Por que a AEBA burla a verdade com ataques ao Sindicato?

0

dúvidaCom o pretexto de responder às críticas feitas pelo associado da AEBA e diretor do Sindicato dos Bancários do Pará, Cristiano Moreno, a respeito do déficit crescente naquela Associação, além de outras situações envolvendo membros da sua diretoria (veja aqui), a direção da AEBA publicou texto de autoria de seu Diretor Financeiro, Marlon George com críticas ao Sindicato dos Bancários. 

Em tom panfletário, o texto do Sr. Marlon não responde a nenhum dos questionamentos feitos pelo associado da AEBA Cristiano Moreno, e lança ataques descabidos contra a Direção do Sindicato. 

Não nos estranha esse comportamento do Sr. Marlon. Acuado com as críticas que envolvem a sua pasta e sua atuação como diretor da AEBA, buscou criar uma cortina de fumaça sobre essa sua atuação e tentou transferir para o Sindicato a sua responsabilidade, que é responder aos questionamentos feitos. 

Obviamente, qualquer questionamento público aos atos do Sindicato dos Bancários precisa ser respondido. Portanto, vamos esclarecer as “denúncias” formuladas pelo Sr. Marlon em respeito aos nossos associados, empregados do Banco do Amazônia e dos demais bancos do Pará. 

1. Ação antissindical do Banco do Brasil 

O Banco do Brasil de Marabá (PA), em uma atitude discriminatória e antissindical, suspendeu o contrato de trabalho do dirigente sindical, Diretor do Sindicato dos Bancários do Pará em Marabá e região, Andretti Ayala, negando-lhe o direito de receber seus vencimentos. 

A Diretoria do Sindicato, por unanimidade, avaliou que a atitude do Banco do Brasil se caracterizaria como antissindical por dois motivos elementares: 

a) primeiro, porque somente no caso do Diretor Andretti o Banco tomou essa medida. O Sindicato está questionando na Justiça a atitude do Banco contra os seus funcionários que atuam como professores da rede pública, além de trabalhar suas seis horas regulamentares na Empresa. Por recomendação do TCU, o Banco está obrigando o funcionário a optar por um ou outro emprego. Temos a convicção de que está errada a interpretação do TCU de que os bancários não podem atuar como professores. Por isso ingressamos na Justiça contra a obrigatoriedade da opção e, por força dessa ação, o Banco está impedido de demitir vários colegas. 

No entanto, no caso específico do Diretor do Sindicato, em uma atitude claramente discriminatória e antissindical, por conta exclusiva de suas atividades sindicais, sua atuação aguerrida em defesa dos bancários na região Sul e Sudeste do Pará, o Banco resolveu suspendê-lo de suas funções, suspendendo também o pagamento de seu salário. Em nenhuma outra situação o Banco tomou medida semelhante, somente no caso do Diretor do Sindicato. 

b) O outro motivo que nos leva a crer que a ação do Banco é um atentado contra a organização sindical é o fato de que, atingindo um dirigente sindical, que tem estabilidade no emprego garantida em lei, por uma decisão de Estado que está sendo questionada judicialmente, estará aberta a possibilidade de todos aqueles que ainda não foram atingidos pela medida serem demitidos. Portanto, ao mirar no dirigente sindical, a empresa busca atingir toda a categoria. Por isso é tão importante a defesa do Diretor em toda a sua plenitude. 

No entanto, para além do atentado à figura pública do Diretor e da entidade sindical, a decisão do Banco é uma afronta à própria sobrevivência do ser humano Andretti Ayala. Neste caso específico, um militante das causas dos trabalhadores, que sempre se portou de maneira digna frente aos desafios sindicais. Um companheiro que nunca se aboletou em cargos de assessoria de direção em bancos e nunca se aproveitou de movimento grevista para disputar sem concorrência os cargos de comissão de qualquer banco. Ao contrário, Andretti sempre esteve à frente das principais greves da categoria, mesmo quando não era dirigente sindical.

Em solidariedade a este companheiro, a diretoria do Sindicato decidiu por unanimidade, em caráter provisório de não mais que dois meses, adiantar o valor do seu salário líquido, até que a entidade sindical consiga resolver sua situação junto ao Banco pela via administrativa ou, caso impossível, pela via judicial. Caso a suspensão do contrato de trabalho do companheiro Andretti se alongue por mais tempo, a decisão da diretoria foi de convocar uma assembléia geral para deliberar sobre o assunto, defendendo o entendimento de que a entidade e sua categoria devem se manter solidária a esse lutador. Como a audiência que discutirá o caso do Diretor está marcada para 30.05, após essa data, não resolvida a questão, será convocada a assembléia. 

