Em Altamira, descaso no Banco do Brasil superlota agência, extrapola jornada de trabalho e irrita clientes

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Sindicato em reunião com a superintendência do BB em novembro do ano passadoDesde novembro do ano passado, o Sindicato dos Bancários do Pará vem denunciando à superintendência regional do Banco do Brasil (BB), e também cobrando soluções imediatas, que pelo menos minimizem o caos em que se encontra a única agência do BB em Altamira, oeste do Pará.Sindicato protestou contra os ataques do Banco do Brasil aos trabalhadores

Os problemas também foram relatados em um ofício entregue à presidenta Dilma Rouseff no início do ano durante entrega de unidades habitacionais do Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ e também à direção do banco em Brasília durante reunião com a Contraf, federações e sindicatos. A apresentação do documento em Brasília, ocorreu no mesmo dia em que o Sindicato se reunia com a superintendência regional do Banco do Brasil em Belém, em novembro do ano passado, para tratar sobre as condições de trabalho e compensação dos dias parados durante a greve em 2011.

De lá pra cá, seis funcionários foram enviados para a agência, porém a quantidade ainda é insuficiente para a demanda que aumenta todos os dias já que o município recebe diariamente centenas de pessoas em busca de oportunidades na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Na longa espera... tem cliente que dorme sentado no chãoA superlotação na agência, o estresse e adoecimento de bancários, a insatisfação de clientes e usuários também tem aumentado. Na tarde de segunda (11), um cliente irritado com a longa espera para ser atendido quebrou a vidraça da porta giratória da agência.

“Segundo testemunhas, o mesmo cliente, antes de quebrar o vidro, quase agrediu a bancária que distribui as senhas. Porém a culpa pela demora no atendimento não é do funcionalismo do BB, mas são eles que acabam pagando o pato pelo descaso do banco que até hoje não providenciou uma agência nova para a cidade. Assim como a população, a categoria também sofre com a extrapolação da jornada de trabalho, adoece. Hoje foi um vidro quebrado, mas amanhã pode ser algo ainda pior se a direção do Banco do Brasil não tomar nenhuma providência, que não se resume em só aumentar o quadro funcional, é preciso também novas unidades para Altamira”, afirma a presidenta do Sindicato que também é funcionária do banco, Rosalina Amorim.Agência superlotada

Além da extrapolação da jornada de trabalho diária, sem a devida remuneração, todos os bancários e bancárias estão acumulando funções sem receber nada a mais por isso. O episódio desta segunda expõe a fragilidade na segurança das agências bancárias no Pará.

Até no auto-atendimento“Se a lei estadual 7.013 sobre segurança bancária que obriga os bancos a instalarem fachadas de vidro e portas giratórias blindadas fosse colocada em prática certamente a vidraça não teria quebrado, e bancários e clientes estariam muito mais seguros dentro das agências bancárias. A lei existe desde 2007, mas infelizmente não é colocada em prática por falta de fiscalização e autuação. O Sindicato vai mais uma vez solicitar reunião com a superintendência do Banco do Brasil para reiterar os problemas que ainda persistem em Altamira, e ainda reencaminhar as denúncias, que já foram enviadas, sobre as péssimas condições de trabalho na agência ao Ministério Público do Trabalho e demais órgãos competentes”, afirma o diretor do Sindicato que também é funcionário do BB, Gilmar Santos.

Em Belém – A lei municipal que regulamenta o tempo de espera nas filas dos bancos, a 8.020/00, foi alterada conforme publicação no Diário Oficial do Município na última sexta-feira.

Em até 180 dias, a contar da data de publicação, se os bancos não cumprirem o prazo de espera estipulado pela lei, 20 minutos em dias normais e de até 30 em vésperas ou após feriados prolongados, as multas serão maiores:
Advertência com prazo de 30 dias para regulamentação; multa de R$10.000,00 na primeira autuação, o dobro na segunda, R$40.000,00 na terceira autuação e por fim a suspensão da licença de funcionamento da agência por prazo indeterminado. Antes, a multa na quinta reincidência era de R$630,24, e só a partir daí o banco tinha seu alvará suspenso.

Outra novidade é que a nova lei prevê atendimento preferencial a idosos, gestantes, pessoas com deficiência física e pessoas com criança de colo também através de senhas numéricas preferenciais “e a oferta de, no mínimo, cinco assentos de correta ergometria por cada caixa de atendimento ao público existente na agência”.

Os bancos também terão que informar, em local visível, sobre o direito à senha numérica onde conste horário de entrada e de atendimento; o direito a, no mínimo, 15 assentos para uso preferencial de idosos, gestantes, pessoas com deficiência física e pessoas com criança de colo. Além disso, as instituições bancárias deverão disponibilizar no salão de atendimento para o público em geral, pelo menos, um bebedouro de água e copos descartáveis para uso dos clientes.

O Sindicato espera que os bancos contratem mais funcionários para atender a população, pois a cobrança por um atendimento eficaz tem recaído sobre os ombros dos poucos funcionários que atuam na linha de frente. Caso a fiscalização aconteça e as autuações e multas previstas na nova lei sejam de fato aplicadas, é possível que os bancos se sensibilizem e passem a respeitar a lei sobre tempo de espera nas filas, mas esse respeito só ocorrerá com a contratação de mais bancários.

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Fonte: Bancários PA, com G1 PA e DOL

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