Caravana em Cametá: Uma pequena demonstração do que é fazer sindicalismo na Amazônia

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O Pará possui uma área com 1.247.689 km², alguns municípios são ligados por estradas, muitas sem qualquer tipo de pavimentação; mas o principal acesso de muitos municípios paraense é o rio, como é o caso de Cametá, no Baixo Tocantins, para quem sai da capital Belém.

Na quinta-feira passada (3), os dirigentes do Sindicato, Gilmar Santos e Suzana Gaia, estiveram em Cametá, um dia após o ataque do Banco do Brasil que terminou com um refém morto.

Foram cerca de cinco horas de viagem, com três travessias e alguns trechos da estrada em situações precárias, uma viagem cansativa. Para a última travessia descemos do ônibus embaixo de chuva, sem qualquer tipo de proteção para não nos molharmos, além da lama que se forma até chegar ao porto em cima de uma palafita. Mas a categoria precisa de nós por perto, e nós temos que ir até onde eles estão, seja de avião, de carro particular, ônibus ou barco”, afirma Suzana Gaia.

Essa viagem foi inesperada, organizado tudo em cima da hora, por conta da urgência e necessidade que o episódio pedia, mas geralmente para a Caravana Bancária acontecer é feito um planejamento de forma que na mesma viagem vários municípios da região possam ser visitados.

Nas regiões Sudeste e Oeste, onde temos subsedes, na maioria das vezes é assim, ficamos por lá vários dias para conseguirmos ir ao maior número possível de cidades sem perder a qualidade das nossas visitas. Nem sempre o que planejamos com antecedência sai exatamente como desejávamos. Teve uma vez que indo pra Bragança, um urubu bateu contra o para-brisa do carro que quebrou, a ave morreu, eu fiquei com estilhaços de vidro no corpo todo, mesmo assim fizemos a viagem, cancelando apenas a passagem por Augusto Correa”, lembra a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

Outra Caravana que teve um imprevisto no meio do caminho foi para o Acará e cidades próximas. “O trecho estava bastante cheio de buracos, desviava de um maior pra cair num menor e numa dessas o pneu estourou, tivemos que parar, fazer a troca e isso atrasou a viagem, acabou que um dos municípios que estavam no planejamento infelizmente não pôde ser visitado”, recorda Gilmar Santos.

Em 2016 tivemos que descer do carro e meter o pé na lama para passar por um trecho de atoleiro a caminho de Pacajá. Às vezes os trechos nem são tão longos, mas dependendo do clima e das condições da estrada, o que era pra ser rápido, às vezes demora quase todo um dia”, comenta a ex-presidenta do Sindicato e hoje diretora da Contraf, Rosalina Amorim.

A Caravana Bancária foi um projeto de viagens permanentes que surgiu na primeira gestão de Rosalina como a segunda mulher a presidir o Sindicato dos Bancários do Pará, e o legado ficou. De lá pra cá, mais de 90 municípios do estado já receberam a Caravana pelo menos uma vez a cada ano.

Gostaríamos de poder fazer mais visitas pelo interior do Pará, mas a distância, as condições de muitas estradas e neste ano a pandemia, além da quantidade de diretores liberados ser baixa, nos impossibilitam de estar com mais frequência junto da categoria que mora fora da Região Metropolitana de Belém. Cada viagem que fazemos é muito gratificante, apesar de todo o cansaço. Poder conversar com a categoria no local de trabalho e ver a realidade que cada um enfrenta diariamente é fundamental para a construção das nossas lutas em busca de melhores condições de trabalho e salários. E tudo isso só é possível graças a cada bancário e bancária sindicalizada, que com sua mensalidade possibilita as Caravanas Bancárias e outras atividades sindicais. Meu muito obrigada pela confiança nesses meus primeiros meses como presidenta em um cenário tão difícil para todo o mundo”, agradece Tatiana Oliveira.

 

Fonte: Bancários PA

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