Banpará usa método sorrateiro para impor reestruturação sem diálogo e sem critérios

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As sextas-feiras estão se transformando em dias de pesadelos e aflição para o funcionalismo do Banpará, principalmente para os bancários e bancárias que exercem função comissionada. Através de portarias publicadas sempre após o expediente bancário do último dia útil da semana, o banco extingue funções comissionadas de forma sorrateira, sem nenhum critério ou diálogo com a categoria, e isso tem provocado abalos significativos na vida de funcionários e funcionárias com longa história dedicada ao fortalecimento e crescimento do Banco do Estado. Por isso, o Sindicato dos Bancários do Pará exige explicações para essa dinâmica que está sendo colocada em prática de forma unilateral.

No final da tarde do dia 18 de novembro, uma sexta-feira, o Banpará publicou uma portaria onde destituía 11 auditores de suas funções. Diga-se de passagem, 11 pais e mães de família que o banco investiu muito em sua formação, investiu dinheiro público para que eles pudessem ter capacitação, qualificação e experiência. Pessoas com mais de 30 anos de carreira na instituição e que foram destituídas sem nenhuma justificativa ou agradecimento pelos serviços prestados na função. Todos foram pegos de surpresa, alguns ainda em férias e outros afastados por estarem em grave situação de adoecimento. Agora, para tentar amenizar o problema causado, o banco oferece a esses 11 auditores funções com comissões 60% menores das que recebiam.

Não bastassem as destituições, o Banpará, na mesma portaria, nomeou 14 novos auditores. Porém, sem o critério democrático do processo seletivo interno. Ressalta-se que os auditores destituídos, ao contrário dos novos convocados, haviam ascendido à função mediante processo seletivo. Ou seja, o banco usou de truculência e autoritarismo para comissionar e descomissionar funcionários. Um total desrespeito com seu funcionalismo e com suas entidades representativas, que em nenhum momento foram chamadas para discutir políticas de reestruturação. ​

Agora, no último dia 2 de dezembro, outra sexta-feira, o alvo foram os funcionários do Núcleo de Relações Institucionais com o Governo – NUGOV. O Banpará novamente publicou uma portaria onde destituiu 8 funcionários do NUGOV, retirou a comissão de outros 6 e remanejou 2 funcionários do núcleo, os quais tiveram suas comissões mantidas. E mais uma vez o banco não justificou, não expôs os critérios para adoção de tal medida.

Incompetência ou Retaliação?

O Banpará possui assessoria jurídica e consultoria técnica, mas parece que todo esse investimento não está surtindo efeito, tendo em vista que o banco parece não perceber que toda essa pretensa reestruturação, onde se tira ou coloca pessoas em funções comissionadas sem nenhum critério, justificativa ou processo seletivo, pode gerar um enorme passivo trabalhista. Ou seja, o que serviria para “economizar” pode se tornar um grande prejuízo, desnecessário, para o banco. Estaria, então, todo esse assessoramento do Banpará assinando atestado de incompetência?

Outro elemento que chama atenção é o fato de que, tanto os auditores quanto os membros do NUGOV, movem na justiça trabalhista ações de 7ª e 8ª horas, como forma de reparar as horas extras trabalhadas e não pagas, já que a jornada de trabalho é de 6 horas. Por isso, fica a dúvida se essas medidas de reestruturação são de fato políticas administrativas ou mera retaliação política?

O fato é que o Sindicato tem encontrado esses referidos trabalhadores em estado de choque, tanto da Auditoria quanto da NUGOV, e com a sensação de estarem sendo discriminados por serem funcionários mais antigos. Estão sem perspectivas de progressão e entendem que o banco tem criado condições para que saiam da empresa. Sem dó e sem dor.

Por isso, o Sindicato dos Bancários do Pará reivindica reunião com a direção do Banpará, em caráter de urgência, para tratar sobre essa política de reestruturação que está em curso de forma autoritária. A categoria exige respostas, de forma clara e urgente.

Sindicato dos Bancários do Pará

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