Várias raças, muitos gêneros, no mesmo percurso, todos e todas em defesa da soberania nacional. O 7 de setembro na capital paraense começou na Escadinha do Cais do Porto com cânticos e o chamado a “Cuidar da Casa Comum e da Democracia” sob o lema “Vida em Primeiro Lugar” do 31º Grito dos Excluídos.
Para a categoria bancária, especialmente para o funcionalismo do Banco do Brasil (BB), a data teve um significado a mais, estampado em faixa e também nas camisas que foram distribuídas para os bancários e bancárias que estiveram presentes na manifestação. “Soberania se faz defendendo as empresas públicas, por isso estamos aqui, unidos ao Grito dos Excluídos para defender o Banco do Brasil como uma empresa pública, um instrumento que leva a justiça social, que leva investimento aos lugares mais pobres desse país. Defender o Banco do Brasil é defender o Brasil, por isso o Sindicato dos Bancários está aqui neste dia, fazendo este ato juntamente com toda a classe trabalhadora para defender o fim da escala 6×1, para defender uma reforma tributária justa e também para defender as empresas públicas, dentre elas o Banco do Brasil”, explica o diretor do Sindicato dos Bancários, Gilmar Santos que também é bancário do BB.
A mobilização começou após circular pelas redes sociais, publicações inverídicas e maliciosas que disseminaram informação, com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que poderiam prejudicar a saúde financeira do Banco do Brasil ao recomendarem a retirada de depósitos por parte dos clientes.
Em nota divulgada no site da instituição financeira e redes sociais, o Banco do Brasil afirmou que “atua em plena conformidade à legislação brasileira, às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro. Com mais de 80 anos de atuação no exterior, a instituição acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparada para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais”.
Outras pautas
O fim da escala 6×1, a defesa da justiça tributária, a taxação dos super ricos; foram também outras pautas que estiveram nas ruas e seguem nas urnas em votação no Plebiscito Popular até o fim deste mês.
“Sindicato dos Bancário de luta, filiado à CUT e que tem uma luta histórica por conquistas, como a jornada de 30 horas, mas nem por isso deixamos de estar aqui lutando pela redução da jornada de trabalho, pelo fim da escala 6×1. Nossa defesa é pela soberania nacional, também pelo Banco do Brasil que é patrimônio do povo brasileiro. Falo também pela Marcha Mundial das Mulheres, nós nascemos com o lema ‘pelo fim da pobreza das mulheres e da violência sexista’. Nós entendemos que reduzir a jornada de trabalho, valorizar o salário mínimo, garantir o fim da escala 6×1 é imprescindível para nós mulheres, porque somos as mais prejudicadas com o acúmulo de jornada, com a sobrecarga que resultam em adoecimento psicológico. União da classe trabalhadora em defesa dos nossos direitos, em defesa do Brasil, sem anistia para golpista”, destaca a diretora de Mulheres do Sindicato, Salete Gomes.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, as mulheres dedicaram, em média, 9,6 horas a mais por semana do que os homens a tarefas domésticas e cuidados com outras pessoas. Enquanto elas investiram 21,3 horas semanais nessas atividades, eles contribuíram com apenas 11,7 horas. Ao longo de um ano, isso representa 1.118 horas — o equivalente a 47 dias inteiros — de trabalho não remunerado para as mulheres, contra 572 horas, ou 23 dias, no caso dos homens. Essa realidade acaba resultando em uma sobrecarga mental significativa para as mulheres.
Fonte: Bancários PA com agências de notícias