Ato nacional #MenosJurosMaisEmpregos

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Sindicato dos Bancários do Pará, CUT Pará, Fetagri e SINPRO foram às ruas de Belém em protesto contra a política monetária praticada pelo Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom). A manifestação foi concentrada hoje, 30, primeiro dos dois dias de encontro do Copom para definir a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).

Ato nacional #MenosJurosMaisEmpregos – Banco do Brasil Presidente vargas – 30/07/2024

A expectativa do mercado, o principal orientador da entidade, é que o colegiado irá manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, índice que torna o Brasil com uma das maiores taxas de juros reais (taxa Selic descontada a inflação) do mundo, com reflexos negativos para o crescimento do país, porque influencia todas as outras taxas da economia.

“A gente precisa construir uma política nesse país onde o dinheiro dos nossos impostos pare de ser pago na dívida pública para engordar os mais ricos e volte a incentivar as políticas públicas. Precisamos também de uma reforma tributária, mas de maneira urgente precisamos que os juros saiam das duas casas, saia dos dois dígitos para que a gente possa movimentar a economia”, explica Tatiana Oliveira, presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará (SEEB PARÁ).

Ato nacional #MenosJurosMaisEmpregos – Banco do Brasil Presidente vargas – 30/07/2024
Além de tornar o crédito mais caro, com impactos em toda a cadeia produtiva, no consumo e na criação de empregos, por ser o principal índice usado nas negociações dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, a Selic também impacta diretamente os gastos com as compras do dia a dia, como comida e eletrodomésticos.  “Os juros sabotam a gente, nos prejudica em tudo. Se eu for numa loja agora e tentar comprar uma geladeira, os juros das parcelas são altíssimos. E se atrasar, passar do prazo, vou pagar duas, três geladeiras a mais”, completa a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e presidenta da CUT Pará, Vera Paoloni.
Vera Paoloni – vice-presidenta SEEB Pará e presidenta CUT Pará – Banco do Brasil Presidente vargas – 30/07/2024

Instrumento de boicote à economia

Os movimentos sociais também destacam que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi indicado ao cargo em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro. “Esse ato vem legitimar ainda mais a oposição que precisamos fazer contra a política neoliberal do atual presidente do Banco Central, que foi colocado lá pelo Bolsonaro, pois ele está dando prosseguimento de desenvolver uma política predatória sobre os juros, alerta Glauber Nascimento Silva, diretor do Sindicato dos Professores do Pará (Sinpro – PA).

gA – vice-presidenta SEEB Pará e presidenta CUT Pará – Banco do Brasil Presidente vargas – 30/07/2024

Paraíso para rentistas

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Cavarzan, explica que a Selic elevada tira dinheiro das famílias e das empresas e leva para os rentistas. Em outras palavras, desestimula o investimento na chamada economia real, que é aquela que impacta na geração de emprego, porque produz riqueza e renda.

“Com a atual taxa de juros no Brasil (em 10,5%), é possível duplicar, em apenas 6 anos, o valor de um patrimônio aplicado em títulos públicos, sem a realização de nenhum tipo de investimentos produtivos, como, por exemplo, o Tesouro Prefixado 2031, com juros anuais em 12,29%”, destaca o economista. “A título de comparação, com os juros pagos por títulos públicos de prazo similar nos Estados Unidos, levaria cerca de 17 anos, ou quase 3 vezes mais tempo, para duplicar o valor dos recursos aplicados. Isso representa um enorme desincentivo ao investimento produtivo gerador de emprego e renda no Brasil”, completa.

Ainda segundo levantamento do Dieese, a cada 1% de aumento na taxa básica de juros brasileira, quase R$ 40 bilhões são transferidos, por ano, para a especulação financeira.

Fonte: Bancários Pará com informações da Contraf CUT.

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