Diretora do Sindicato recebe medalha ‘Paulo Frota de Direitos Humanos’

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Primeira mulher a presidir o Sindicato dos Bancários do Pará, no período de 1998 a 2002. Hoje, é diretora financeira da entidade que um dia presidiu; mas a vida sindical dela não termina aqui. Vera Paoloni também é dirigente sindical na CUT-PA, Fetec-CUT/CN e faz parte dos grupos paritários do Banpará que debatem Relações Trabalhistas (CRT), Plano de Cargos e Salários (GT.PCS) e Comitê Disciplinar, além de compor a mesa de negociação do Banpará, banco em que entrou por concurso público há mais de 30 anos.

​O reconhecimento à atuação por mais conquistas e direitos à classe trabalhadora, em especial à categoria bancária, rendeu a ela a medalha ‘Paulo Frota de Direitos Humanos’, no último dia 5​ de abril​, durante Sessão Solene de Outorga na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa)​, iniciativa do deputado Carlos Bordalo (PT-PA).

​”Recebi muito emocionada essa medalha pela militância nos direitos trabalhistas e sociais em prol da classe trabalhadora, da categoria bancária e do ramo financeiro. Não é uma medalha só minha e sim, do meu sindicato, da Central Única dos Trabalhadores e também de cada sindicalista que pratica o sindicalismo de movimentos sociais. É uma medalha, portanto, coletiva e que alegremente compartilho com todas as companheiras e companheiros que lutam todo dia por liberdade, por direitos humanos, pelo sagrado direito de ir e vir, por boas condições de trabalho, por emprego decente. É uma medalha que se reveste de especial significado neste momento em que o país, a soberania e os direitos humanos, sociais estão sob feroz ataque do capitalismo e das forças mais reacionárias da sociedade. Querem prender nossos sonhos, mas não conseguirão”, define Vera.

A Comenda representa um momento de celebração da luta pelos direitos humanos no Pará e recebeu o nome do Juiz da Infância e da Juventude em Belém, Paulo Frota, que faleceu em 2001, aos 52 anos. O juiz teve forte atuação na luta pela implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no estado.

“Não é uma luta fácil e, quem luta por direitos humanos no Pará, infelizmente, muitas vezes arrisca a sua própria vida. Por isso, é fundamental reconhecer a luta e o trabalho dessas pessoas. Dar um selo e dizer que o Parlamento e o Estado reconhecem o trabalho dessas pessoas que estão na sociedade civil, nas instituições ou nos movimentos sociais. Não importa onde estejam, o que importa é que estejamos comprometidos com o que é essencial, que é lutar para que os direitos sejam assegurados”, destacou o deputado estadual, Carlos Bordalo, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa.

Os homenageados com a outorga da medalha são indicados pelas bancadas dos partidos, com a participação da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa na elaboração da lista que nesse ano teve 75 indicados.

“Ficamos honrados pelo reconhecimento de uma de nossas dirigentes com a outorga, o que nos fortalece ainda mais a seguir a luta por melhores salários e condições do trabalho, e também por direitos humanos, da nossa categoria bancária”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários, Gilmar Santos.

Direitos humanos no Brasil e no Pará

E por falar em diretos humanos, para a Anistia Internacional, uma das entidades que elaboram relatórios para a ONU, as autoridades brasileiras não apenas foram omissas, mas também “agentes do agravamento” das violações de direitos humanos no país.

Segundo a Anistia Internacional, o modelo de segurança pública brasileiro é um dos principais fatores para a escalada de violações de direitos humanos no país, já que as políticas de segurança não são voltadas para a proteção da vida, mas para a guerra às drogas.

A vereadora do Psol-RJ, Marielle Franco e o motorista dela Anderson Gomes, assassinados há um mês, são dois dos milhares de exemplos e vítimas dessa guerra que parece não ter fim.

Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos, como, simplesmente, o direito à vida. Mas estão incluídos neles também o direito à moradia, à saúde, à liberdade e à educação.

No Pará, são recorrentes os casos de violações de direitos humanos, como as chacinas nas periferias da Região Metropolitana de Belém, que geralmente ocorrem após a morte de policial militar.

No campo, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 70 assassinatos em 2017, o maior número desde 2003. De acordo com a CPT, os assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra, de indígenas, quilombolas, posseiros, pescadores, assentados, entre outros, tiveram um crescimento brusco a partir de 2015. O estado do Pará lidera o ranking de 2017 com 21 pessoas assassinadas, sendo 10 no Massacre de Pau D’Arco; seguido pelo estado de Rondônia, com 17, e pela Bahia, com 10 assassinatos, o que corresponde a 40% do total.

 

Fonte: Bancários PA, com informações Blog Carlos Bordalo, Agência Brasil e CPT

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