Canoa de lutas: Sindicato realiza curso de formação inédito com delegados e delegadas sindicais

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O Banpará é o único banco estadual presente em todos os municípios do Pará, 144; é também um dos cinco bancos estaduais públicos próprios em todo o país. Para dar conta de toda a demanda, o Sindicato dos Bancários conta com representantes no local de trabalho, também conhecidos como delegados e delegadas sindicais; e que na última sexta-feira (21) e sábado (22), participaram de uma formação inédita na sede da entidade em Belém e fora dela.

“No Banpará, a gente tem uma negociação local e também, hoje, o número de delegados sindicais é muito grande; são 43 titulares e 2 suplentes; e na programação normal a gente não tem conseguido dar vazão a quantidade de demandas. Então a gente pensou esse momento específico, muito especial, para discutir o Acordo Coletivo, o Plano de Cargos, discutir os problemas mesmo dos locais de trabalho”, explica a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

Um desses delegados é de lá de Breves, no Marajó, que viajou mais de 10 horas de barco para reciclar o que já tinha de formação quando foi delegado em 2015 e ter outros novos conhecimentos sobre representação sindical. “A gente percebe que hoje há necessidade de os bancários ‘trabalhar’ em união. Um dos mecanismos é ser um delegado sindical, atuar junto com a nossa categoria do Banpará, expandir a discussão para os municípios próximos, para os bancos próximos, que participam lá com a gente também”, afirma o bancário Raimundo Lobato.

O primeiro dia de formação contou com a participação de dirigentes sindicais nacionais, seja presencial ou online, que compartilharam como funciona o processo de negociação que tem garantido ao funcionalismo do Banpará o melhor Acordo Coletivo de Trabalho do país, segundo estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, subseção Contraf-CUT; além de experiências na luta sindical e em defesa da categoria do ramo financeiro.

“O futuro do movimento sindical, eu sempre falo que a gente trabalha num tripé: base, formação, comunicação. Então se a gente não estiver a partir do trabalho e a partir das demandas que vêm da base; desenvolver a partir delas, uma formação que a gente qualifique os nossos dirigentes, os nossos delegados, os nossos trabalhadores; e que a gente consiga a partir dessa qualificação dialogar com a base; a gente não vai conseguir avançar e conseguir as transformações que queremos, tanto em âmbito corporativo, ou seja, categoria profissional ou ramo de serviço; quanto também em sociedade. Pois buscamos uma sociedade mais justa e igualitária; por isso o movimento sindical tem, por meio dos seus sindicatos, federações, confederações, a nossa Central sindical, a CUT, ou seja, os nossos instrumentos de luta, esse papel fundamental que é a transformação da sociedade brasileira e a defesa da classe trabalhadora”, conta o presidente da Fetec-CUT/CN (Federação a qual o Sindicato é filiada), Rodrigo Britto.

Dieese confirma: Banpará tem o melhor Acordo Coletivo do Brasil

A informação não é nova, a novidade é que dessa vez o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, subseção Contraf-CUT, fez um estudo que comparou as conquistas da Convenção e dos Acordos Coletivos 2024/2026 resultantes da última Campanha Nacional, e ratificou o que já era de conhecimento de toda a categoria bancária.

“Em um ano, o funcionário do Banpará receberá R$ 19.800,58 a mais que os bancários dos outros bancos, considerando-se apenas os auxílios refeição/alimentação (incluindo a 13ª cesta e ticket extra) e o anuênio”, observa o relatório apresentado pelo secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

“Foram dias, semanas e meses intensos de um processo de debates, acúmulos nos encontros do Banpará e estadual. A mesa de negociação também exigiu habilidade e capacidade de diálogo efetivo. E muitos muitos pontos que requereram de nós atenção redobrada, estudo, serenidade e resiliência. Foi dever cumprido que repetiria quantas vezes mais fossem necessárias por mim, pela minha história e por todos os meus colegas. Negociação que agora é lei”, destaca a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni.

Para além das conquistas econômicas, o Acordo Coletivo trouxe uma cláusula inédita sobre meio ambiente e transição justa. A cláusula 69, o banco “se obriga a estabelecer mesa de negociação com as entidades sindicais, imediatamente, em caso de emergência climática/ambiental, a fim de instituir medidas que impactem positivamente na vida dos bancários, terceirizados, clientes e população atingida. O Banpará, ainda, ciente das urgências climáticas e sociais, sem prejuízo das determinações, orientações, recomendações e sugestões definidas pela legislação federal, estadual e municipal, firma compromisso em: 1. Empreender todos os seus esforços na busca pelo desmatamento zero, com o estabelecimento de planos para se alinhar aos objetivos do Acordo de Paris e Marco Global da Biodiversidade em sua Política de Responsabilidade Socioambiental e Climática (PRSAC)”.

“São mais outros 5 pontos ligados a essa temática que eu como bancária do Banpará e diretora de meio ambiente do Sindicato tenho muito orgulho em ter contribuído na construção do texto desse Acordo junto com os demais colegas, dirigentes e delegados e delegadas sindicais, no ano que antecedeu ao da COP-30, e que neste iremos intensificar os debates e a nossa participação e atuação no maior e mais importante conferência sobre o clima do planeta, pela primeira vez no Brasil”, destaca Heidiany Moreno.

Sindicato presente nos Comitês Internos do Banpará

Comitê de Relações Trabalhista (CRT), Grupo de Trabalho do Plano de Cargos e Salários (GT/PCS) e Comissão de Segurança foram conquistas da categoria bancária do Banpará durante a greve de 2011. O Comitê Disciplinar, que já existia, foi aperfeiçoado nas atribuições. “Os Comitês e Grupos internos do Banpará são instrumentos consultivos fundamentais para o cotidiano do trabalho e da vida de cada bancário da instituição. São espaços paritários, pois têm o mesmo número de representantes do banco e do funcionalismo. Nosso papel enquanto dirigente sindical é fortalecer esses espaços, que são frutos da nossa luta, para defender os direitos da categoria”, destaca a diretora do Sindicato e bancária do Banpará, Érica Fabíola.

Saiba aqui a formação de cada Comitê

A série de reportagens ‘Canoa de lutas: Sindicato realiza curso de formação inédito com delegados e delegadas sindicais’ continua e vai trazer detalhes de como foi o segundo e último dia de formação sindical e socioambiental com direito a remada e travessia de barco até a Ilha do Maracujá, no município do Acará, nordeste paraense.

 

Fonte: Bancários PA

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