, empregos e direitos, mas também em prol do ecossistema. Carmen defendeu uma articulação mais integrada com os parceiros dos movimentos sociais, que têm na Central um importante ponto de referência para a mobilização e a conquista. “Esse evento deu uma nova dimensão para o que é se sentir CUT e é a partir deste sentimento que vamos trabalhar não só na região, como no Brasil inteiro”.

Formação – Na avaliação do secretário Nacional de Formação da CUT, José Celestino Lourenço, a fusão das duas escolas sindicais da central da região numa única, a Escola Chico Mendes da Amazônia, permitiu potencializar a integração regional, tanto do ponto de vista organizacional como da construção de um projeto de desenvolvimento sustentável. “Vários programas de formação, principalmente no Pará e em Rondônia, vêm incorporando uma massa imensa de dirigentes sindicais urbanos e rurais, mas também indígenas, quilombolas e populações ribeirinhas, qualificando a intervenção e ampliando o número de Sindicatos filiados à Central. É uma ação que tem possibilitado a reflexão coletiva, essencial para a unidade de ação no enfrentamento aos desafios colocados pela conjuntura”, sublinhou. Segundo Tino, o momento é chave para intensificar a formação em todos os estados da região, “tendo a escola o papel de aglutinação e elaboração da proposta de desenvolvimento sustentável”.

Coordenador da Escola Chico Mendes na Amazônia e recém-eleito coordenador do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares do Pará (Sinpro), Ribamar Barroso acredita que um dos principais obstáculos a serem enfrentados é ainda o da mobilidade regional, “daí a necessidade da interiorização da nossa Central”. “Mas saímos fortalecidos para construir uma CUT do tamanho da Amazônia”, frisou.

Sindicalização – O encontro também deu forte impulso à campanha de sindicalização na região, acredita Valeir Erle, secretário-adjunto de Organização e Política Sindical. “Deu pra sentir que os companheiros ficaram sensibilizados e isso é fundamental para que as nossas propostas virem realidade. A CUT tem muito a crescer na região e um evento exitoso como esse estimula a todos a cumprirem a meta, não só ampliando o número de sindicatos como melhorando a nossa intervenção para a melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora no Norte do país”.

Para o presidente da CUT Roraima, Gilberto Silva, “o aproveitamento do evento foi muito bom, devendo agora ser levado como ensinamento e compromisso para ação política e sindical junto às bases”.

“Saio ainda mais animado e com redobrada disposição para construir uma CUT que seja de luta e conquista”, declarou Itamar, presidente da CUT Rondônia.

Disputa de hegemonia – Martinho Sousa, presidente da CUT-PA, avaliou o quanto este evento demonstrou o que desejam as CUT’s para a região: “Para nós que queremos desenvolvimento com valorização do trabalho, um debate como este serve não só para mostrar nossas dificuldades e especificidades, mas também para produzir e qualificar propostas de desenvolvimento coesas, de acordo com a agenda da nacional. É importante que as estaduais estejam reunidas, para que juntos possamos, cada vez mais, buscar caminhos para este desenvolvimento tão desejado. Isso ocorrerá a partir de instrumentos como a parceria com o Dieese. A criação de uma agenda própria para cada estado, de debate e realizações de projetos é um primeiro passo, deste longo e contínuo caminho”.

Na mesa sobre Conjuntura Política, os dirigentes estaduais cutistas explanaram sobre as diferentes realidades locais e avaliaram os trabalhos realizados junto aos sindicatos filiados. Todos enfatizaram que as maiores dificuldades são geográficas, financeiras – principalmente pela inadimplência -, o que dificulta a intervenção no intenso processo de disputa da hegemonia, principalmente devido ao peso do capital transnacional na região, bem como da inação e conciliação de setores do governo frente aos desmandos do agronegócio.


Fonte: CUT

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