Feira Feminista Solidária dá show de empreendedorismo feminino em Belém

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O empreendedorismo feminino marcou a Feira Feminista Solidária, seja para aquela que participou da organização do evento, para aquela que vendeu seus produtoFeira Feminista Solidaria (16)s e para aquela que comprou.

Os principais espaços do Sindicato foram tomados por mulheres empreendedoras, feministas e solidárias, na quinta-feira (30), na Feira Feminista Solidária. Desde às 7h até às 22h, mais de 150 pessoas passaram pelo evento , uma delas foi a dona de casa, Joana Costa, que acompanhada do esposo, o bancário aposentado do BB, Francisco Costa, vieram fazer a feira. “Viemos para comprar algumas hortaliças, que foi o que eu vi que estava vendendo pela TV, mas ao chegar aqui fiquei encantada com tantas variedades e não resisti às bijuterias e já levo uma linda no meu pescoço”, conta Joana.

A programação da Feira foi transmitida ao vivo durante o jornal da manhã de uma emissora local.

Os produtos da agricultura orgânica eram a porta de boas-vindas da Feira que também oferecia comidas veganas, doces, salgados, comidas típicas, acessórios de cabelo, bijuterias, roupas, tranças, tatuagens e peças de decoração para casa.

Uma das empreendedoras da Feira foi a artesã Conceição Batista, esposa do engenheiro do BB, Marco Antonio. A arte começou a fazer parte da vida do casal como hobby, mas depois de um acidente há 5 anos, quando Conceição fraturou um dos tornozelos, a pintura em tecido deu lugar à arte em gesso e mdf e virou sinônimo de renda para a família.

“Para ocupar meu tempo, após as sessões de fisioterapia que faço até hoje, comecei a fazer cursos de pintura em tecido e fui ampliando meu conhecimento em artes. Meu foco principal são artigos religiosos e as vendas disparam na época do Círio, mas faço também bandejas, quadros e caixas decorativas. Tudo posto nas redes sociais e compartilho com familiares e amigos”, afirma a artesã.

Enquanto tudo isso rolava Complexo Cultural adentro, no auditório, a primeira atividade da Feira Feminista Solidária começava com o som da natureza e o aroma de incensos, a aula experimental de yoga preparava as mulheres para o penúltimo dia de março.Feira Feminista Solidaria (2)

“Confesso que tive um pouco de dificuldade para me concentrar no início, mas depois a disciplina e consciência corporal vão melhorando. Foi uma aula incrível, me fez realmente desligar dos problemas por alguns minutos”, destaca a estudante de arquitetura, Amanda Oliveira.

Segundo especialistas na área de saúde, para as mulheres, os exercícios de yoga são fundamentais durante os ciclos menstruais, pois diminuem os sintomas da TPM, aliviam as cólicas e reduzem a intensidade do fluxo menstrual.

Mente e corpo relaxados, chegava a hora de mais uma atividade, bem diferente da anterior, a aula de defesa pessoal fez a mulherada suar a camisa durante as técnicas.

Entre uma compra e outra, pausa para conhecer um dos vários trabalhos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que trouxe para a sede do Sindicato a exposição ‘Arpilleras’, para denunciar a “ditadura na beirada do rio”, através de telas produzidas por mulheres a partir da costura de retalhos sobre uma base de juta.

Quem também trouxe um pouco de arte, de cor, de aprendizado e principalmente de lição de vida para a Feira foi a bancária aposentada do BB, Ana Maria Hass, que hoje é artista plástica. “Antes de me aposentar eu sofri assédio sexual e assédio moral. Fiquei doente muitos anos e ainda continuo no tratamento. O que me salvou, o que me tirou de tudo foi a vontade, a arte, foi a vontade de fazer alguma coisa. Então eu senti que a arte transforma as pessoas, que a arte muda a gente e por isso eu decidi compartilhar isso, porque eu acho que a comunicação ela te dá poder, a informação te dá poder, mas você tem que compartilhar isso, você não pode guardar as coisas pra si, você tem que compartilhar e eu estou fazendo isso aqui hoje, compartilhando”, lembra.

A Associação das Catadoras de Coleta Seletiva de Belém também montaram seu estande para explicar aos visitantes a importância de separar o lixo reciclável do lixo doméstico.

Já quase no finalzinho da Feira tiveram as mesas de debate sobre a Violência contra a Mulher, as Reformas Trabalhista e da Previdência e o Avanço do Conservadorismo. Nas salas de atendimento, advogadas da OAB-Pará orientavam as mulheres vítimas de violência e outros assuntos jurídicos.

“Nós mulheres precisamos estar juntas e unidas contra todas as formas de opressão e essa Feira veio trazer um pouco disso para cada uma de nós que participou da organização do evento, a que veio vender seus produtos e àquela que veio comprar”, frisa a militante da Marcha Mundial de Mulheres, dirigente sindical e bancária, Tatiana Oliveira.

Para encerrar a programação, que marcou os trabalhos da Marcha Mundial de Mulheres no Pará, da Rede Economia Solidária e Feminista e do Sindicato dos Bancários do Pará, teve muita discotecagem, voz e violão na pista do Anexo Bancário.

 

 

 

Fonte: Bancários PA

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