Não tem pandemia que freie as demissões nos bancos privados, mesmo com um compromisso firmado e garantido na Campanha Nacional 2020, de que todas as instituições financeiras, não iriam demitir ninguém enquanto o Governo Federal não decretasse o fim do estado de calamidade pública no país.
“O Bradesco consegue ser ainda pior, desrespeita acordo e até as leis trabalhistas ao demitir mulheres grávidas, que a partir do momento em que confirmam a gestação adquirem estabilidade até cinco meses após o parto. Uma atitude totalmente desrespeitosa e desumana, que por isso, neste Dia Nacional de Luta, viemos protestar em frente a uma das principais agências do estado”, conta a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
A agência é o Bradesco Prime, na Av. Presidente Vargas, em toda a fachada andaimes do chão ao teto indicam que o local passa por reforma do lado de fora, mas por dentro a realidade é bem diferente do significado da palavra, o de dar nova forma.
“As práticas internas do lado de dentro são velhas e cruéis. Para os clientes e usuários, o Bradesco divulga uma campanha de futuro onde é incapaz de reconhecer e valorizar seus trabalhadores e trabalhadoras. As últimas semanas foram de demissão em todo o Pará, a maioria aqui na capital. Muitos colegas têm adoecido com a má notícia da demissão, do dia pra noite, planos de vida são frustrados”, dispara o diretor do Sindicato e bancário do Bradesco, Saulo Araújo.
Desde o início da pandemia, pelo menos 30 demissões ocorreram em todo o estado, mas os números podem ser ainda maiores, uma vez que após a ‘reforma’ trabalhista, caiu a obrigatoriedade de as homologações terem o acompanhamento das entidades sindicais.
Lucro x demissões
O Bradesco encerrou o 3º trimestre de 2020 com 95.934 empregados, redução de 3.338 postos de trabalho em doze meses. No período foram fechadas 772 agências.
Somente entre o final de março e de setembro, foram fechados 1.300 postos de trabalho e 605 agências, diante de um Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020, queda de 34,2%, em relação ao mesmo período de 2019, e crescimento de 29,9% em comparação ao 2º trimestre deste ano.
“Apesar da redução quando se compara o resultado com o mesmo período do ano passado, analisando só os números deste ano, o Bradesco lucrou, portanto não há desculpas para tantas demissões, principalmente em meio a essa crise na saúde em todo o mundo”, avalia o dirigente sindical, Sandro Mattos, que acompanhou o Dia Nacional de Luta em Santarém, junto com os diretores Gilmar Santos e Joacy Belém, que é dirigente na região oeste paraense.
#QueVergonhaBradesco
Além de Belém, teve Dia Nacional de Luta presencial, na manhã desta quinta-feira (12), em Santarém e Marabá, onde existem subsedes do Sindicato. Lá na região sudeste do estado, a dirigente sindical, Heidiany Moreno, participou do ato.
Mas o protesto começou desde ontem (11) pelas redes sociais. As hashtags #QueVergonhaBradesco e #QuemLucraNãoDemite figuraram entre os assuntos mais comentados do Twitter.
Fonte: Bancários PA com informações da Contraf-CUT