Portanto, a decisão da diretoria se deu dentro dos limites de sua alçada, nada havendo de extraordinário, visto que seguirá o mesmo rito de decisões semelhantes tomadas no passado seja por esta entidade, seja por outras entidades sindicais.

2. Construção de um espaço multiuso na sede do Sindicato

Também por decisão unânime, a diretoria do Sindicato decidiu pela construção de um espaço multiuso na sua sede administrativa da Rua 28 de Setembro, em Belém, tendo em vista a necessidade oferecer mais conforto à categoria nos eventos que realiza, sejam assembléias, eventos culturais e encontros. O entendimento da Diretoria é de que o investimento no novo espaço possibilitará inclusive uma grande economia, haja vista os valores despendidos com hotéis e aluguéis de auditórios quando da realização de encontros e palestras, quando não conseguimos a cessão gratuita desses espaços. 

A obra também objetiva melhorias nos banheiros do Ginásio de Esportes, que também servem para os alojamentos utilizados pelos bancários que moram no interior do Estado e que utilizam o alojamento quando de suas viagens a Belém. Ademais, o Sindicato só está realizando esta obra porque se planejou, geriu corretamente os recursos da entidade, o que possibilitou investir na conservação do patrimônio.

Portanto, mais uma vez, nada há de extraordinário na ação do Sindicato visando a valorização do seu patrimônio e o conforto dos bancários e tudo dentro dos limites da alçada da Diretoria, eleita pela categoria para, entre outras coisas, administrar seu patrimônio

3. Gastos de campanha salarial

O Sr. Marlon se queixa de que os gastos de campanha salarial das associações dos Bancos (sic) foram maiores que os do Sindicato. A esse respeito, achamos que o Diretor do Sindicato Cristiano Moreno foi muito feliz em suas argumentações. Por isso, convidamo-lhe a ler a réplica do Cristiano à AEBA (veja aqui). Só para resgatar um trecho do texto do companheiro Cristiano:

 

… a AEBA tenta justificar o déficit afirmando que a sua despesa com campanha salarial cresceu exponencialmente, de R$ 6.000,00 em 2010 para R$ 23.000,00 em 2011. Ora, ora. Essa justificativa merece um capítulo a parte.

Pra início de conversa, eu tenho acompanhado e ajudado a construir TODAS as greves no Banco da Amazônia nos últimos anos, desde 2003. Este ano a AEBA não fez mais do que sempre fez em termos materiais. Uma garrafa de café e o pagamento de dois “apoios” foi o que vi durante os 77 dias de greve na porta da Matriz. Vi também, algumas vezes, um carro som que serviu de palanque para uma ex-quase-senadora e seu candidato a prefeito. Fora isso, não vi nada além. A grande maioria das faixas que estavam na matriz e nas agências foi paga pelo Sindicato. Estive lá em praticamente todos os dias e sei quem estava no dia a dia da greve. Portanto, também não cola essa estória de que o Sindicato abandonou a greve. Eu sou diretor do Sindicato e estava lá. Vários dos meus companheiros, diretores do Sindicato, estavam lá.

 Sei exatamente o dia em que os dirigentes da AEBA entraram na greve e o dia que saíram. Sei qual o dirigente da AEBA que, no meio da greve, enquanto a sua diretoria dizia que era para todos continuarem em greve nas suas agências, estava trabalhando na sua. Sei também qual o dirigente da AEBA esteve, durante a greve, fazendo seleção para cargo comissionado, enquanto a entidade dizia que “tínhamos que romper os limites e continuar a greve até conquistar todas as nossas reivindicações”. Ou seja, aproveitou-se da ausência de concorrentes para tentar se dar bem. Pior que nem conseguiu.

 Agora, tentar justificar um déficit de R$ 85.335,00 com um acréscimo de R$ 17.000,00 na campanha salarial, depois de ter reduzido custos durante todo o ano? Desculpem-me colegas, mas essa conta não bate.”

Como vemos, muito ainda tem os dirigentes da AEBA para esclarecer, antes de jogar pedras na Diretoria do Sindicato. Que tal, em nome da transparência tão alardeada pelo Sr. Marlon, a AEBA nos esclareça qual foi o seu diretor que abandonou seus companheiros em greve para disputar, sem concorrentes, um cargo comissionado no Banco da Amazônia? Seria um bom começo para praticar o que pregam.

 

Sindicato dos Bancários do Pará



Comments are closed.