Na última terça-feira (8), bancárias, bancários e sindicatos de todo o país realizaram um Dia Nacional de Luta contra os abusos praticados pelo banco Itaú.
Em Belém, o Sindicato dos Bancários do Pará promoveu um ato combativo na agência Batista Campos, localizada na travessa Padre Eutíquio, como parte da campanha nacional “Feito pra adoecer você”.
O protesto teve como foco denunciar o aumento dos casos de adoecimento psíquico de trabalhadores e trabalhadoras, o fechamento de agências, a sobrecarga de tarefas e o desrespeito aos direitos básicos dos funcionários, funcionárias e clientes do banco. Os dirigentes sindicais chamaram atenção para o contraste entre os lucros bilionários do Itaú e a deterioração das condições de trabalho.
“Mesmo com um lucro de mais de R$ 11 bilhões só no primeiro trimestre de 2025, o Itaú continua fechando agências, demitindo em massa e adoecendo seus trabalhadores com metas abusivas”, afirmou Sandro Mattos, que é funcionário do Itaú, diretor do Sindicato dos Bancários do Pará, membro da COE Itaú pela FETEC-CUT/CN. “Um banco que lucra tanto não pode seguir tratando com descaso seus funcionários e clientes. É preciso reagir a esse modelo de gestão que explora quem trabalha e quem utiliza os serviços”, completou.
Durante o ato, dirigentes sindicais fizeram falas contundentes contra a precarização do atendimento bancário. Cristiano Moreno, diretor jurídico do SEEB Pará, lembrou que o Itaú já teve agências em quase todos os bairros da cidade, mas que silenciosamente foi fechando unidades e demitindo dezenas de pais e mães de família. “Hoje, quem continua no banco vive sob constante medo. É um clima de terror. Ninguém sabe se será o próximo a ser mandado embora”, declarou.
A dirigente sindical Lia Karla, funcionária do Itaú e integrante da Diretoria de Relações Sindicais do Sindicato, denunciou o descaso com a saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras. “Hoje, nosso plano de saúde não cobre atendimento psicológico decente. O banco criou um sistema de atendimento remoto com profissionais que nem sabemos de onde vêm. Isso não é cuidado, é abandono. Nós somos bancários e bancárias e merecemos respeito!”, afirmou.
Para a presidenta do SEEB Pará, Tatiana Oliveira, o modelo atual de atendimento imposto pelo banco é perverso. “Estão empurrando os clientes para o online, mesmo quando eles querem atendimento presencial. E quem perde com isso não é apenas quem trabalha no banco, mas também os clientes que enfrentam golpes, clonagens e juros abusivos. O Itaú cobra as maiores tarifas e, mesmo assim, fecha agências e demite funcionários”, criticou.
O protesto contou ainda com a participação da presidenta da CUT-Pará que também é vice-presidenta do sindicato, Vera Paoloni, que fez um alerta sobre a responsabilidade social do banco. “O Itaú lucra aqui, mas não investe aqui. A arrecadação do Pará vai toda pra fora. E o que ele deixa é uma categoria adoecida por metas abusivas e pressão constante. Essa é uma realidade que a população precisa conhecer e combater junto com a gente”, defendeu.
Em um dos momentos mais simbólicos do ato, bancárias e bancários, dirigentes e funcionários do sindicato vestiram camisetas com os dizeres “Feito pra adoecer você”, em referência direta à Campanha Nacional. Além disso, o Sindicato dos Bancários do Pará reafirmou seu compromisso com a categoria. “Seguiremos atentos, combativos e ao lado de cada bancária e bancário. O banco pode até ser feito para adoecer, mas o sindicato é feito para acolher, apoiar e lutar. Não estamos e nunca estaremos sozinhos nessa luta!”, concluiu a presidenta.
Fonte: Bancários PA