Às 7h15 desta quarta-feira (16), o Sindicato dos Bancários e a Associação dos Empregados do Banco da Amazônia realizaram ato na matriz do Banco da Amazônia em defesa da saúde dos empregados, o que passa pela manutenção da CASF Corretora como parceira do Basa, cujo contrato encerra em junho.
O ato se dá logo após o Basa emitir um comunicado interno informando ao funcionalismo que “abrirá um processo para contratação de uma nova empresa de prestação de serviços de corretagem de seguros”, ou seja, não há interesse do banco em renovar o contrato com a CASF corretora que é a responsável pelo financiamento da assistência à saúde das famílias da maioria dos empregados e empregadas da empresa, através da CASF Saúde.
Além do Banco da Amazônia ser o único banco público a não patrocinar o plano de saúde do seu funcionalismo, o presidente Lessa, agora, com esse posicionamento fará com que o principal plano utilizado pelo corpo funcional do banco encareça, tornando a permanência de muitos inviável, pois as pessoas já estão com os orçamentos familiares achatados.
Para o coordenador da COE/Basa e diretor do Sindicato, Cristiano Moreno, “não podemos olhar a CASF apenas com um contrato em uma folha de papel impressa. É importante que a gente enxergue a CASF como um patrimônio desse banco. O contrato com a CASF é um contrato de comissão, onde a CASF corretora nunca deu tanto lucro como está dando agora. E esse lucro, cerca de 40% de forma líquida é repassado para o Banco da Amazônia como comissão de corretagem, e agora, a contrapartida do banco é encerrar o contrato que beneficia diretamente todo o funcionalismo, mexendo com mais de 7 mil vidas. Isso nós não iremos aceitar”, indignou-se.
O lucro que o diretor jurídico cita, é que, somente em 2024 o Basa obteve mais de R$ 36 milhões por meio da parceria com a CASF corretora. Esses valores são muito superiores às despesas do banco com a saúde de seus empregados e empregadas que não chegaram sequer a R$20 milhões; por outro lado, no mesmo período, a CASF já repassou mais de R$28 milhões ao plano de saúde e manteve o compromisso de elevação desse apoio financeiro para os próximos anos.
A CASF saúde além de não aumentar a mensalidade em 2023, assinou um convênio de patrocínio com a Casf Corretora para que esta passasse a dar apoio financeiro de R$500,00 para redução das mensalidades de cada titular do plano. Com isso, o Basa economizou R$ 5 milhões no programa de reembolso Amazônia Saúde.
Para a presidenta Tatiana Oliveira, o lucro é tanto que chega a ser desumano violar a saúde e a vida das pessoas dessa forma desnecessária. Dentre as diversas inconsistências, ficam também vários questionamentos.
“Tira a CASF e coloca quem no lugar? Que corretora será essa que trará esses e mais outros benefícios em saúde para o funcionalismo e seus familiares? Será que esse banco público só tem que servir para botar dinheiro no bolso de mais alguns? Quem são os donos dessa corretora que vai entrar? O lucro que eles vão ter será revertido para quem? Para mais um milionário? Pra mais um bilionário? Ou será que esse lucro pode continuar sendo revertido para garantir melhores condições de acesso ao plano de saúde? Nos colocamos a disposição para dialogar com o banco essa questão, mas nosso foco é a saúde dos empregados”, refletiu a presidenta.
Gilson Lima, presidente da AEBA, disse que não há argumento aceitável para a renovação do contrato. “Isso que eles estão dizendo sobre a denúncia do TCU não é argumento plausível, pois qualquer um pode fazer denúncia do TCU. Ninguém deve acreditar nessa desculpa. Até porque ele [o presidente do banco]está cheio de denúncias no TCU de contratos de R$180 milhões de reais com empresa recém-criada e capital de R$10 mil reais. Então gente, não podemos cair nessa”, reiterou.
O Sindicato dos Bancários do Pará, junto com as demais entidades representativas do funcionalismo do Banco da Amazônia, exige respeito, transparência e a manutenção das condições de financiamento da CASF Saúde.
Fonte: Bancários PA