CN2016: Greve bancária começa forte no Pará

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Os banqueiros acharam que iam convencer a categoria com um abono de R$ 3.000,00 e mais índice de reajuste de 6,5% que não repõe sequer a inflação. Tentaram persuadir os trabalhadores e trabalhadoras de todas as formas, mas que prontamente souberam dizer não, para hoje (6) dar início à greve que não tem data para acabar em todo o País.

No Pará, a paralisação da categoria bancária começou forte, com adesão de quase 300 unidades de bancos públicos e privados ao movimento, o que corresponde a aproximadamente 60% do total de agências bancárias no estado. Em todo país 7359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. Os números deste ano são 17,7% maior do que os do ano passado.

Primeiro dia vitorioso – O primeiro dia de greve nacional da categoria bancária teve uma conquista importante: a Fenaban chamou o Comando Nacional para uma rodada de negociação na próxima sexta-feira (9), às 11 horas, em São Paulo. Nesse sentido, o Sindicato dos Bancários do Pará orienta a categoria a fortalecer ainda mais a greve nos próximos dias, para aumentar a pressão sobre os banqueiros em buscas de avanços para a categoria.

>Mapa da Greve (1º dia – 06/09/2016).

“A proposta da Fenaban é rebaixada e representa perda real de 3%, de acordo com a inflação de 9,57%, sendo que o setor bancário foi o que mais lucrou no primeiro trimestre desse ano. Isso demonstra que os banqueiros têm como atender às nossas reivindicações, mas a ganância é maior; por isso decidimos em assembleia, junto com a categoria, paralisar nossas atividades por tempo indeterminado aqui no Pará e em todo o restante do país”, explica a presidenta do Sindicato e empregada do BB, Rosalina Amorim.

Segundo levantamento da consultoria Economatica, entre 300 setores pesquisados no país, o setor bancário foi o mais lucrativo no primeiro trimestre de 2016. Só no primeiro trimestre de 2016, 21 instituições financeiras embolsaram R$ 14,3 bilhões.

A luta é de todos e todas! – Enquanto os banqueiros têm motivos de sobra para comemorar, a categoria tem várias razões para cruzar os braços, sair da agência e fortalecer o movimento paredista do lado de fora.

“Além da perda real, queremos ressaltar a todos os trabalhadores e trabalhadoras que abono não é remuneração, é pago apenas uma vez e não incide nas férias, 13º salário, FGTS, vales, auxílios e previdência; mas se você, bancário e bancária, não parar suas atividades, não vier para a rua, dificilmente conseguiremos afastar essa ideia dos banqueiros que nos oferece abono em vez de aumento real de salário. A greve é um papel de todos e todas, não só da direção do Sindicato, e só a luta de toda a categoria é que vai garantir aumento real, contratações, PLR melhor e principalmente melhores condições de trabalho. Vem pra luta!”, convoca o diretor de saúde do Sindicato e empregado do BB, Gilmar Santos.

Infelizmente, nem todos os bancários e bancárias têm a consciência da importância e necessidade da adesão de todos e todas em busca de melhores salários e condições de trabalho; e ao invés de se unirem à luta, se voltam contra os próprios colegas de trabalho. Prova disso foi a cena lamentável presenciada por vários trabalhadores e trabalhadoras na matriz do Banpará na manhã desta terça-feira: um bancário avançou com o próprio carro contra um grupo de bancárias que faziam mobilização junto aos colegas da unidade. O Sindicato registrou boletim de ocorrência.

E contra a retirada de direitos garantidos! – Além da luta contra a ganância dos banqueiros, a categoria bancária está diante de uma lista de perdas de direitos e de conquistas trabalhistas, garantidas pela CLT.

“Esse governo golpista de Michel Temer, apoiado pelos maiores bancos do país, querem impor a terceirização, reformar a previdência, privatizar os setores públicos do país, como a Caixa Econômica Federal, com isso não teremos mais concurso público; extinguir o 13º, férias, FGTS, jornada de seis horas, política de valorização do salário mínimo, e outras conquistas como vales refeição e alimentação, licenças maternidade e paternidade, ou seja, acabar com tudo aquilo que conquistamos em anos luta. Ficar parado só reclamando não vai mudar nada, e essa é a hora de reagirmos e de lutarmos mais uma vez. Fora Temer!”, afirma a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Tatiana Oliveira.

Principais reivindicações dos bancários

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.

PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários

Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).

Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.467,17.

Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.

Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21.

Auxílio-refeição – R$ 31,57.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 523,48.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 420,36.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 359,61.

Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).

Gratificação de compensador de cheques – R$ 163,35.

Requalificação profissional – R$ 1.437,43.

Auxílio-funeral – R$ 964,50.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 143.825,29.

Ajuda deslocamento noturno – R$ 100,67.

 

Fonte: Bancários PA

 

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