Os delegados e delegadas sindicais da capital e do interior do Estado participaram durante toda esta sexta-feira (9) de um curso de formação sobre direitos dos trabalhadores organizado pelo Sindicato dos Bancários do Pará, na sede da entidade.
“Essa foi mais uma atividade organizada pelo Sindicato para formação dos delegados sindicais do todo o Estado, e ao longo do ano teremos outros cursos para preparar quem podemos chamar de nosso braço direito nos locais de trabalho”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Moramos em um estado muito extenso e a presença dos delegados sindicais nas cidades distantes da capital é de fundamental importância para a construção e o fortalecimento da categoria. O delegado sindical deve apoiar, conscientizar e mobilizar os trabalhadores para se sindicalizar, participar dos movimentos ao longo do ano e defendê-los”, destaca o diretor de Formação Cultural e Sindical, Alberto Cunha
Conhecendo direitos
Durante a manhã, eles participaram da palestra Instrumentos Políticos e Jurídicos de Defesa dos Trabalhadores, ministrada pela advogada do Sindicato, Mary Cohen, onde puderam esclarecer dúvidas e aprender a orientar os trabalhadores no local de trabalho sobre questões jurídicas.
Um dos pontos bastante discutidos durante a palestra foi sobre o ponto eletrônico. Bancários e bancárias são obrigados a ‘bater o ponto’ mesmo sem ter encerrado as atividades do dia e não sabem como comprovar depois as horas extras.
“Existem meios sim para que o trabalhador comprove a sua hora extra, mesmo tendo batido o ponto e voltado a trabalhar. Um deles é tirar cópia da fita de caixa, porém a maioria deles não sabe disso. Agora vocês podem repassar essa informação para os demais bancários”, explica Mary Cohen.
“Além dos conselhos, vocês delegados devem trazer as denúncias de seus locais de trabalho para o Sindicato para que a entidade possa dar os devidos encaminhamentos, como ajuizamento de ação que pode acontecer em até 2 anos; mas quanto mais cedo a denúncia chegar melhor. O delegado sindical é testemunha em potencial nessas ações e para isso ele tem estabilidade de um ano para defender o trabalhador. Outra orientação que precisam repassar aos colegas é que quando ele for chamado para depor, que ele vá, mas não se esqueça de pedir anonimato. Vocês têm esse direito de não ser identificado na ação”, ressalta.
Grupos de debate
À tarde os participantes se dividiram em grupos por bancos para fazerem leitura e discussão sobre o teor dos Acordos Coletivos e Decisões Judiciais de Dissídio Coletivo da categoria bancária. Ao final das atividades em grupo, os delegados e delegadas participantes do curso se confraternizaram em um coquetel oferecido pelo Sindicato.
Para a bancária do Banco do Brasil em Altamira, Ieda Lindoso, que já tem 10 anos de banco e pela terceira vez foi eleita delegada sindical na sua agência, o curso foi muito positivo por debater a fundo questões pertinentes para o dia-a-dia da categoria no local de trabalho. “É a quarta vez que participo de cursos de formação do Sindicato, mas para mim esse foi diferenciado porque podemos ouvir uma palestra jurídica bastante esclarecedora, mas principalmente porque podemos sentar coletivamente para analisar nosso acordo trabalhista, o que é fundamental para defendermos nossos direitos nos locais de trabalho. Acho que cursos dessa natureza poderiam ser feitos pelo menos uma vez no ano nas cidades do interior”, sugere a bancária.
E César Navarro, bancário há 30 anos na Caixa Econômica, hoje lotado na agência Pedreira em Belém e que pela primeira vez foi eleito delegado sindical, o Sindicato está de parabéns pela atividade realizada. “O que mais gostei do curso foi de comparar a realidade com os outros bancos e perceber que os problemas que enfrentamos são os mesmos como é o assédio moral, os desvios de função, a extrapolação de jornada e os desrespeitos constantes aos nossos direitos. Avalio que o curso foi muito produtivo e quero parabenizar o Sindicato pelo lançamento de uma agenda com o acordo coletivo vigente, documento primordial para defendermos nossos direitos dentro da agência”, destaca.
Fonte: Bancários PA
