“A escolha pela Marear para fazer essa remada aqui com a gente não foi por um acaso. Quem a me indicou foi um colega bancário, sindicalizado, grevista da Caixa e quando olhei o perfil da empresa e todo lado socioambiental que eles fazem, linkava com tudo aquilo que queríamos proporcionar hoje aqui para vocês junto com a formação política, ambiental, em preparação também à COP-30”, conta a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
Segundo o idealizador e fundador da Marear, Ricardo Boto, a grande missão da empresa é clara: “Remamos para conectar pessoas à natureza. Desde o início, sempre tivemos um forte alinhamento com o turismo de base comunitária e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente no que diz respeito a cidades e comunidades sustentáveis. Ao longo dos anos, apoiamos as comunidades a desenvolverem novas perspectivas de obtenção de renda e alternativas econômicas locais”, explica.
Cada remada na Marear Canoagem cumpre com esse propósito, o interessado (a), além de pagar pelo passeio, que pode estar incluso no valor o café da manhã em uma comunidade ribeirinha, é também convidado (a) a levar 1 kg de alimento não-perecível que será doado no local onde a remada fizer uma parada para banho ou alimentação.
Na Ilha do Maracujá, em Acará, nordeste paraense, segundo e último dia do curso inédito de formação sindical teve tudo isso: café da manhã e almoço preparados com muito carinho e zelo pela pescadora Maria de Nazaré Conceição e família; teve doação de cestas básicas, roupas e brinquedos.
É nesse contexto de prestação de serviços para os visitantes organizada pela própria comunidade que surgiu o turismo de base comunitária, outra proposta da Marear.
Ricardo Boto é engenheiro ambiental por formação, trabalhou em uma empresa do agronegócio, pediu demissão quando o que ele fazia deixou de fazer sentido junto com a sobrecarga laboral e suas consequências; até que em 2020 veio a ‘virada de chave’. “Minha vida passou por uma grande transformação, saí da empresa e fundei a Marear Canoagem e nos dois anos seguintes; dois projetos sociais fundamentais: o Koru – abrindo as portas dos rios para jovens da periferia, que visa garantir que esses jovens possam acessar o rio de forma livre, segura e transformadora, conectando-se à natureza e ampliando suas oportunidades de vida; e o Apoena – aquele que enxerga mais longe”, destaca.
O Projeto Apoena começou com pessoas cegas e, com o tempo, passou a abraçar todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou sociais. “Ele rompe barreiras e prova que qualquer pessoa pode remar, qualquer pessoa pode se conectar com o rio e a natureza. A acessibilidade e a inclusão são os pilares desse projeto, mostrando que não há limites para quem deseja viver essa experiência. Acreditamos que não precisamos de janelas, pois elas apenas nos mostram uma paisagem distante, sem interação. O que realmente precisamos são de portas e trapiches, que nos permitam acessar o rio, sentir a ilha e nos conectar com nossa ancestralidade. E assim seguimos remando, porque remar é infinito”, finaliza Ricardo Boto.
Para conhecer mais sobre o trabalho da Marear Canoagem acesse @marearcanoagem
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Fonte: Bancários PA