Na manhã da última terça-feira, às 9h40, antes da abertura ao público, empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal, juntamente com dirigentes sindicais e delegados sindicais, realizaram um dia nacional de luta por “Reajuste 0%” e melhorias na qualidade do Saúde Caixa.
No Pará, a mobilização teve forte adesão: ao todo 27 agências, de diversas regiões do estado, participaram simultaneamente da leitura de uma carta aberta à população, denunciando o desmonte progressivo do plano e exigindo respeito aos direitos da categoria. No Ed. Sede, a leitura foi realizada em quase todas as áreas administrativas da empresa.
“Esse teto de 6,5% que a direção impôs é uma armadilha. Ele limita a responsabilidade do banco e joga os custos nas nossas costas. E quem mais sofre são os aposentados, que têm cada vez mais dificuldade de manter o plano. Nossa luta contra os ataques da direção do banco ao nosso plano de saúde passa também pela garantia do plano na aposentadoria para todos, pois os mais novos têm direito ao benefício pós emprego também,” enfatizou Tatiana Oliveira, presidenta do SEEB Pará e bancária da Caixa.
Ainda aqui no estado, ação foi organizada pelo Sindicato dos Bancários do Pará, como parte de um movimento que se espalhou por todo o país, com o objetivo de chamar atenção para os impactos das medidas adotadas pela direção da Caixa, que têm transferido o custo do plano de saúde para os empregados e empregadas, inclusive aposentados e aposentadas, e comprometido a qualidade do atendimento.
“Essa mobilização é um grito coletivo de resistência. Estamos aqui para dizer que não vamos aceitar retrocessos. O Saúde Caixa é fruto de luta e precisa ser preservado para as próximas gerações de colegas,” destacou Everton Cunha, diretor administrativo do Sindicato dos Bancários do Pará e bancário da Caixa.
A carta lida nas agências destaca o papel estratégico dos empregados e empregadas da Caixa na execução de políticas públicas e programas sociais, como Bolsa Família, Auxílio Gás e FIES, e questiona a incoerência da empresa em negligenciar a saúde de quem está na linha de frente da promoção da justiça social.
“Foram os bancários e as bancárias da Caixa que durante a pandemia arriscaram suas vidas nas agências para garantir o pagamento do auxílio emergencial, assegurando que os brasileiros e brasileiras recebessem recursos e ficassem seguros em casa, enquanto os trabalhadores e trabalhadoras ficaram na linha de frente. Precisamos falar cada vez mais alto e forte que ‘quem cuidou precisa ser cuidado!’”, ressaltou Cristiane Aleixo, secretária geral da entidade e bancária da Caixa.
O ato faz parte de uma campanha nacional que segue mobilizando a categoria em defesa de condições dignas de trabalho e manutenção de conquistas históricas. O Sindicato dos Bancários do Pará reforça o chamado à unidade da categoria e seguirá promovendo ações para garantir que a direção da Caixa respeite os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Ainda no dia 17, às 19h, houve live nacional com informações sobre o plano e lançamento da Cartilha da FENAE sobre o Sáude Caixa. Assista aqui e baixe a cartilha aqui.
Abaixo, leia a Carta na íntegra:
REAJUSTE ZERO SAÚDE CAIXA
Quem cuida do Brasil merece ser cuidado.
Nós, empregados da Caixa Econômica Federal, desempenhamos um papel essencial para o país. Somos protagonistas na promoção da justiça social e na construção de um Brasil mais igualitário. Estamos na linha de frente da gestão e do pagamento de benefícios fundamentais para milhões de brasileiros, como o Auxílio Gás, o Bolsa Família, o FIES, entre outros programas sociais.
Durante a pandemia, mostramos o verdadeiro significado de compromisso com a sociedade. Arriscamos nossas vidas para garantir o pagamento do auxílio emergencial e viabilizar políticas públicas urgentes. A Caixa teve atuação decisiva – e mais uma vez ficou evidente a importância estratégica do banco público para o Brasil.
Diante de tudo isso, sentimos ainda mais indignação com as atitudes da direção do banco em relação ao Saúde Caixa.
Nossa saúde não pode ser negligenciada. O Saúde Caixa, que sempre foi baseado em um modelo justo e solidário, vem sendo atacado nos últimos anos.
A empresa tem transferido progressivamente os custos do plano para nós, trabalhadores justificando essa mudança com um teto de 6,5% da folha de pagamento – limite imposto pela própria direção no Estatuto, com o único objetivo de restringir sua responsabilidade no custeio do plano.
Essa lógica é insustentável. A inflação médica cresce muito acima dos nossos salários. Consultas, exames, cirurgias e internações estão cada vez mais caros. Quando o limite de gastos é atingido, a empresa simplesmente deixa de cumprir sua parte. A diferença recai, injustamente, sobre nós – especialmente sobre os colegas aposentados, que mais precisam de assistência médica.
Os problemas continuam com a imposição dos reajustes nas mensalidades, centralização do atendimento, descredenciamento de prestadores e retirada de direitos importantes, como o plano pós-emprego.
Reivindicamos reajuste zero e melhorias no plano de saúde.
A direção da Caixa precisa fazer sua parte. Cuidar de quem sempre cuidou do Brasil não é um favor – é uma obrigação.
Entidades que assinam esta carta: Sindicato dos Bancários do Pará, FENAE, Contraf-CUT, CUT Brasil, CTB; Intersindical, FENACEF e AGECEF.
Assista aqui o vídeo com a leitura completa da carta.
Fonte: Bancários PA