Para o Sindicato, promoção de filho de Mourão no Banco do Brasil é nepotismo

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Nota do presidente do BB não cita os critérios utilizados para a promoção do filho do vice-presidente da República

Antonio Hamilton Rossell Mourão foi promovido para assessoria especial do BB

Um dia após a posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o bancário Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, foi promovido nessa terça-feira (8) para a assessoria especial da presidência do BB e passará a trabalhar diretamente com o novo presidente do banco, Rubens Novaes.

O filho do vice-presidente é funcionário de carreira do Banco do Brasil e está na instituição há 18 anos. Nos últimos 11 anos, fazia parte da diretoria de Agronegócios. Ele vai assessorar o presidente do banco nesta área e receberá um salário de quase R$ 37 mil, quase o triplo do que vinha recebendo.

Em nota divulgada para a imprensa, Rubens Novaes justifica a nomeação do filho do vice-presidente para sua assessoria pelo argumento da meritocracia e que a mesma atende a critérios previstos em normas internas e no estatuto do Banco. Porém, a nota não cita nenhum dos critérios utilizados para a promoção.

Mas para o Sindicato dos Bancários do Pará, essa nomeação é uma clara demonstração de nepotismo e uma afronta aos princípios constitucionais do país. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), “nepotismo é o favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego, uma prática que substitui a avaliação de mérito para o exercício da função pública pela valorização de laços de parentesco. Nepotismo é prática que viola as garantias constitucionais de impessoalidade administrativa, na medida em que estabelece privilégios em função de relações de parentesco e desconsidera a capacidade técnica para o exercício do cargo público”.

“O presidente Jair Bolsonaro falou durante a posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, Caixa e BNDES que agora a ‘caixa-preta’ dos bancos públicos está aberta e que estes terão sua atuação pautada pela transparência. Entretanto, no dia seguinte, o banco nomeia o filho do vice-presidente do país para uma assessoria especial do Banco do Brasil sem detalhar os critérios utilizados para isso. Nós lutamos historicamente pela transparência e pelo fortalecimento dos bancos públicos, e esse primeiro ato do novo governo e da nova direção do banco é uma afronta à sociedade brasileira e ao movimento sindical bancário”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e funcionário do Banco do Brasil há 20 anos, Gilmar Santos.

Fonte: Bancários PA

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