Pará é o estado da Região Norte onde mais tiveram demissões no Bradesco

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Quase 8 anos de uma vida dedicados dentro de um banco privado, batendo metas, sendo cobrado, algumas cobranças em forma de assédio, atendendo clientes, acumulando funções na promessa de que um dia seria promovido e finalmente poder receber pelo que de fato exerceu por anos, mas o final dessa história terminou em demissão sem justa causa.

O bancário que ficou todo esse tempo esperando ser reconhecido de fato, pela empresa, hoje não passa de uma estatística devastadora. Ele é a terceira demissão, no mesmo setor, somente essa semana, no Bradesco em Belém.

“Aprendi muito, saio de lá com bastante experiência, mas minha maior indignação é quanto ao fato de os gestores se aproveitarem do fato de a gente não poder reclamar, por medo de retaliações, e cometerem várias irregularidades. Sempre houve cobrança, pressão, mas elas se tornaram cada vez piores de uns tempos para cá, com as mudanças no mercado e a empresa querendo crescer e se consolidar”, desabafa.

No Pará, somente esse ano, já são mais de 50 trabalhadores e trabalhadoras demitidos. O estado é o que mais registra demissões na corporação.

“A conta não bate, mesmo com os crescentes lucros, que alcançaram R$ 5,471 bilhões somente no terceiro trimestre deste ano, o Bradesco continua demitindo e contribuindo para agravar um dos principais problemas econômicos e sociais do país, que é o desemprego. As demissões que passam por nós procuramos acompanhar todas e sempre orientamos o bancário que ele pode ingressar com ação e colocamos nossa assessoria jurídica à disposição”, explica o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.

É o que o bancário irá fazer: tentar na justiça a diferença de salário pelo tempo que ficou acumulando funções. Já com o dinheiro da indenização vai investir nos estudos para concurso público. A meta dele agora é conquistar uma vaga nos tribunais.

“A semana tem sido agitada na nossa sede com tantas homologações de um mesmo banco, enquanto gostaríamos de estar comemorando novas contratações, uma pauta permanente em nossas mesas de negociação específicas e permanentes. Mas enquanto nossa luta é por avanços, estamos diante de um governo que caminha do lado contrário, o do retrocesso, que extinguiu o Ministério do Trabalho, quer aprovar a reforma da Previdência”, conta a dirigente sindical e bancária do Bradesco, Eliana Lima.

O anúncio à imprensa de que o Ministério do Trabalho, criado há 88 anos, deve ser incorporado a algum ministério foi feito na quarta-feira (7), em Brasília, pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro.

E do lado de Bolsonaro, caminham os bancos e banqueiros. Em relatórios voltados ao mercado e divulgados na grande imprensa, Itaú e Bradesco, as duas maiores instituições privadas do país, expressam seu apoio incondicional às medidas antipopulares anunciadas pelo economista e banqueiro Paulo Guedes, que vai estar à frente do superministério da economia do próximo governo.

O Bradesco diz, no documento, que “nos sentimos revigorados para dar início a um novo ciclo de reformas estruturais no sentido da modernização do Brasil”, em outras palavras, o banco tem pressa em aprovar a reforma da Previdência e defende a proposta do presidente eleito de pôr fim aos direitos previstos na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Bolsonaro anunciou na campanha eleitoral o projeto de criar uma nova carteira de trabalho, verde e amarela, sem as conquistas previstas na legislação trabalhista.

Homologação tem que passar pelo Sindicato

O momento da rescisão contratual é muito importante na vida do trabalhador. É o rompimento definitivo de um vínculo que, às vezes, perdurava há anos. Por essa razão, precisa ser revestido de segurança total para a parte mais frágil da relação patrão-empregado, justamente o trabalhador, e nessa hora a participação do Sindicato seja antes ou durante a homologação é fundamental.

Antes da nova Lei Trabalhista, os bancos eram obrigados a homologar as rescisões dos empregados com mais de um ano de trabalho nos sindicatos, que fazia a conferência, apontava os erros e o banco tinha que corrigi-los. Mas, apesar de não serem mais obrigados, os bancos não estão proibidos de continuarem homologando as rescisões nos sindicatos.

Clique aqui e saiba tudo o que precisa para agendar homologação no Sindicato

 

Fonte: Bancários PA com informações do Seeb RJ e Fetec-CUT/CN

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