João Felício: ”Combinar ação política e sindical é decisivo para derrotar o neoliberalismo”

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“A combinação da ação política com a sindical é um fator decisivo para derrotar a direita conservadora e o neoliberalismo, que pressionam pelo retrocesso e pela retirada de direitos. A amplitude da nossa articulação é essencial para a construção de uma nova correlação de forças em prol da classe trabalhadora, o que é decisivo para a construção de uma nova sociedade”.

Com esta afirmação o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Antonio Felício, abriu sua intervenção, nesta quinta-feira (19), no II Congresso da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), em Foz do Iguaçu-PR.

Ao destacar que as centrais não são partidos, o dirigente cutista assinalou que, mais do que nunca, os sindicalistas precisam dialogar com os diferentes setores a fim de que se faça valer os interesses maiores da classe trabalhadora, sob ameaça do receituário do FMI e do Banco Mundial, como bem o demonstram os países europeus.

A eleição de governos democráticos e populares no Continente, declarou João Felício, hoje se mostra como um anteparo diante do aprofundamento da crise que assola os países capitalistas centrais, que implementam uma política de Estado mínimo, de arrocho salarial e destruição de direitos. “Isso demonstra, particularmente no nosso Continente onde obtivemos avanços espetaculares no último período, que precisamos conquistar fatias políticas cada vez maiores de poder, espaços efetivos que sustentem uma nova correção de forças, uma nova hegemonia, que abra caminho para avanços concretos, derrotando os interesses do capital”, frisou.

João Felício sublinhou os avanços obtidos nos últimos quatro anos pela CSA, e focou em duas importantes resoluções debatidas no Congresso: a que defende a relevância da reforma agrária no projeto de desenvolvimento sustentável, “pela sua centralidade para a efetivação da justiça social e ambiental, a valorização do trabalho, a distribuição da renda e a autossuficiência na produção de alimentos em cada país”. Além de “reforçar o protagonismo e a relevância do Estado como motor do desenvolvimento econômico e social”. Na avaliação da CSA, ao fortalecer a agricultura familiar e os trabalhadores rurais, aumentando o vínculo com a terra, a reforma agrária torna-se um importante instrumento de geração de emprego, de democratização da propriedade, com uma ocupação mais equilibrada dos territórios e um uso mais racional de seus recursos para ampliar a produção de alimentos que garanta não apenas o bem-estar da população, mas também a soberania alimentar.

Outro ponto, enfatizou o dirigente cutista, é a luta pela democratização da comunicação, diante do crescente papel e influência que os grandes grupos e corporações midiáticas têm sobre o conjunto da sociedade, em que estes grupos cada vez mais representam o interesse do grande capital. A avaliação da CSA é que estes conglomerados midiáticos acabaram adquirindo um desmedido protagonismo no debate público, passando a ocupar o espaço de muitas instituições democráticas. Além disso, têm uma afinada orquestração em nível internacional contra os interesses dos países e povos.

Fonte: CUT

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