Mobilização nacional diz não ao reajuste de 71% no plano de saúde proposto pela Caixa
Empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal realizaram nesta quinta-feira (9) mais um ato nacional em defesa do Saúde Caixa, plano de saúde da categoria, contra a proposta de reajuste de 71% apresentada pela direção do banco. A mobilização aconteceu em diversos estados, com o objetivo de pressionar a Caixa a apresentar uma proposta justa e responsável na mesa de negociação que será retomada na sexta-feira (10), às 9h, e que discute a renovação do Acordo Coletivo do Saúde Caixa.
Em Belém, o ato foi realizado em frente a agência São Brás e Ed. Sede, e reuniu dirigentes do Sindicato dos Bancários do Pará, além de empregadas e empregados da ativa. As falas reforçaram a importância do plano como uma conquista histórica da categoria e denunciaram a tentativa do banco de transferir para os trabalhadores e trabalhadoras um custo que é de sua responsabilidade.
A secretária-geral do Sindicato e funcionária da Caixa, Cristiane Aleixo, criticou duramente a proposta do banco, classificando o aumento como abusivo e sem justificativa.
“Aumentar 71% um plano de saúde que tem o CNPJ da própria empresa é um abuso completo e uma falta de respeito com os seus empregados. O Saúde Caixa é uma conquista, é um tesouro da categoria. O que a Caixa quer, na prática, é inviabilizar o plano para empurrar os colegas para fora dele e, depois, vender a preço de banana um benefício que nós construímos com décadas de luta”, afirmou.
Cristiane também destacou que a manutenção do teto de 6,5% de participação da Caixa no custeio do plano, implementado desde 2017, é o principal obstáculo para a sustentabilidade do Saúde Caixa.
“Esse teto é o grande impeditivo que faz com que o banco não aporte mais recursos. A Caixa tem lucro, tem capital e tem condições de investir no plano. E se recusa a fazer isso, desrespeitando seus empregados, os mesmos que constroem o resultado financeiro da empresa todos os dias”, completou.
A dirigente lembrou ainda o papel essencial do Saúde Caixa durante a pandemia de Covid-19, quando os empregados e empregadas continuavam trabalhando no atendimento à população.
A presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e membra do Comando Nacional, Tatiana Oliveira ressaltou que a luta em defesa do Saúde Caixa é uma batalha estratégica para a valorização dos trabalhadores e para o fortalecimento da própria empresa pública.
“Não dá para fortalecer a Caixa enfraquecendo os direitos dos seus empregados e empregadas. Se o banco quer continuar sendo forte, tem que garantir condições dignas de trabalho e de saúde. E isso passa por manter o plano acessível e de qualidade”, afirmou.
Tatiana reforçou o clima de mobilização da categoria e a disposição de luta caso a empresa mantenha sua postura intransigente.
“A gente tá colocando o nosso bloco na rua. Não vamos aceitar que a Caixa reapresente a mesma proposta com pequenas mudanças e tente vender isso como avanço. As trabalhadoras e trabalhadores estão atentos e prontos para reagir. Se for preciso, vamos partir para paralisações e greve, porque o Saúde Caixa é um direito que não se negocia por migalhas.”
O ato fez parte de uma jornada nacional de mobilização coordenada pela Comissão Executiva dos Empregados CEE/Caixa e Comando Nacional dos Bancários, com apoio da Contraf-CUT, federações e sindicatos da categoria. As entidades reafirmaram que não aceitarão retrocessos e exigem da Caixa reajuste zero e a manutenção do modelo solidário de custeio, com 70% pagos pela empresa e 30% pelos empregados e empregadas.
A nova rodada de negociação do Saúde Caixa acontece nesta sexta-feira (10), às 9h, e será decisiva para definir os rumos da campanha em defesa do plano. Até lá, os sindicatos seguem convocando a categoria a manter a pressão e fortalecer a mobilização nas agências e redes sociais, com as hashtags #ReajusteZero e #DefendaOSaúdeCaixa.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Pará