O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta segunda-feira (6) a nova atualização do Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como “Lista Suja”. A versão mais recente inclui 159 novos nomes, sendo 101 pessoas físicas e 58 jurídicas — um aumento de 20% em relação à lista anterior.
Segundo a Auditoria Fiscal do Trabalho, os casos ocorreram entre 2020 e 2025, com 1.530 trabalhadores resgatados. Os estados com maior número de inclusões foram Minas Gerais (33), São Paulo (19), Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12). As atividades mais recorrentes são criação de bovinos para corte (20 casos), serviços domésticos (15), cultivo de café (9) e construção civil (8). Cerca de 16% das ocorrências estão ligadas a atividades urbanas.
A “Lista Suja” é publicada a cada seis meses e tem o objetivo de dar transparência aos resultados das ações de combate ao trabalho escravo, conduzidas por Auditoria Fiscal do Trabalho, Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União e outras forças policiais.
A inclusão no cadastro ocorre após a conclusão dos processos administrativos, com garantia de contraditório e ampla defesa. Os nomes permanecem por dois anos, e nesta atualização foram excluídos 184 empregadores que já cumpriram o período.
Criada em 2003, a “Lista Suja” é regulamentada pela Portaria Interministerial nº 18/2024. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou sua constitucionalidade, reconhecendo-a como medida de transparência pública, conforme a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).
Fiscalização e denúncias
O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que completou 30 anos em maio de 2025, já resgatou mais de 68 mil trabalhadores desde 1995 e garantiu R$ 156 milhões em verbas salariais e rescisórias pagas diretamente às vítimas. As operações seguem o Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas do Trabalho Escravo e envolvem diversos órgãos públicos.
As denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo Sistema Ipê, lançado em 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A plataforma é o único canal exclusivo para esse tipo de denúncia e integra o fluxo nacional de atendimento às vítimas.
Veja a lista aqui.
Fonte: CUT Brasil