Campanha #ACaixaÉTodaSua é contra IPOs de unidades da Caixa

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A direção da Caixa Econômica Federal anunciou nesta quarta-feira (23) que pretende realizar uma sequência de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) de suas subsidiárias a partir do início do ano que vem. Esta será a primeira venda de partes do banco em 158 anos. Para impedir a privatização da empresa, que apresentou lucro líquido de R$ 7,5 bilhões no primeiro semestre, o Comitê de Defesa da Caixa lançou a campanha nacional #ACAIXAÉTODASUA, que chega a TV nesta quinta-feira (24).

Segundo a direção do banco, a primeira abertura de capital será a da Caixa Seguridade. Falando em evento da FGV, o presidente da Caixa Pedro Guimarães afirmou que a Caixa pretende realizar o IPO de sua área de cartões e, mais a frente, da Caixa Loterias e da gestora de ativos. Esta semana, o banco vendeu a Lotex por um valor abaixo das avaliações de mercado e das estimativas iniciais do governo federal.

A campanha #ACAIXAÉTODASUA pretende chamar a atenção de empregados do banco e de toda a população para os prejuízos que a venda de partes lucrativas da empresa. O comitê quer alertar que vender a Caixa, atualmente único banco 100% público do Brasil, compromete sua função social e de desenvolvimento do país. #ACAIXAÉTODASUA ocorre em um momento decisivo. A cada dia estão mais claros os planos para privatizar o banco.

“A Caixa não pode deixar de ser o banco da casa própria, da poupança, do saneamento básico, do Fies, do Bolsa Família, dos municípios. Isso só é possível com a manutenção do caráter 100% público. Às instituições privadas não interessa o papel social desempenhado pela Caixa, o que significa dizer que ele não será mantido”, afirmou Jair Ferreira.

Nesta quarta-feira o presidente da Caixa também reafirmou que há em discussões no governo sobre mudanças no programa Minha Casa Minha Vida para o ano de 2020. Sem dar mais detalhes, Pedro Guimarães colocou em dúvida a necessidade da manutenção da faixa 3 do programa habitacional, voltada a famílias com renda bruta mensal de até R$ 7 mil. “A discussão sobre faixas esta acontecendo agora no governo e, o faixa 3, que não tem subsídio, é necessário ou não?”, disse o presidente da Caixa à imprensa.

Caixa unida e forte

É por meio dessas áreas lucrativas e estratégicas que a Caixa financia menores taxas para a compra da casa própria, a operação de toda a área social, como benefícios ao trabalhador, acesso a produtos e serviços por meio da bancarização, o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), por exemplo. São essas áreas também que financiam o Minha Casa Minha Vida, o maior programa habitacional do Brasil, para a população de baixa renda. Desde 2009, foram mais de quatro milhões de unidades habitacionais, um investimento de R$ 105 bilhões, beneficiando 16 milhões de pessoas. Mais que reduzir o déficit habitacional, o programa ainda contribui para a geração de empregos, foram 1,2 milhões em 10 anos de programa.

A Caixa é o banco da cidadania, da distribuição de renda e da inclusão social. Por meio das mais de 3,3 mil agências, a Caixa faz o pagamento para 13,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Graças a essa capilaridade, que está em risco com o fechamento de diversas agências e postos de atendimento, as famílias que vivem em munícipios mais afastados têm como receber seu benefício todo mês.

Outro setor estratégico da Caixa são as Loterias. Para além do sonho dos apostadores, nos últimos anos, aproximadamente metade dos recursos das apostas são aplicados em saúde, segurança, cultura e esporte, beneficiando toda a população. Além disso, os prêmios que não foram reclamados em 90 dias após a data do sorteio são repassados ao tesouro nacional para aplicação no Fundo do Fies. Esse repasse tem caído no decorrer dos anos. Em 2017, o Fies recebeu cerca de R$ 1,3 bilhões das Loterias. O valor passou para pouco mais de R$ 730 milhões em 2018.

Para saber mais sobre a campanha www.acaixaetodasua.com.br

Formam o Comitê Nacional a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Federação Nacional dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef), Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac), Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa), Associação Nacional dos Técnicos Sociais e Assistentes de Projetos Sociais da Caixa Econômica Federal (Social Caixa), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), e Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), além das centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, CSP/Conlutas e UGT.

Leia também: Empregados defendem direitos adquiridos e Caixa 100% pública em mesa com direção do banco

 

Fonte: Fenae com informações do G1

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