#BastaDeAssedio ecoa pelo Brasil no Dia Nacional de Luta

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Em uma das mãos, uma rosa branca; na outra o microfone para prestar, em alto e bom som, toda solidariedade às bancárias, em especial da Caixa, vítimas de assédio sexual ou moral. “Parabéns a essas valorosas mulheres que tiveram a coragem de denunciar”, destaca a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni, em frente à agência Ver-o-Peso da Caixa Econômica Federal em Belém, no Dia Nacional de Luta.  Na simbologia, a cor branca representa paz, e as rosas brancas também transmitem carinho, amor e respeito.

Em momentos difíceis, como esse em que as bancárias vítimas de assédio sexual estão passando, as flores significam que tu te comprometes a ficar ao lado de quem está passando por uma fase ruim; e é justamente isso que as entidades sindicais, filiadas à Contraf-CUT, disseram nas ruas e dentro das agências da Caixa em todo o país, para cada bancária, nesta terça-feira (5). “Nós estamos trazendo aqui emblematicamente na agência Ver-o-Peso e na agência Círio uma rosa pra cada mulher pra dizer nós estamos juntas companheiras, nós não nos calaremos, vocês precisam denunciar qualquer prática abusiva”, afirma a dirigente sindical.

As flores também chegaram às mãos das bancárias das agências São Brás e Senador Lemos. “Eu gostaria de prestar toda solidariedade a todas as bancárias que foram vítimas e que ainda são vítimas de assédios sexuais, assédio moral. Infelizmente isso ainda é muito comum no meio corporativo ainda, é muito comum nos bancos. E eu agradeço também ao Sindicato por esse gesto de solidariedade de visitar as bancárias entregando essa rosa branca. É muito significativo saber que nós podemos contar com a solidariedade de diversos companheiros e companheiras nesse momento de luta contra o assédio moral e o assédio sexual”, reconhece a bancária da agência Senador Lemos, Suzana Gaia, que também é dirigente sindical.

Em Marabá, sudeste paraense, rosas vermelhas foram entregues a todas as bancárias das três agências da Caixa na cidade. “Hoje a gente está aqui na Caixa Econômica, na Caixa da Nova Marabá. Estamos aqui em apoio às colegas da Caixa Econômica, que cara, de uma forma muito desrespeitosa adotada pelo ex-presidente da Caixa Econômica, o senhor Pedro, que infelizmente teve uma atitude que não é de um homem, porque um cara que faz assédio sexual com uma mulher isso não é uma atitude de um homem. Homem tem que respeitar a mulher, saber respeitar o corpo da mulher e entender que um não nunca vai ser um sim, um não vai ser sempre um não, que o corpo da mulher é o corpo da mulher, e que ela tem que estar aonde ela quiser. E assim manifestar o nosso respeito para com vocês, o reconhecimento pela, por vocês estarem aqui e dizer pra vocês que a gente muito se orgulha por ter vocês como companheiras nossas e colegas nossas de trabalho”, diz o diretor do Sindicato na região Sul e Sudeste do Pará, Wellington Araújo.

Santarém

Em Santarém, região oeste, flores e adesivos também serão distribuídas nas unidades do banco federal no município nesta quarta-feira (6).

Nas redes sociais o Dia Nacional de Luta rendeu um tuitaço com a #BastaDeAssedio.

Relembre o caso

Na terça-feira passada (28), o país tomou conhecimento de que funcionárias da Caixa acusaram o então presidente do banco, Pedro Guimarães, de assédio sexual. Desde o início do governo, ele sempre foi um aliado muito próximo de Bolsonaro, mas a gravidade da situação tornava insustentável a permanência no comando de um banco estatal e quase 20 horas depois da eclosão de mais esse escândalo, ele pediu demissão. Uma concessão de Bolsonaro para que o aliado não fosse demitido.

As denúncias se tornaram públicas no começo da noite do mesmo dia, pelo site Metrópoles. Segundo a reportagem, no fim do ano passado, um grupo de empregadas que trabalham ou trabalharam em equipes diretamente ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, decidiram romper o silêncio e fazer a denúncia do assédio a que vinham sendo submetidas ao Ministério Público Federal, que desde então, trabalha nas investigações em sigilo.

Na sexta-feira (1º/7) foi a vez do vice-presidente de Negócios de Atacado, Celso Leonardo Barbosa, também pedir demissão após novas acusações.

Campanha Nacional

O Comando Nacional dos Bancários se reúne, nesta quarta (6), com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para a entrega das propostas de Igualdade e Oportunidade, com o foco no combate ao assédio moral e sexual.

Assédio Moral: Diga não, denuncie!

Além do assédio sexual “a prática do assédio moral tem se tornado cada vez mais comum nos locais de trabalho, inclusive na modalidade home office, sobretudo pelas pressões de produtividade (metas), desumanização do ambiente de trabalho e aumento da competitividade, o que dificulta o espírito de cooperação e solidariedade entre os trabalhadores”, diz o informativo da campanha do Sindicato dos Bancários do Pará ‘Assédio Moral: Diga não, denuncie!’.

“As denúncias de assédio moral e sexual podem ser encaminhadas para bancarioassediomoral@gmail.com ou pelas redes sociais e ainda Whatsapp Bancário (91) 98426-1399; o anonimato é garantido”, orienta a diretora de saúde da entidade, Heládia Carvalho.

 

 

Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT

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