AEBA tentou explicar seu déficit, mas ainda não conseguiu

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*Por Cristiano Moreno

Aeba tenta explicar seu déficit, mas ainda não conseguiuNa semana passada, provoquei a diretoria da AEBA a explicar o déficit de R$ 85.335,00 observado nas contas da entidade no ano de 2011, tendo em vista que essa mesma diretoria (ou parte dela) havia proposto a rejeição das contas do Sindicato dos Bancários do Pará, que apresentou superávit de R$. 206.000,00 no mesmo período. A AEBA, através de uma “Nota de Esclarecimento” publicada em seu site bem que tentou explicar. Tentou, mas não conseguiu.

Como primeira tentativa de explicação, a nota nos diz que “o déficit nas contas da AEBA está relacionado não apenas ao exercício 2011, mas o acumulado desde 2007 a 2010”. No entanto, o que eu questionei não foi o déficit acumulado. Por este a diretoria atual da AEBA não responde, obviamente. A forma, inclusive, como a AEBA respondeu à essa questão, em negrito e caixa alta, tenta induzir o leitor a achar que o déficit de R$ 85.335,00 do ano de 2011 teria sido o acumulado de 2007 a 2010, o que não é verdade. Portanto, a informação de déficit acumulado veio mais para confundir do que para esclarecer.

Repito: quero saber sobre o déficit de R$ 85.335,00 de 2011.

A seguir, a nota afirma que a direção da AEBA tomou várias providências para diminuir os custos da entidade durante o ano de 2011. Se isso é verdade, mais ainda me espanta o déficit de 2011 no valor de R$ 85.335,00. Afinal, se reduziram custos, como o déficit chegou a esse montante? Como se explica uma redução de custos resultar em aumento do déficit?

Logo após a nota acrescenta uma informação grave, que fiz questão de checar. A de que a AEBA está “executando judicialmente uma dívida” contra o Sindicato dos Bancários do Pará no valor “superior a R$ 10.000,00”. Não existe nenhuma cobrança judicial da AEBA contra o Sindicato. Aí a situação é grave, pois trata-se pura e simplesmente de uma mentira utilizada para manchar a reputação de uma entidade séria, da qual eu faço parte enquanto diretor, e de sua diretoria.

Continuando com o seu “esclarecimento”, a AEBA tenta justificar o déficit afirmando que a sua despesa com campanha salarial cresceu exponencialmente, de R$ 6.000,00 em 2010 para R$ 23.000,00 em 2011. Ora, ora. Essa justificativa merece um capítulo a parte.

Pra início de conversa, eu tenho acompanhado e ajudado a construir TODAS as greves no Banco da Amazônia nos últimos anos, desde 2003. Este ano a AEBA não fez mais do que sempre fez em termos materiais. Uma garrafa de café e o pagamento de dois “apoios” foi o que vi durante os 77 dias de greve na porta da Matriz. Vi também, algumas vezes, um carro som que serviu de palanque para uma ex-quase-senadora e seu candidato a prefeito. Fora isso, não vi nada além. A grande maioria das faixas e adesivos que estavam na matriz e nas agências foi paga pelo Sindicato. Estive na Matriz em praticamente todos os dias e sei quem estava no dia a dia da greve. Portanto, também não cola essa estória de que o Sindicato abandonou a greve. Eu sou diretor do Sindicato e estava lá. Vários dos meus companheiros, diretores do Sindicato, estavam lá.

Sei exatamente o dia em que os dirigentes da AEBA entraram na greve e o dia que saíram. Sei qual o dirigente da AEBA que, no meio da greve, enquanto a sua diretoria dizia que era para todos continuarem em greve nas suas agências, estava trabalhando na sua. Sei também qual o dirigente da AEBA, enquanto a maioria dos seus colegas estava ausente do trabalho durante a greve, fazia seleção para cargo comissionado, enquanto a entidade dizia que “tínhamos que romper os limites e continuar a greve até conquistar todas as nossas reivindicações”. Ou seja, aproveitou-se da ausência de concorrentes para tentar se dar bem. Pior que nem conseguiu.

Agora, tentar justificar um déficit de R$ 85.335,00 com um acréscimo de R$ 17.000,00 na campanha salarial, depois de ter reduzido custos durante todo o ano? Desculpem-me colegas, mas essa conta não bate.

Cristiano Moreno
Associado da AEBA
Membro eleito da CIPA/Matriz
Diretor do Sindicato dos Bancários do Pará


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